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Banco Central

Alta da Selic

Em sua primeira reunião sob o comando de Gabriel Galípolo, indicado ao cargo pelo presidente Lula da Silva, o Copom elevou a taxa básica de juros (Selic) para 13,25%. Essa decisão deveria ter deixado o sr. Lula constrangido e envergonhado, depois de ter criticado tão duramente o ex-presidente da instituição Roberto Campos Neto por ter elevado os juros para combater a inflação. É hora de alguém perguntar ao petista se Galípolo também é inimigo dos brasileiros e se está trabalhando para sabotar o governo. Não fosse Campos Neto firme nas suas decisões e contasse com a independência do Banco Central, os juros certamente teriam sido baixados na marra. A consequência seria uma inflação ainda mais alta. Lula deve um pedido formal de desculpas a Roberto Campos Neto. É o mínimo que se espera de qualquer pessoa decente.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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Novo comando

Saiu do Banco Central aquele rapaz que não gosta do Brasil, entrou o homem de confiança de Lula, mas nada mudou. Taxa Selic nas alturas, subindo na mesma proporção que a credibilidade do presidente despenca.

J. A. Muller

Avaré

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Trabalho

Desaceleração

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a Selic já está em um “patamar que desacelera a economia”. Recentemente, o ministro indicou que é preciso desacelerar a economia para que o País não seja prejudicado em outros aspectos. Estamos no pior dos mundos, um governo que privilegia a desaceleração da economia, consequentemente, causando o desemprego.

Paulo Marcos G. Lustoza

Rio de Janeiro

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Escala 4x3

O professor José Pastore exibe em seu artigo Mais descanso do que trabalho (30/1, B10) alguns dos números que justificam o nosso atraso, jogando na informalidade 40% da nossa força de trabalho. A Constituição de 1988 deu início a essa tragédia, achando que a vontade política faz brotar riqueza do nada, sem contar a criação de uma gigantesca estrutura de Justiça, a mais cara do mundo. O artigo chama a atenção para a proposta de emenda à Constituição de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), criando o milagroso sistema 4x3, no qual se trabalham 161 dias com gozo de férias de 204 dias! Com esse privilégio maior do que o do Judiciário, a Venezuela de Nicolás Maduro nos espera.

José Elias Laier

São Carlos

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COP-30

Hospedagem em Belém

O Brasil é um país sui generis, e isso fica claro na reportagem Custo da hospedagem em Belém para a COP assusta delegações estrangeiras (31/1, A17). Nem vou me concentrar no custo exorbitante que algumas delegações estão encontrando. O governo diz que hoje existem 19 mil leitos disponíveis, mas que o número deve chegar a 50 mil até o evento – 10 a 21 de novembro –, portanto daqui a dez meses. Para isso, serão reformadas 17 escolas e construídos 4 novos empreendimentos hoteleiros de alto padrão. Como assim? Contrataram uma empresa japonesa para fazer esse milagre? O governo também vai contratar navios cruzeiros para servirem de hospedagem. Um navio desses é capaz de receber de 3 mil a 4 mil pessoas. Fico imaginando, às 6 da manhã, desembarcar 3 mil a 4 mil pessoas para levar para o local do evento. Em táxis? A pé? Em tuk-tuk? Lula disse que “as pessoas vão dormir onde tiver de dormir”. Lula é um iluminado, mas não sei se as pessoas, vindas (será que virão?) dos quatro cantos do mundo, vão se sujeitar a dormir “onde tiver de dormir”. Belém foi uma escolha política para a realização do evento, mas será que a cidade comporta um evento desse porte? Posso estar enganado, mas podemos estar próximos de mais um vexame internacional. Vou torcer pelo sucesso da COP em Belém. Já até cruzei os dedos.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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Aviação

Acidente em Washington

O trágico acidente aéreo entre um helicóptero militar e uma aeronave comercial, que resultou na morte de 67 pessoas em Washington, capital dos Estados Unidos – país detentor das maiores tecnologias do mundo –, mostra a vulnerabilidade a que nós, passageiros da aviação, estamos suscetíveis. Certamente foi falha humana, o que não invalida nossa preocupação.

Luiz Thadeu Nunes e Silva

São Luís

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

LONGO CAMINHO

Feito um cão de guarda, Sidônio Palmeira se colocou na retaguarda para garantir que Lula não escorregasse na entrevista dada a jornalistas. Com ares de quem não perde a pose, Lula disse que riu das previsões de Gilberto Kassab. Quem conhece um pouco o presidente sabe que não é verdade essa reação. Com certeza, deu murros na mesa e estrebuchou no reservado, porque em público é preciso manter a farsa de uma figura fina e educada, pois todo politico quando se elege, no outro dia pensa em se reeleger. Caberia ao Legislativo, que cuida da feitura das leis, acabar com a reeleição e dar cinco anos de mandatos para presidente. Se Fernando Haddad está em baixa, parte é por sua fraqueza em reagir e parte porque o presidente é quem o coloca nos desafios nem sempre apoiados pela população. O maior deles, o aumento dos impostos, e, por isso, apelido de Taxadd. Ao responder sobre ser Gleisi sua ministra, Lula carregou na tinta ao dizer que sua candidata ao cargo possui competência para ser ministra de qualquer país do mundo. Vendo a competência do certos ministros de seu governo, Lula deveria ficar corado, mas, como sempre, a prepotência pesou. Como se viu, Sidônio tem um longo caminho pela frente.

Izabel Avallone

São Paulo

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NADA MELHOR

O presidente Lula da Silva afirmou que “se apresentar durante o ano a necessidade de fazer alguma coisa, vou reunir o governo e discutir. Mas, se depender de mim, não tem outra meta fiscal”. Na verdade, Lula está seguindo o passo a passo do poste Dilma Rousseff, que, na ocasião, disse: “Nós não vamos colocar uma meta. Nós vamos deixar a meta aberta. Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta”. Na verdade, são posições de autênticos estadistas. Afinal, não há nada de melhor para hoje.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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COMPULSÃO

Manchetes dos matutinos de sexta-feira, 31/1: “Se depender de mim, não tem outra medida fiscal”, disse Lula da Silva. Conta outra, presidente. Mais vale cair em graça do que ser engraçado. Se não for pra somar, desnecessário manifestar-se. Controle a sua compulsão. A propósito, isso foi combinado com a Janja?

Celso David de Oliveira

Rio de Janeiro

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POLÍTICA DE GOVERNO

O espírito do lavajatismo ainda assombra (Estadão, 31/1, A3). A Polícia Federal deixou há muitos anos de ser um órgão do Estado e passou a ser um órgão do governo, dependendo do presidente de plantão se alinhar imediatamente com ele.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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CARTÕES DE CRÉDITO

Com os juros dos cartões de crédito a exorbitantes e inacreditáveis 450% (!) ao ano em dezembro passado, segundo o Banco Central, as companhias administradoras deveriam ser processadas por usura e agiotagem, práticas condenadas e proibidas pela Constituição. Vergonha.

J. S. Decol

São Paulo

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BRASIL SECANDO

A Agência Nacional de Águas afirma que o Brasil perderá 40% da disponibilidade de água até 2040. A seca histórica e persistente na Amazônia, a diminuição das águas nos aquíferos e nos rios indicam que as projeções estão certas: o Brasil certamente está secando. O agronegócio é responsável por cerca de 90% da água consumida no país, existem alternativas muito mais lucrativas que a soja. O agronegócio dos países do primeiro mundo ganham muito mais que o agro brasileiro, usando muito menos água e agrotóxicos. As mudanças que o País precisa só virão quando a seca quebrar o agro. Quando isso acontecer, veremos o exército erradicando a soja para tentar recompor os biomas destruídos pela ganância cega e pela incompetência absoluta do agronegócio brasileiro.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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PROMESSAS

Coitados dos norteamericanos. Coitados dos brasileiros. Governos que voltam ao comando, lutando por interesses e crenças pessoais, prometendo melhorias e benefícios que não conseguem cumprir. Criam guerras para parecer heróis.

Carlos Gaspar

São Paulo

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IPTU

A alegação do prefeito Ricardo Nunes de que a correção do IPTU para 2025 será pela inflação está errada. O meu aumento foi de 10%. A alegação da Prefeitura é que houve reavaliação do valor venal de diversas regiões do município. O meu edifício tem mais de 50 anos, e é cercado por cinco estabelecimentos comerciais. A rua tem o asfalto totalmente remendado, pior que estrada de terra. O último recapeamento total foi na antiga gestão Jânio Quadros. Uma rua, das poucas que cruza a 9 de julho. O trânsito nos horários clássicos é de total congestionamento. Que valorização teve essa rua? Administrar assim até eu.

Carlos Tullio Schibuola

São Paulo

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IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO

Encheu-me de alegria a matéria com o escritor, colunista do Estadão e imortal da Academia Brasileira de Letras, Ignácio de Loyola Brandão, intitulado Olhar e escrever (Estadão, 30/1, C1 e C3). Imediatamente me lembrei da sua crônica Meus caminhos, publicada no Estadão de 24/9/2023, em que ele reproduziu a frase da escritora Lygia Fagundes Telles: “Carícias e festas são as glórias quentes! Adiantam afagos depois que partimos?” É gratificante chegar aos 88 anos e poder dizer “alguma coisa estou deixando às novas gerações”. Não poderia ser melhor a sua resposta à pergunta se tem muitos projetos: “Sim, não posso morrer. Tenho um romance para terminar e preciso ver Antônia crescer”. Com 81 anos e avô de quatro lindas crianças de 12, 11, 9 e 4 anos, a minha resposta não seria diferente. Participei de dois encontros com o escritor, o primeiro em 17/8/2022, na Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto, em que ele me deu autógrafo no livro Deus, o que quer de nós?, e o segundo em 16/11/2023, aqui em São Paulo, na Unibes Cultural, em que autografou meu exemplar antigo de Zero, romance pré-histórico, edição de 1976. No primeiro, ele escreveu: “Como saber?” e no segundo: “Pensar que sobrevivemos a tudo isso!”. E assim entre pontos de exclamação e pontos de interrogação, vamos tocando em frente, sem esmorecimento. Que tenhamos ainda muitos encontros. Ignácio de Loyola vendo a Antônia e eu vendo Marina, Luísa, Beatriz e Lucas crescerem. E que os anjos continuem dizendo amém.

João Pedro da Fonseca

São Paulo

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NEYMAR DE VOLTA

No longo contrato de cinco meses do jogador que foi fantástico, há alguma cláusula que se chover ele não entra em campo?

Ariovaldo J. Geraissate

São Paulo