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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
12 min de leitura

Segurança pública

Crise no RN

A origem dos distúrbios recentes no Rio Grande do Norte, onde cidades são atacadas por agressores ligados ao crime organizado, está no sistema prisional, que, em vez de ser controlado pelo Estado, é comandado pelas facções criminosas, uma espécie de sindicato dos encarcerados que, depois de atuar dentro dos estabelecimentos, descobriu ter força também para a atividade externa e até para o confronto com o poder constituído. Os protegidos pelas facções ficam a elas devendo e tornam-se seus soldados para atuar depois de libertos. As organizações criminosas existem e não é a mera força policial que vai eliminá-las. A solução é mais complexa e exige políticas de Estado, que também poderiam ser aplicadas para acabar com a dominação das periferias, as milícias e uma série de atividades ilegais. O governo precisa agir com estratégia e evitar a impunidade – o mais difícil. Logo após o 8 de Janeiro, o ministro da Justiça propôs a criação de Guarda Nacional para proteger o patrimônio público. É pouco. A Guarda Nacional, para ser eficaz, tem de ser uma nova força de segurança com capacidade, equipamentos e logística para atuar em todo o território nacional, quando as polícias locais não tiverem contingente e força para enfrentar uma situação adversa. Guardar os prédios públicos é outra coisa – bastam os seus guardadores, que já existem, treinados e em permanente alerta.

Dirceu Cardoso Gonçalves

aspomilpm@terra.com.br

São Paulo

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Sistema prisional

A fábrica do crime está explicitada no editorial Presídios, símbolos da falência do Estado (Estado, 17/3, A3). De um lado, só pretos, pobres e periféricos são encarcerados, muitos sem o devido processo legal. De outro, uma conivência subornada (e, talvez, subordinada) permeando vários níveis do sistema prisional que permite o celular na cela, o comando da cúpula do crime de dentro do presídio e a punição mais dura para crimes menores. O diagnóstico não deixa dúvidas, mas qual a solução imediata? Os punitivistas responderão que só com mais violência; os legalistas choverão no molhado dizendo que leis já existem para coibir excessos de todos os lados. Não saímos em passeata para reivindicar novo modelo prisional, então pouca pressão há sobre os políticos. Sugiro que, ainda assim, comecemos a trazer a discussão para esferas mais amplas da sociedade.

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

Campinas

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São Paulo

Abandono

Sei que não sou o primeiro nem serei o último a comentar o abandono da cidade de São Paulo. Na semana que passou, a caminho do centro, fiquei impressionado com a quantidade de edifícios que estão sendo construídos na congestionadíssima Avenida Rebouças. Há dezenas de construções, demolições ou antigas casas cercadas de tapumes com placas de incorporadoras. Quem se aventurar a comprar uma unidade residencial ou comercial ali terá enorme dificuldade de chegar e sair da região. No centro, o que se vê são centenas de moradores de rua e lixo por todo lado. Fiquei pensando: por onde anda o alcaide? E as subprefeituras? Que tristeza ver Sampa abandonada.

Renato Amaral Camargo

natuscamargo@yahoo.com.br

São Paulo

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Obra na Santo Amaro

A Prefeitura de São Paulo começou há um bom tempo a reforma da Avenida Santo Amaro, alertando os paulistanos a evitar a via por causa do trânsito ruim. Tenho seguido a recomendação, mas algumas vezes tive de trafegar por lá. Efetivamente, há uma obra muito grande ali, mas nos últimos dois meses não vi nem máquinas nem pessoas trabalhando. Tudo parado. Estamos ganhando mais um desastre, como a via que ia ligar o Aeroporto de Congonhas ao Morumbi e que está abandonada há anos?

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

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Educação básica

Controle de faltas

Em reportagem do Estadão (Estado de SP vai usar app para controlar falta de alunos na rede pública, 16/3, A15), o secretário da Educação Renato Feder se mostra empenhado em oferecer ferramentas digitais para que o professor possa se informar sobre o desempenho e a frequência dos alunos. O problema maior, sr. secretário, não é a falta de controle, e sim a falta de professores na rede. Por motivo óbvio: péssimas condições de trabalho e salários defasados. Ele não sabe que estamos há dez anos sem concurso?

Luiz Antonio Amaro da Silva

zulloamaro@hotmail.com

Guarulhos

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

VISITA À CHINA

Como se sabe, a China tornou-se o maior parceiro comercial do País desde 2009, com importações que totalizaram expressivos US$ 89,4 bilhões em 2022 e o destino de nada menos que 31% da nossa produção agrícola, proporcionando o confortável superávit de US$ 61,8 bilhões. Depois dos danos causados pelo sofrível desgoverno Jair Bolsonaro no cordial relacionamento diplomático e econômico entre Brasil e China, faz muito bem o governo Lula da Silva ao agendar visita oficial de Estado no final deste mês à segunda maior superpotência mundial com o objetivo de reparar o condenável posicionamento ideológico bolsonarista e incrementar a agenda de negócios com o dragão chinês que, de US$ 2,6 trilhões de investimentos no mundo, tem no País apenas US$ 30 bilhões. Boa viagem!

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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MEGACOMITIVA

Visita de Lula à China abre disputa entre empresários por vaga em megacomitiva (Estado, A6, 17/3). “Cerca de 200 empresários, de 140 setores, toda a cúpula do Congresso e ao menos seis ministros”, segundo a notícia. Com certeza nenhum dos países ricos que fazem parte do G-7 jamais ousou mandar qualquer comitiva desse porte para visitar seus parceiros comerciais, por mais importantes que fossem. Só esta nossa “republiqueta das bananas” concebe uma coisa dessas. Ridículo à parte, o importante é saber quem paga por essa farra turística na Ásia Oriental. Começando pelos empresários, a informação “marota” dentro da notícia dá conta de que “na prática, os empresários pagarão as próprias despesas, mas podem ser escalados pelo governo para falar em apresentações e ter assento em reuniões e seminário preparados pela Apex”. O “pulo do gato” no caso é a expressão “na prática” seguida de um “mas”, que deveria ser “na teoria”, pois muitos deles serão escalados pela Apex para falar e se assentar em suas reuniões e, nesse caso, “a viúva” (o povo brasileiro) paga a conta. Acrescenta ainda a notícia que, “do ponto de vista geopolítico, Lula quer discutir com Xi Jinping o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia”. Positivamente, a modéstia não é um traço marcante da personalidade do atual presidente do Brasil. Ele não tem a menor noção da sua insignificância para interferir nesse “nó” que nem os Estados Unidos nem a Otan estão conseguindo desatar. Voltando às despesas a pagar, a matéria informa ainda que “a comitiva já tem 32 parlamentares, além dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSDMG). Estarão presentes, ainda, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, senador Renan Calheiros (MDB-AL), e Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado” e, pasme-se, “Dilma acompanhará Lula na viagem”. O que vai fazer essa figura grotesca lá na China? Saudar a mandioca? Ou ensinar os chineses a “estocar vento”? Meus sais, por favor!

José Claudio Marmo Rizzo

jcmrizzo@uol.com.br

São Paulo

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SEM CRISE

Sem crise, muito trabalho e baixíssimo nível de desemprego em quatro Estados. Estou falando do Brasil, acreditem. Em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Santa Catarina, o desemprego está abaixo dos 4%, enquanto a média no Brasil, conforme dados do IBGE, chega a 7,9% (Estado, 13/3, B1-B2). Com exceção de Santa Catarina, que congrega atividade econômica bem diversificada, os outros Estados são voltados para agronegócio. Se Lula da Silva realmente estiver preocupado com a criação de empregos, deve dar um chega para lá no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que já está infernizando e invadindo propriedades produtivas do campo já que o nosso setor do agronegócio é um Brasil que deu certo, e na safra deste ano deve bater mais um recorde na produção de grãos, com 13% de crescimento sobre 2022, e próximo a 300 milhões de toneladas. É bom lembrar que esse setor consegue resultados surpreendentes há décadas, mesmo sem infraestrutura adequada como estradas, ferrovias, hidrovias, etc. Não por outra razão, é reverenciado pelo mundo.

Paulo Panossian

paulopanossian@hotmail.com

São Carlos

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HARMONIA ENTRE TRABALHO E TRABALHADOR

O quadro laborativo dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Santa Catarina demonstra a força do agronegócio. Enquanto o desemprego apurado em nível nacional é de 7,9%, naquelas unidades da federação está em 4% e há forte disputa por mão de obra vinda de outras áreas. O exemplo de Itajaí (SC) é marcante. Lá existem 1,5 mil vagas de diversos setores disponíveis, que não encontraram interessados. O agro é a grande alavanca econômica que, além de turbinar o Produto Interno Bruto (PIB), coloca o Brasil como celeiro da produção de alimentos para saciar a fome no mundo. O desenvolvimento agropecuário brasileiro é concretizado com o trabalho contínuo de sucessivos governos e instituições e, principalmente, dos produtores, que agregaram tecnologia ao campo. Precisamos, no entanto, nos acautelar com os xiitas ambientais, muitos deles impulsionados (até sem ter consciência disso) pelos interesses econômicos de nossos concorrentes, que recitam teses não aplicáveis ao nosso território, recebidas dos seus mentores de além-mar. Quanto à falta de mão de obra, o País precisa urgentemente direcionar toda a sua rede educacional para treinar os jovens para o mercado de trabalho. Questão de organização e método.

Dirceu Cardoso Gonçalves

aspomilpm@terra.com.br

São Paulo

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‘GENIALIDADES’

Não satisfeito por ter sido chamado indiretamente de “gênio” pelo presidente Lula por ter desautorizadamente indicado, ao tomar posse, possíveis alterações na Previdência, o ministro da pasta, Carlos Lupi, anunciou, orgulhoso, a redução do teto de juros para crédito consignado a aposentados afirmando que tal redução é uma bandeira do governo. A decisão “engenhosa” não poderia ter sido pior: provocou a suspensão imediata dessa modalidade de crédito pelos bancos privados e públicos, já que a margem de lucro ficaria negativa, deixando 14,5 milhões de aposentados desamparados. Mas, convenhamos, há males que vêm para o bem. Esse é um claro exemplo do estrago que uma decisão política sem amparo técnico pode causar. Questões econômicas delicadas não se resolvem na canetada ou no grito. É preciso sentar à mesa, conversar e discutir, como deveria ser em relação à taxa básica de juros. Mal o governo começou e já bateu recordes de “genialidades” e histrionismos.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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SOLUÇÕES EQUILIBRADAS

É hora de buscar um meio-termo. Se todos sabem o que precisa ser feito, mas não estão fazendo, então precisamos agir. Aqui estão algumas sugestões. Os juros de 13,75% são muito altos e de 2% são muito baixos. Vamos encontrar um equilíbrio: uma média de 7,5% seria apropriada para o crescimento do nosso país. Um mandato de quatro anos para presidente, governador e prefeito é pouco, e seis anos é demais. Propomos um mandato de cinco anos sem direito à reeleição, o que também ajudaria a economizar no pleito eleitoral. A maioridade de 18 anos é elevada para os dias atuais e 16 anos é muito cedo. Que tal começar com maioridade de 17 anos? O mandato vitalício do Supremo Tribunal Federal (STF) não é saudável para a nossa democracia. Podemos aprender com os Estados Unidos e ter mandatos de dez anos. Os salários de todos os trabalhadores deveriam ser reajustados anualmente de acordo com a inflação, garantindo o poder de compra do cidadão. Se o governo fizer suas tarefas de casa, penso que podemos manter o câmbio próximo de R$ 4, o que ajudará a reduzir a inflação. E investir em educação e saúde é fundamental para o desenvolvimento do País. É hora de pensar em soluções viáveis e equilibradas. Vamos trabalhar juntos para alcançar um futuro melhor para nosso país.

Florival Benedito Pietrobon

pietrobon@amabille.com.br

Tietê

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HOMEM FORTE NO GOVERNO

Rui Costa, aquele que emplacou a mulher no Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia (TCM-BA) com salário vitalício de R$ 41 mil, é considerado hoje o homem mais forte do governo. Só não sei dizer se ele ficou mais forte antes ou depois desse fato. Quem sabe o presidente Lula tenha essa resposta.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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LINHA AUXILIAR DA EXTREMA DIREITA

Enfim, depois de uma gloriosa luta, o PSDB alcançou a sua insignificância. Um partido de quadros, fundado pela elite da política com um projeto moderno de país, foi entregue para pessoas com sobrenomes reluzentes e projetos pessoais vazios. Gente que renegou o que o partido fez de melhor, como a gestão reformista de Fernando Henrique Cardoso (FHC), até transformá-lo no contrário do que sonharam seus fundadores. Da grande promessa restou a atuação medíocre de linha auxiliar da extrema direita. Que descanse em paz.

José Tadeu Gobbi

tadgobbi@uol.com.br

São Paulo

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ATRIBUTOS DE UM LÍDER

Para dirigir a direita no Brasil é preciso ser dotado de algumas qualidades. Ser gentil, humilde, paciente, respeitoso, estar capacitado para a tarefa e ter bom relacionamento com as pessoas. Um líder não pode ser tosco. Um líder precisa ter freio na língua. Aquele que por qualquer coisa está mandando o outro para aquele lugar está longe de se tornar um líder. No momento que estamos vivendo, dá para enxergar dois políticos que podem liderar a direita no Brasil, os governadores Tarcísio de Freitas e Romeu Zema. São políticos que não incitam o ódio nem são chegados a fake news. Os brasileiros não querem uma oposição atacada de raiva. Por favor, partidos de direita, não embarquem numa canoa furada. Ah, um líder precisa também de ser dotado de sensibilidade.

Jeovah Ferreira

jeovahbf@yahoo.com.br

Brasília

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VISTO DE ENTRADA PARA TURISTAS

A carta do professor Miguel Trefaut Rodrigues ao Fórum dos Leitores (16/3, A4), oportuna e pertinente, dá a receita do que fazer para aumentar o turismo ecológico no Brasil. A reciprocação da exigência de visto de entrada no Brasil de turistas procedentes de alguns países desenvolvidos não passa de uma patriotada, orgulho bobo de quem se sente ofendido. Nós precisamos do dinheiro dos turistas muito mais que eles precisam do nosso e, como diz o autor da carta, temos menosprezado o potencial turístico de nossa megabiodiversidade. Além da entrada de divisas, já é sabido que a melhor forma de proteger nossas reservas biológicas é através de atividades de turismo responsáveis, o que de quebra resultará em educação ambiental e fonte de emprego e renda para populações locais e ajudará na manutenção das próprias reservas.

Eurico Cabral de Oliveira

oliveiraeurico499@gmail.com

São Paulo

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ANTÍDOTO CONTRA A BARBÁRIE

A educação pública de boa qualidade deveria ser a máxima prioridade de qualquer governo preocupado com o bem-estar da população e o progresso. Seus inegáveis benefícios econômicos, sociais e culturais são facilmente reconhecidos e comprovados. A sua oferta favorece o desenvolvimento das pessoas e da sociedade, assim como Educação ruim faz mal ao PIB (13/3, A3), como reconhece o editorial. Se, por um lado, parece uma constatação óbvia, por outro deveria incomodar governo e sociedade e provocar profundas mudanças estruturais. Da educação infantil à pós-graduação, a escola pública deveria ser lugar de formação humana, cidadã e profissional. Como diz Milton Santos, o equilíbrio entre uma formação para a vida plena, com a busca do saber filosófico, e uma formação para o trabalho, com a busca do saber prático, é garantia de renovação das possibilidades de existência de cidadãos íntegros e pessoas preparadas para o mercado. Enfim, uma boa educação deveria não só aumentar o PIB, mas principalmente ser um antídoto contra a deficiência cívica, o atraso civilizatório e a barbárie.

João Pedro da Fonseca

fonsecaj@usp.br

São Paulo

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RETROCESSO DO ENSINO

O editorial do Estadão ataca um dos mais graves problemas do Brasil, que é a educação, que já era ruim e se tornou catastrófica no pior governo que o País já teve. Bolsonaro, muito mais ligado aos terraplanistas e filósofos autodidatas, com teorias diversas da ciência, trocou de ministros da Educação como se troca de roupa íntima. Fez pior, não nomeou nenhum sequer decente, ao ponto de enviar dois pastores conhecidos da primeira-dama sem nenhum cargo para achacar prefeitos do interior para poderem receber a verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a que tinham direito. A estratégia, calhorda, foi vender Bíblias por eles editadas, a preços absurdos, que continham as suas fotografias e a do ministro, unindo o sacrilégio aos achaques. Obviamente, ainda mais devido à pandemia, durante os quatro anos de desgoverno, os estudantes tiveram um retrocesso do ensino homérico. O título Educação ruim faz mal ao PIB nos mostra mais um estrago de um governo capitaneado por um cidadão totalmente despreparado para tanto, moral e tecnicamente. Lula, que no seu primeiro governo declarou, sem razão, ter herdado uma herança maldita de Fernando Henrique Cardoso (FHC), agora seguramente ganhou uma. Bom lembrar que foi escolhido e eleito por uma união de partidos democratas, pela sua experiência, para poder derrotar Bolsonaro e seu plano ditatorial. Assim, não deve favor a nenhum partido e nem mesmo ao famigerado Centrão, que certamente seria engolido por uma ditadura.

Gilberto Pacini

pacini0253@gmail.com

São Paulo

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Ao ajudar o meu filho que estuda em uma escola do Estado com sua lição de casa, atividade do livro Currículo em Ação (8.° ano, versão 2021), fiquei estupefato com o texto sobre o Iluminismo apresentado em fragmentos, uma forma condensada e rasa para que o aluno evite pensar muito. Tecendo uma analogia com o artigo de Leandro Karnal (Estudar o quê? Para quê?, 12/3, C8), quando declara que os currículos do ensino fundamental, médio e superior estão defasados e desatualizados, acrescento: depauperados, desrespeitados. Meu filho depara-se com um erro crasso de ortografia desse mesmo livro, na página 173: “Analise e indetifique no fragmento”. Então ele me pergunta: “O correto não é ‘identifique’?” Respondo: “Talvez eles querem que você seja indefinido, indescente, indecoroso”.

Anderson Antonio Vidal

mesttrevidal@gmail.com

Suzano

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IDADISMO

Que lástima em Bauru à aluna de Biomedicina. Eu, aos 51 anos, e meu filho, 22 anos, entramos via vestibular no curso de Filosofia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). Eu, cirurgião-dentista, com três especialidades, duas na própria USP e curso de mestrado na Faculdade de Odontologia. Claro que com “sapato de salto alto”. Quanto estranhamento. Uma linguagem que não estava acostumado. Aquiles chorando no colo de sua mãe, a deusa Tétis, “sentimento do infortúnio imerecido”. Professora Olgária, que mestra!, e todos os outros. Mas, em 2010, felizes, terminamos o bacharelado e a licenciatura. Nunca dos mestres e alunos senti a menor discriminação. Fui tratado sempre como igual.

Luis Roberto Falqueiro

falqueiro.51@gmail.com

São Paulo

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‘O ESPELHO BISEAUTÊ'

Fico curioso em saber da psique de quem dá um downvote em crônica de Ignácio Loyola Brandão no jornal digital.

Ciro César Soriano de Oliveira

cirocso@gmail.com

São Paulo