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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
8 min de leitura

Política monetária

Visões técnica e política

Vemos dois lados debatendo o nível de juros e se existe ou não espaço para reduzi-los de imediato. Nesse debate, entram tanto teorias econômicas quanto posturas políticas de prioridades de gastos. Visões técnicas e políticas. Gerir é fazer escolhas. O governo do PT (“apoiado” pelo Centrão) concentra-se no aspecto “político”, para, ingenuamente, priorizar o “social”. Não há o que contestar, temos enormes hiatos de nível de bem-estar entre a população. Mas priorizar gastos sociais também deve vir acompanhado da discussão sobre outros “gastos”: Aerolula; jatinhos da FAB para a elite; cartão corporativo; hordas convidadas para ir à China; apartamento funcional de deputado; verba de gabinete; férias de 60 dias do Judiciário; ameaça da volta dos quinquênios para juízes; etc. Esses beneficiados não têm a decência de voluntariar comedimento?

Eduardo Aguinaga

eduardo.aguinaga22@gmail.com

Rio de Janeiro

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STF

Novo ministro

Entre uma pessoa de fé e um fanático existe uma fronteira nítida: o apreço pela liberdade. E liberdade, nos ensinou Cecília Meireles, é algo que ninguém sabe explicar, mas todos sabem o que é. Tratando-se do presidente da República, ele tem a liberdade conferida pela Constituição de 1988 de indicar qualquer cidadão acima de 35 anos, de reputação ilibada e notório saber jurídico como ministro do STF. Mas será que ele tem também a liberdade de escolher um “terrivelmente evangélico” ou um advogado amigo para uma posição tão importante? Bolsonaro e Lula parecem acreditar que sim, pois agiram dessa forma. Não podemos nos esquecer de que o ministro Dias Toffoli vestiu a toga por ter sido muito próximo de Lula, e o que se sabe de André Mendonça é que parece ser “terrivelmente evangélico” e submisso à ideologia bolsonarista. O apreço pela liberdade evita o fanatismo, mas a crença na liberdade ilimitada cria as condições para as fragilidades do petismo e as aberrações do bolsonarismo. Lula tem a chance de provar ser um estadista republicano na escolha do próximo ministro do STF. Basta saber se saberá aproveitá-la.

Luciano de Oliveira e Silva

Luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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Chover no molhado

Instituir mandato fixo de oito anos para ministros do STF, como pede PEC, é chover no molhado. Não vai acabar com o dever de gratidão que tem influenciado ministros nas decisões e o mandato fixo vai gerar troca frequente na Corte, impedindo que se produzam jurisprudências estáveis. O que já é consenso na sociedade e deveria ser prioridade legislativa é a mudança no processo de escolha dos ministros. Em vez de ser por indicação política, que sejam escolhidos pela própria magistratura. É incabível que um desembargador seja preterido por um advogado de porta de cadeia que nem passou em concurso para juiz.

Deri Lemos Maia

derimaia@yahoo.com.br

Araçatuba

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Alteração constitucional

Concordo com o mandato de oito anos para ministros do STF. Ninguém é infalível e, justamente porque o cargo é vitalício até os 75 anos, pode sempre haver aquele ministro menos capacitado e às vezes com ideias inconsequentes. O maior erro é a nomeação ser de competência do presidente da República, pois como poderá ser o ministro imparcial quanto a eventuais desmandos do presidente, se foi nomeado por ele? É verdade que a nomeação pode ser recusada pelo Senado, mas isso raramente ocorre. A Constituição deveria ser alterada neste ponto, e a escolha poderia ser de um colegiado do Congresso e do meio jurídico.

Eduardo Mendes Huet Bacellar

ed.bacellar@hotmail.com

Birigui

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Novas regras

Embora seja uma questão complexa, não podemos, como cidadãos, aceitar que ministros do STF decidam de forma monocrática assuntos de interesse de toda a população. Nada justifica decisões dessa natureza. Como popularmente se diz, 11 cabeças pensam melhor que uma só. Além disso, vimos num passado recente cláusulas pétreas da Constituição serem quebradas “só desta vez”. Isso é inconcebível num Estado Democrático de Direito. Por situações como essas, temos de repensar a forma de indicação de futuros ministros do STF, talvez colocando algumas novas regras que restrinjam a escolha a juízes de carreira com notório saber e que tenham exercido sua função por um tempo mínimo a ser estudado.

Luis E. Baibich

lbaibich@hotmail.com

Curitiba

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

VELOCIDADE DO CAOS

A velocidade do caos que está tomando conta do Brasil impressiona. Tentativas de sequestro e de assassinato de Sergio Moro é algo que não se esperava para tão cedo.

Jorge Alberto Nurkin

jorge.nurkin@gmail.com

São Paulo

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NOVAS EMOÇÕES

Como o governo atual é frouxo no combate à invasão de terras e imóveis, às greves e aos motins em penitenciárias, toda semana teremos novas emoções.

Vital Romaneli Penha

vitalromaneli@gmail.com

Jacareí

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TOLERÂNCIA ZERO

A respeito da eficiente Operação Sequaz, da Polícia Federal (PF), que desarticulou e prendeu nove integrantes do famigerado Primeiro Comando da Capital (PCC) que planejavam sequestrar e assassinar autoridades públicas de alguns Estados, entre as quais o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), no melhor estilo da Cosa Nostra italiana, cabe, por oportuno, reproduzir o que disse o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Moro: ”Se eles vêm para cima da gente com uma faca, a gente tem de usar um revólver. Se eles usam um revólver, nós temos que ter uma metralhadora, nós temos que ter um tanque ou um carro de combate. Não no sentido literal, mas nós precisamos reagir às ações do crime organizado”. Diante das graves ameaças à sociedade, não se pode transigir com a bandidagem. Vigilância e tolerância zero. A que ponto chegamos!

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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TÁTICA DE MORO

“Se eles têm uma metralhadora, nós temos que ter um tanque” – essa é a tática de Sergio Moro, bem parecida com as sentenças viciadas de quando era juiz. Lamentável.

Marcos Barbosa

micabarbosa@gmail.com

Casa Branca

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PAPEL DO STF

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) terá a oportunidade de julgar a constitucionalidade de artigos da Lei das Estatais que, na visão do governo atual e de seus apoiadores, não o são. Se for o caso, que o plenário devolva a lei ao Legislativo, e que lá se rediscuta a redação e a abrangência dos incisos questionados. Esse é o papel que o STF tem de cumprir.

Flávio Madureira Padula

flvpadula@gmail.com

São Paulo

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GOVERNANÇA E CONFORMIDADE

Pegas pela Lava Jato em razão de operações envolvidas em corrupção, muitas empresas instituíram em suas estruturas a Diretoria de Governança e Conformidade. Uma empreiteira eliminou o Diretoria de Operações Estruturadas, eufemismo para corrupção, e se comprometeu a atuar em conformidade. Leio no Estadão que o presidente da Petrobras, onde a corrupção correu solta anos atrás, estaria pretendendo eliminar aquela diretoria por ser “entulho da Lava Jato”. Meu Deus!

Paulo Tarso J Santos

ptjsantos@yahoo.com.br

São Paulo

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SEDE AO POÇO

O PT e seu representante-mor precisam ir com menos sede ao poço, ou seja, querem desfazer tudo que já foi privatizado. Será que pensam que somos néscios e não sabemos o porquê? Pelo menos disfarcem!

Tania Tavares

taniatma@hotmail.com

São Paulo

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O GOVERNADOR BATEU O MARTELO

Há poucos dias, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, protagonizou uma cena idiota e contumaz em políticos populistas quando bateu o martelo ao fim do leilão que ele promoveu para a obra do Trecho Norte do Rodoanel, de acesso a São Paulo. Melhor seria fazer isso se conseguir entregar pronta e funcionando essa obra até o final de seu mandato, aliás, uma obrigação do politico eleito e pago pelo povo para administrar de forma eficiente e honesta órgãos do governo.

Laércio Zannini

spettro@uol.com.br

São Paulo

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GREVE DO METRÔ

Mesmo eu vivendo distante, é com tristeza que acompanho a paralisação do Metrô na cidade de São Paulo nesta quinta-feira, 23/3. Embora não sabemos a quem de fato interessa essa paralisação, seus idealizadores deveriam saber que greve como essa acaba prejudicando justamente aqueles que são mais necessitados, os que dependem desse meio de transporte para trabalhar. Uma vergonha.

Virgílio Melhado Passoni

mmpassoni@gmail.com

Jandaia do Sul (PR)

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POPULAÇÃO PREJUDICADA

Então agora a moda é prejudicar o povo de surpresa. Um transporte caríssimo, com a qualidade da Índia. Tem que terceirizar tudo mesmo e o governo só fazer as auditorias e fiscalização do funcionamento. Uma conta simples: quantos funcionários tem o Metrô e quantas pessoas foram extremamente prejudicadas? A reivindicação dos metroviários é verdadeira. Mas e aquele cidadão que levantou às quatro da matina com o dinheiro contado de ida e volta?

João Camargo

inteligencianomundo@hotmail.com

Penha

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PRIVATIZAÇÃO

As greves promovidas por esses petistas sindicalistas só evidenciam a necessidade de privatizar os serviços públicos. A população agradecerá.

F. G. Salgado Cesar

fgscesar@hotmail.com

Guarujá

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RESIDÊNCIA MÉDICA

Residentes do HC reclamam de falta de supervisão (23/, A15). Dois aspectos influenciam a baixa da qualidade de residência médica na área de Anestesia, uma especifica e outra geral. 1) A falta absoluta de anestesistas que se proponham a fazer carreira universitária, obrigando a contratação de profissionais não afeitos ao ensino. 2) A falta quase absoluta de médicos que procuram a especialização após o curso de Medicina na Universidade de São Paulo (USP). Para 2023, estima-se que apenas 30% dos egressos da Faculdade de Medicina da USP farão alguma especialização. Tenta-se uma explicação. Uma das teorias é o número de cotistas que necessitam entrar no mercado de trabalho logo, e a outra é o desinteresse.

Gilberto Luis Camanho

gilbertocamanho@gmail.com

São Paulo

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REVOLUÇÃO DIGITAL

Fico impressionado com a tamanha inteligência do homem e feliz ao mesmo tempo por fazer parte deste novo marco civilizatório que é a revolução digital. Em artigo (O algoritmo loquaz, 23/3, A5), Eugênio Bucci cita que as máquinas ainda não começaram a aprender a ser gente, mas já começaram a se comportar como sujeitos de linguagem. Às vezes fico preocupado com a combinação de tecnologias, como, por exemplo, os softwares que imitam nossa voz atrelados à inteligência artificial do ChatGPT. Precisamos agora pensar em técnicas de refinamento humano para diferenciar o que é verdadeiro ou não. Porém, junto com a inteligência artificial, caminha paralelamente a corrida para o desenvolvimento de computadores quânticos pelas grandes empresas de tecnologia, que prometem produzir o sucessor do microchip de silício, o dispositivo que permitiu a revolução da informação. Dessa forma, acredito no potencial computacional da combinatória de informações, uma polinização cruzada para resolver os principais problemas do mundo como saneamento básico, cura do câncer e alimentação mundial, sem deixar de lado o equilíbrio ambiental.

Anderson Antonio Vidal

mesttrevidal@gmail.com

Suzano

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EXCESSO DE CHUVAS

Há um ano, quando a Bahia foi alagada pelas chuvas, achei muito estranho. Conversei com muita gente. As opiniões foram sempre as mesmas: no nosso país chove muito mesmo. Os dados do Instituto Nacional de Meteorologia, divulgados por Emílio Sant’Anna (Estado, 11/3, A21), vieram confirmar que realmente houve um aumento significativo de chuvas. Nos últimos anos, vários represamentos foram construídos em rios para a produção de energia. Finalmente um enorme canal foi aberto para levar água ao Nordeste. Esses empreendimentos levaram ao aumento imenso de terras alagadas. Houve um aumento do lençol de água a céu aberto. Devido a isso pode ter ocorrido aumento da temperatura das águas, influindo no aquecimento global, como também aumento na evaporação e formação de nuvens. Então me resta perguntar: não seria melhor canalizar as águas para reservatórios fechados, espalhados por todo o Nordeste, e usar o precioso líquido com moderação? Mas dizem que a maioria tem razão. Então vamos esperar o ano que vem para ver aonde o vento vai levar a água evaporada do Rio São Francisco.

Antonio Carlos Coelho

tonicorioscascavel@gmail.com

Rio Claro

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RIO SAPATEIRO

Foi com imensa alegria que li a notícia da qualidade da água do Rio Sapateiro, que desagua no Ibirapuera (Estado, 22/3, A17). Com apoio do poder público e envolvimento da comunidade, poderemos recuperar outros cursos d’água e chegar ao Tietê e Pinheiros. Isso humanizará a capital. Foi assim em outros países e devemos acreditar que recuperar recursos hídricos é possível.

João Israel Neiva

jneiva@uol.com.br

Cabo Frio (RJ)