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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
8 min de leitura

Governo e Congresso

Orçamento ainda secreto

R$ 100 bilhões é o total de recursos do Orçamento de 2023 que Lula terá para negociar com o Congresso Nacional. No início deste mês, três ministros do governo assinaram uma portaria estabelecendo o pagamento de emendas parlamentares, mas sem tornar públicos os nomes dos congressistas a quem se destina o dinheiro. Isso significa que ninguém saberá o destino. Então, o orçamento secreto, adotado por Bolsonaro e criticado por Lula e Simone Tebet antes das eleições, será mantido exatamente como era. É este comportamento covarde de quem se esconde atrás do dinheiro – e sempre por dinheiro – que o eleitor deve levar em conta na hora de votar. Se o Brasil está ruim, é porque a matéria-prima é de péssima qualidade.

Izabel Avallone

izabelavallone@gmail.com

São Paulo

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Linha tênue

De nada adianta o ministro Alexandre Padilha tentar envernizar a reedição do orçamento secreto, tão atacado por Lula e o PT na eleição. Os recursos do orçamento serão, sim, destinados a parlamentares em troca de apoio, e se ele não explicou como será a fiscalização da transparência, é porque provavelmente a transparência da aplicação dos recursos não será tão transparente assim. Se o governo não tem maioria no Congresso para aprovar projeto algum, como apontou Arthur Lira, Lula terá de negociar. E eis a questão: a linha que separa a boa política do toma lá da cá é tênue e não foram poucas as vezes em que o PT, no passado, escorregou para o lado errado, deixando marcas indeléveis. Negociar não significa descambar cegamente para a imoralidade em nome de um bem maior. Aguardemos os próximos capítulos de Orçamento secreto, parte II, o retorno.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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Energia

Futuro

Li a entrevista do presidente da Enel, na edição de ontem (‘Não tenho dúvida de que o futuro é 100% renovável’, Estado, 15/3, B15). Eu gostaria que, antes de falar sobre o futuro, a empresa melhorasse a sua operação no dia a dia atualmente. Há um mês tento restabelecer a energia num imóvel, sem sucesso. Desde exigências caríssimas, uma equipe de campo incapaz de se comunicar, central de atendimento despreparada, sistema inoperante, ouvidoria inexistente. Sem um presente bem conduzido, não há futuro.

Simone F. Lasagno

sflasag@gmail.com

São Paulo

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Turismo

Oportunidade

Não é a abolição de visto de entrada que estimulará o turismo no País, mas sim as atrações que o turismo oferece. Nesse sentido, continuamos patinando. Além das atrações culturais que, como o carnaval, inspiram turistas, precisamos explorar o potencial que a natureza oferece. Não é só a beleza das praias, montanhas e cachoeiras que atrai turistas. Algumas de nossas áreas de conservação abrigam num só local mais de dez espécies de macacos, dezenas de outros mamíferos, centenas de aves, dezenas de espécies de répteis e anfíbios e miríades de invertebrados. Um projeto-piloto que reunisse cientistas, técnicos do ICMbio e empresários seria fundamental para organizar visitas controladas a áreas de conservação de modo a mostrar aos turistas a riqueza e a beleza de nossa biota. Alojamento com infraestrutura adequada, guias treinados, manuais de campo, segurança e atividades envolvendo visitas diurnas e noturnas de nossa biota são fundamentais. Muitos ficariam encantados de fotografar à noite uma explosão reprodutiva de 30 ou mais espécies de anfíbios numa lagoa ou das cobras e morcegos que buscam predá-los. Ficariam também felizes em ver, por exemplo, a interação entre grupos de macacos ou a riqueza das aves, numa picada bem marcada durante o dia. Há, certamente, inúmeras oportunidades para melhorar nosso apelo turístico, mas, sem aproveitarmos o melhor da experiência interativa multidisciplinar para desfrutar do que a natureza nos oferece, não sairemos do lugar.

Miguel Trefaut Rodrigues

mturodri@usp.br

São Paulo

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Café

Recomendação médica

Sobre a matéria de Giovanna Castro no Estadão de ontem (15/3), que trata dos efeitos do café nas pessoas, acrescento que o café tem sido indicado por hematologistas, incluindo seu uso diário no tratamento da esteatose hepática (gordura do fígado), tema muito em voga atualmente.

Barbara Biselli, médica

bbiselli@me.com

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PROGRAMA VOA BRASIL

O novo programa anunciado pelo ministro de Portos e Aeroportos, oferecendo passagens aéreas por R$ 200 a aposentados, estudantes e funcionários públicos que recebam até R$ 6.800, não é discriminatório? Por que privilegiar apenas essas categorias?

Ely Weinstein

elyw@terra.com.br

São Paulo

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OUTRAS PRIORIDADES

São 37 milhões de aposentados, se 1% for viajar, a conta monta 370 mil passageiros que vão pagar R$ 200 reais e as companhias vão repassar R$ 800 para o governo (nós), isso dá R$ 296 milhões. Não é jogar dinheiro fora? O Brasil tem outras prioridades.

Roberto Solano

robertossolano@gmail.com

Rio de Janeiro

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SANEAMENTO BÁSICO

O discurso revestido de preocupação com os pobres mais uma vez é desmascarado diante da priorização dos interesses corporativos e ideológicos. A falta de saneamento básico a 35 milhões de brasileiros é vergonhosa e desumana.

Rita de Cássia Guglielmi Rua

ritarua@uol.com.br

São Paulo

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TURISMO NO BRASIL

Com visto ou sem visto, o Brasil continua sendo uma péssima ideia para o turista internacional. As lindas praias brasileiras sempre foram a principal atração do País, mas hoje estão todas poluídas por esgoto lançado no mar sem tratamento. O turista desavisado que mergulhar em Copacabana ou Ipanema certamente terá problemas, no mínimo uma diarreia viral. O turista no Brasil é visto como um otário que tem que ser abordado e roubado o tempo todo. Coitado do turista que se atrever a caminhar pelo Rio de Janeiro com sua máquina fotográfica na mão, será roubado na primeira esquina. O Brasil deveria ser capaz de multiplicar por dez o faturamento com a conta turismo, explorando todos os seus biomas e não só as praias. Claro que isso não vai acontecer na gestão da atual ministra do Turismo, que não é do ramo e ocupa o cargo por conveniência política.

Mário Barilá Filho

mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

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JUROS COM MODERAÇÃO

A inflação atual instalada no Brasil tende a ser persistente. O estabelecimento de juros altos acaba sendo, como em outros países, a ferramenta de combate mais viável, se não a única, fora os paliativos, e mesmo assim de efeito demorado. O artigo do professor Luís Eduardo Assis (Estado, 13/3, B2) sugere outras possíveis coisas a serem feitas, possivelmente para agrado de Lula da Silva, mas para quem tem um pouco mais de idade e conheceu de perto os anos e anos de tentativas frustradas de combate, tem o direito de desconfiar que elas continuarão sendo frustrantes. A inflação ocorre, entre outros motivos, por demanda e depois por custos mais elevados, principalmente pela menor disponibilidade de produtos no mercado interno. Nesse sentido as exportações deixam menos itens disponíveis para serem adquiridos aqui. No caso do aumento de preços das carnes no Brasil, nos últimos quatro anos ela se deveu à transferência dos produtos para outros mercados. Mas isso é quase proibido de se falar. É um orgulho nacional as exportações agropecuárias.

Ademir Valezi

valezi@uol.com.br

São Paulo

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DECLARAÇÃO DE IR

Está chegando a hora de a “onça beber água”, ou melhor, de o Leão saciar a fome. Na quarta-feira, 15/3, recomeçou o martírio da declaração do Imposto de Renda (IR), ano-base 2022, e, uma vez mais, sem a correção da tabela progressiva. As faixas de renda continuam como dantes, nada de novo. A última correção foi em 2015, 6,5%, no governo Dilma Rousseff. Desde então continua empacada na renda mensal isenta de R$ 1.903,98. Michel Temer passou em branco, Jair Bolsonaro fez que não era com ele e Lula, reincidente em promessas, roncou papo em campanha de que aumentaria a isenção para R$ 5 mil, ficou só no papo e recuou, mas sua equipe estuda um índice que não impacte a arrecadação e que atenda a todas as faixas de renda. Assim espero! É “provável” que para o próximo ano, 2024, na hora de fazer “L”, ao Leão, teremos uma nova tabela. Ao longo de 26 anos a defasagem está beirando a 150%, portanto, em minha vida terrena, por mais benevolentes que sejam os futuros governantes, não verei essa discrepância zerada. Talvez meus netos, bisnetos ou trinetos tirem a sorte grande, porém, acredito que ganhar na Mega-Sena com um prognóstico simples seria muito mais fácil. Informações ainda desencontradas sobre valores, porcentagens e faixas a serem corrigidas me fazem agir tal qual a São Tomé, “ver para crer”.

Sergio Dafré

sergio_dafre@hotmail.com

Jundiaí

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REFORMA TRIBUTÁRIA E OS INTERESSES DE SP

O Estadão está de parabéns pela ótima entrevista obtida, com exclusividade, com o novo secretário da Fazenda do Estado de São Paulo (‘Temos de resguardar interesses de SP na reforma tributária’, 14/3). São Paulo nunca se posicionou de forma contrária às iniciativas que fossem interessantes e importantes ao desenvolvimento do País. Ocorre, no entanto, que um rearranjo no sistema tributário deve, obrigatoriamente, ser ampla e exaustivamente discutido, sobretudo com os governadores e prefeitos que verão, na conta e na ponta do lápis, a sua arrecadação diminuir. Algo que mexe com tantos interesses, ações e gestões não pode ser analisado e aprovado de forma atabalhoada. A pressa é inimiga da perfeição, sempre.

Willian Martins

martins.willian@yahoo.com.br

Guararema

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CANDIDATO DATENA

Repetindo o que fez em 2016, 2018, 2020 e 2022, o apresentador José Luiz Datena anunciou que concorrerá à Prefeitura de São Paulo, em 2024, agora filiado ao PDT de Ciro Gomes. Como se vê, a palhaçada continua sem fazer a menor graça. Eleições merecem respeito dos candidatos e não o deboche de artistas de picadeiro. Fora, Datena.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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DESISTÊNCIA

Todo ano acontece a mesma coisa, Datena fecha com um partido e será, supostamente, candidato, agora à Prefeitura, mas logo em seguida e para o bem de todos e da cidade de São Paulo, ele desiste.

Marcos Barbosa

micabarbosa@gmail.com

Casa Branca

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CRIATIVIDADE FISCAL

Ai, que medo! Não deixa de ter razão a colunista Eliane Cantanhêde (Sensação de urgência, 14/3, A12), a nova âncora fiscal vai ser criativa. Mas relaxa, Cantanhêde, pois é preciso mágica para consertar nossa situação fiscal, nas condições em que ela se encontra, usando meios ortodoxos. Sem propor uma criatividade, não vai.

Abel Pires Rodrigues

abel@knn.com.br

Rio de Janeiro

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CPI DO 8/1

Sobre o ato antidemocrático de 8/1, alguns deputados querem a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o que realmente ocorreu e quem foram os responsáveis. Notícias da imprensa informam que o atual governo está impedindo a abertura. A população quer que os responsáveis sejam realmente punidos ou tem algo que a população desconhece e que prejudicaria o atual governo? Afinal, estamos em uma democracia ou não? Abertura de uma CPI já. Acho até que o Supremo Tribunal Federal (STF) deveria determinar essa abertura, afinal, com tanta gente presa, devemos realmente saber quem são os culpados por essa barbaridade.

Carlos Alberto Duarte

carlosadu@yahoo.com.br

São Paulo

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GOVERNO NÃO QUER SABER

Por que o governo federal não quer a CPMI de 8 de Janeiro? Será que tem gente do governo envolvida na baderna? Alvorada, Supremo e Congresso invadidos e o governo não quer nem saber. É no mínimo estranho.

Gustavo Guimarães da Veiga

ggveiga@outlook.com

São Paulo

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AO ABRIGO DA LEI

No artigo do renomado jurista José Renato Nalini (A quem serviu o terrorismo?, 13/3, A4) e, diante dos seus altos conhecimentos dos meandros jurídicos, permito-me usar uma expressão, “por dentro do jogo”, e o questionaria: quem causou toda essa celeuma que estamos vivendo politicamente? Na reportagem Denúncias de 8/1 ignoram condutas individuais e têm redação idêntica (13/3, A6), não é levantada a acusação de terrorismo, que salvo melhor juízo não cabe no ocorrido. Chamar de “golpe de Estado”, pois já ocorreram vários no Brasil, também é meio forçado, e não vimos deslocamento das Forças com seus equipamentos destruidores. É claro que os que causaram prejuízos ao Estado devem ser exemplarmente punidos, mas sempre ao abrigo da lei e não com narrativas genéricas.

José Luiz Abraços

octopus1@uol.com.br

São Paulo

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FEMINICÍDIO

O Brasil é realmente um lugar estranho. A iniciativa de indenizar as vítimas de feminicídio às custas da sociedade, ao invés de responsabilizar o feminicida por isso, ganhou festejos e adeptos. Já os feminicidas, se condenados, terão direito a visitas íntimas, saidinhas com os mais diversos e ridículos pretextos, liberdade com dois terços da pena cumprida, quando deveriam estar trabalhando na cadeia para assumir a reparação de parte do mal que provocaram.

José Augusto Queiroz

jotaguto2019@gmail.com

São Paulo

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ESPELHO BISEAUTÊ

A crônica de Ignácio Loyola Brandão (Estado, 12/3, C9) me fez chorar de saudades. Minha mãe tinha uma penteadeira com esse espelho. Nunca entendi por que, às vezes, entre uma tarefa do lar e outra, se sentava no banquinho em frente ao espelho e ficava se olhando, penteando seus longos cabelos. Tristeza? Saudades? Quem vai saber? Ou talvez se sentisse mais bonita. Muito obrigada por colocar no papel o que sentimos.

Anete Karp

anete@transplast.com.br

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