PEC dos Benefícios
O ‘sim’ da oposição
Eu sempre duvidei da inteligência dos membros do atual governo, em razão de suas atitudes toscas, contrárias ao bom senso e a milênios de desenvolvimento intelectual da humanidade. Continuo acreditando na falta de intelecto do presidente da República, mas há alguém na equipe dele que o tem bastante, mas o utiliza para o mal. Agora, passei a duvidar da capacidade mental de congressistas da oposição, que se deixaram cair neste golpe bolsonarista ilegal, imoral e ardiloso de deixar o socorro aos mais carentes deste país para poucas semanas antes da eleição. Estivesse a oposição atenta e pensante, teria resolvido a questão há muito tempo ou apresentado uma solução legal e moralmente aceitável neste momento crítico. É prova cabal de que o Congresso Nacional não faz nada além de cuidar de seus próprios interesses fisiológicos, abastecendo suas bases de máquinas, ônibus e shows sertanejos, quando há brasileiros precisando de feijão e arroz – não ouvi falar de nenhum deputado ou senador usando dinheiro do orçamento secreto para levar comida para a população, afinal num prato de comida não dá para fixar uma placa de inauguração.
Gustavo Chelles
São Paulo
*
PEC Kamikaze
Em artigos publicados no Estado de 8/7, os articulistas Simon Schwartzman (O Último dos Tucanos) e Fernando Gabeira (O país kamikaze) detalham de forma clara e inequívoca a que ponto desastroso chegou o Brasil da politicagem. Na eleição de outubro, espero que os eleitores tentem eleger candidatos mais comprometidos com o Brasil, e não com o próprio bolso.
José Luiz Abraços
São Paulo
*
Em sintonia
Não sei se cumprimento o presidente Jair Bolsonaro por seu poder de persuasão para influenciar o Congresso Nacional ou parabenizo Arthur Lira e Rodrigo Pacheco pela sensibilidade em aceitar as tentações do Planalto.
Luiz Frid
São Paulo
*
Eleições 2022
Tucanos em revoada
Leio que Eduardo Leite (PSDB), que decidiu recandidatar-se ao governo do Rio Grande do Sul, por não ter a decisão do MDB-RS de apoiá-lo, ameaça trair a união de Simone Tebet (MDB) e Tasso Jereissati (PSDB) e retirar o palanque nacional para eles (Coluna do Estadão, 7/7, A2). Aproximando-se do União Brasil, de Luciano Bivar, Leite deixa em segundo plano a chapa que seu partido apoia. O mesmo ocorre com Rodrigo Garcia (PSDB) em São Paulo. O atual governador, candidato à reeleição, diz que depende do acordo nacional do PSDB para apoiar a chapa Tebet-Tasso. Não podemos nos esquecer de Aécio Neves, Aloysio Nunes e outros tucanos que estão loucos para – e vão, segundo declarações – trair o partido. Se são capazes de trair seu próprio partido, imaginem os seus eleitores. Se Mário Covas fosse vivo, o PSDB não teria chegado a esta situação decadente. Faz muita falta!
Tania Tavares
São Paulo
*
Inacreditável
Rodrigo Garcia (PSDB) vai aparecer em campanha ao lado de Luciano Bivar, presidenciável do União Brasil, para selar a parceria dos dois. Mas o PSDB não fechou com Simone Tebet (MDB)?! E o tucano Eduardo Leite também vai deixar de apoiar Tebet por arranjos políticos que o favorecem? Inacreditável!
Rita de Cássia Guglielmi Rua
São Paulo
*
Literatura
Alvíssaras!
A eleição do historiador Jorge Caldeira para ocupar a vaga deixada por Lygia Fagundes Telles honra a Academia Brasileira de Letras (ABL) e repercute em São Paulo, onde o prestigiado autor exerce a sua faina e, além de oferecer novas perspectivas para a esquecida História, ainda milita na área ecológica, o maior desafio da humanidade no século 21. A Academia Paulista de Letras (APL) está muito feliz com essa escolha, porque a vaga da inefável Lygia continua paulista – e da melhor cepa. Aqui, na APL, foi eleita Djamila Ribeiro, que tomará posse no dia 1º de setembro e será recepcionada por Leandro Karnal. Alvíssaras para o mundo da literatura, tão necessitado de boas notícias.
José Renato Nalini, presidente da APL
São Paulo
Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
MASSA MANIPULÁVEL
Independentemente do nome que se atribua a essa Proposta de Emenda à Constituição (PEC) desesperadamente eleitoreira, fato é que a população a que ela se destina aceitará de bom grado o benefício. E não será por avidez, mas por necessidade. No estado social e econômico em que o País se encontra, qualquer ajuda fará diferença. A questão é que,enquanto houver pessoas vulneráveis, a chamada massa de manobra, haverá sempre os manipuladores e, dentre estes, encontram-se evidentemente os governantes populistas. Se essa PEC agregará votos para Jair Bolsonaro, não se sabe ao certo. O que é certo é que só com estabilidade econômica, empregos e desenvolvimento sustentável é que a população vulnerável e manipulável diminuirá sensivelmente. Vai demorar.
Luciano Harary lharary@hotmail.com São Paulo
*
AGRACIADOS PELA PEC
Eu diria para os "agraciados" pela PEC Kamikaze, independente do benefício, darem uma resposta ao Congresso e ao presidente não os elegendo novamente.
V. F. Oshiro vfoshiro@uol.com.br São Paulo
*
MODERNIZAÇÃO ESTRUTURAL
Sou assinante do Estadão há 40 anos e escrevo pela primeira vez ao Fórum dos Leitores por se tratar de assunto de grande relevância. O título do editorial País decente não tem fome (8/7, A3) é muito verdadeiro, e eu diria que um mundo decente não tem fome, independentemente de fronteiras geográficas. Programas emergenciais são importantíssimos já que a fome não espera, mas concomitantemente precisamos, sim, de modernização estrutural e reforma tributária e também política. Vejo alguns pontos básicos para o Brasil: baixo ou mau investimento em educação tradicional e em qualificação profissional. Gastamos muito, porém gastamos mal. Esse problema realimenta o próximo. Excesso de oferta de mão de obra pouco ou nada qualificada somada à falta de oferta da mão de obra qualificada – como não conseguimos revogar a velha lei de oferta e procura (nem com PEC), isso força para cima os salários dos mais bem preparados e para baixo os menos preparados, piorando a distribuição. Empresas não pagam muitas vezes mais para os qualificados porque querem, mas porque o mercado de trabalho exige. Na outra ponta, excesso de oferta de mão de obra mantém baixos os salários, de certa forma compensando em parte o excesso pago na camada superior. Mão de obra não preparada gera baixa produtividade. Baixa produtividade leva à baixa lucratividade e pouca capacidade de investimento em melhores salários e em melhores condições. Sistema de tributação injusta e ineficaz – muita taxação sobre produção e consumo e pouca taxação sobre ganhos financeiros e dividendos. Isso claramente tira renda dos menos favorecidos, cuja renda é quase totalmente usada em consumo. Taxas de encargos trabalhistas das mais altas do mundo fazendo com que a relação entre custo para empresa e renda para empregado seja péssima. Uma empresa chega a gastar 200 ou mais para um empregado que ganha 100 e ele recebe 80, perdem a empresa e o empregado. Corrupção desviando recursos destinados à população de baixa renda, prejudicando programas sociais destinados a distribuir alguma renda pelo menos. O dinheiro fica com a parte corrupta da “elite”, corrompidos e corruptores. Custo Brasil impactando investimentos produtivos e favorecendo ganhos financeiros. O Brasil ainda é dos países mais caros para muita coisa (logística, sistema tributário complexo, encargos, etc.) Poucos incentivos fiscais para investimentos sociais. Em muitos países europeus, assim como nos EUA, esses incentivos fazem com que, na prática, bilionários e multimilionários (exemplo EUA e Europa) façam enormes investimentos em fundações dedicadas a programas sociais em seus países e fora deles. Com os incentivos, há mais recursos, e na prática os mais ricos e os governos “dividem” essa responsabilidade.
Sergio P. Sousa spsousa01@gmail.com São Paulo
*
BONS GOVERNANTES EVITAM A FOME
Governantes que atuam satisfatoriamente, olhando as necessidades da Pátria, obviamente não deixam seu povo passar fome nem o país ser humilhado no concerto das nações. É quase inconcebível que tenhamos por volta de 33 milhões de pessoas famintas e na miséria deplorável. Como chegamos a tantas almas sofridas? Com governos incompetentes e ambiciosos e que esbanjaram os dinheiros públicos esvaziando o erário e impedindo que este pudesse enfrentar as políticas sociais contra a fome. São verbas que vão para o Centrão e são montantes exorbitantes que servem aos políticos beneficiados no orçamento secreto. Não se pode, também, olvidar os tempos dos anões do Orçamento, tampouco os tempos em que os mensalões impediram que os carentes fossem olhados e assistidos. Na verdade, País decente não tem fome (8/7, A3) porque as políticas sociais de contemplação e combate à miséria chegam até os carentes, pelo empenho e decência de seus governantes. E como justificar que um país enorme, farto de riquezas, sem contratempos sérios em sua economia, e com cidadãos e empresas capazes de gerar muitas riquezas, como comprovam os impostômetros existentes, fracasse no sustento de seu povo e sofra desprezo perante o globo e suas estatísticas? É vergonhoso e intolerável.
José Carlos de Carvalho Carneiro carneirojcc@uol.com.br Rio Claro
*
TEMOS FOME E 5G
Os números são assustadores e revoltantes porque deixam claro que a humanidade avança materialmente, mas regride espiritualmente. O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que a fome no mundo aumentou em 2021 e que 2,3 bilhões de pessoas, ou seja, 29,3% da população mundial, enfrentam insegurança alimentar (vulgar: famintos). No Brasil, o “celeiro” do mundo, a comparação dos dados de 2014-2016 com 2019-2021 mostra que o número de pessoas com fome aumentou de 3,9 milhões (1,9%) para 15,4 milhões (7,3%). Esses números não consideram os efeitos devastadores da guerra estúpida na Ucrânia, que atinge todos os países, especialmente os mais pobres, por ameaçar o fornecimento de grãos, petróleo, gás natural, fertilizantes, etc. Ou seja, um terço da população mundial está passando fome, outra parte está fazendo guerras estúpidas para satisfazer os egos dos Putins da vida, enquanto o resto da população está festejando a chegada de 5G que vai “turbinar” tudo, inclusive a nossa miséria. Desolador!
Omar El Seoud elseoud.usp@gmail.com São Paulo
*
QUINQUÊNIO
Perguntar não ofende: diante de tantos desvios de recursos públicos, com fins diversos e travestidos de aparente legalidade, os nobres congressistas não poderiam estender o pagamento do quinquênio aos beneficiários da Previdência Social, a princípio indicado aos integrantes da magistratura e Ministério Público na PEC 63/2013? Nada mais justo a uma parcela sofredora da população.
Jorge de Jesus Longato financeiro@cestadecompras.com.br Mogi Mirim
*
REELEIÇÃO
A julgar pelo realizado nos últimos três anos do atual governo, pode-se resumir seu resultado no dito popular “feito macaco em loja de louças”. Já que não tem mais nada para quebrar, para que o presidente quer um novo mandato?
Elie R. Levy elierlevy@gmail.com São Paulo
*
AFEGANISTÃO
Quando alguém discorda do presidente Bolsonaro, logo é rotulado de comunista e o mandam ir para Cuba e Venezuela. Acho que essa "turma do bem" poderia procurar um outro país para viver, sempre dentro das coisas que pregam, é claro. O Afeganistão seria um desses paraísos tão almejados. Lá não tem urna eletrônica, o voto é impresso. Não tem Congresso, olha que legal. Não tem direitos humanos, todos podem ter armas à mão. E, além disso, é tudo em nome de Deus. Portanto, seria ótimo lugar para quem deseja isso tudo.
Gilberto Pereira Tiriba gptiriba@gmail.com Santos
*
APÓS AS ELEIÇÕES
Ao empurrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação (MEC) para após as eleições, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mostra a quem está a serviço. Uma vergonha esconder do eleitor informações importantes sobre o governo Bolsonaro e suas falcatruas. Não entendo como o Senado Federal, como um todo, que tem a obrigação de fiscalizar o Poder Executivo, se omite com tamanha naturalidade.
Luiz Frid fridluiz@gmail.com São Paulo
*
CPI DO MEC
“CPIzza” do MEC. Vergonha!
J. S. Decol decoljs@gmail.com São Paulo
*
BOM SENSO
Prevaleceu o bom senso de não instalar antes das eleições 2022 o palanque político denominado CPI do MEC que, a exemplo da CPI da Covid, foi perda de tempo e de dinheiro e não deu em nada por excluir Estados e municípios, onde tudo aconteceu. Vê se pode! A insaciável classe política, com R$ 6 bilhões nos dois fundos, ainda quer, por nossa conta e não deles, que banquemos também o palanque político da CPI do MEC.
Humberto Schuwartz Soares hs-soares@uol.com.brVila Velha (ES)
*
CORRUPÇÃO
Qualquer pessoa sensata sabe que a grande corrupção só existe entre os seres humanos civilizados, não se tendo notícia dessa chaga social entre os indígenas e os caboclos interioranos iletrados. E só os apaniguados e acima de qualquer suspeita batem no peito como honestos de fachada e diante dos holofotes da conveniência. Não nos consta como analfabetos os presidentes do Senado e da Câmara federal, bem como os membros das Assembleias Legislativas do Estados, incluindo-se também os ministros do governo e os dirigentes dos bancos públicos e até o presidente da República e os governadores, que estão acima de qualquer suspeita. Tudo é muito estranho.
Bismael B. Moraes bismoraes@uol.com.br Guarulhos
*
A CULTURA DA RIQUEZA
O artigo escrito pelo jornalista Nicolau da Rocha Cavalcanti (A cultura da riqueza e a riqueza das nações, 6/7, A4) deve ser lido, relido, discutido e divulgado por todos os leitores costumeiros e, de resto, por todos os brasileiros que têm "olhos de ver" e sabem que, do jeito que vão as coisas, o Brasil se tornará um país inviável. O autor, de modo lúcido, num texto em que se destaca a preciosa e capitalíssima arte de bem escrever, descreve o modo como as fortunas foram geradas e aplicadas nos países hoje considerados ricos, modo esse, infelizmente, não copiado pelos que hoje são pobres. As autoridades brasileiras, desde as dos tempos coloniais como as de hoje, nunca se preocuparam efetivamente com a vida do povão. O autor traça no artigo uma importante diferença entre as possibilidades do governo brasileiro e as das pessoas abastadas que aqui vivem, no sentido da distribuição não de meras rendas, mas na criação de maiores possibilidades para construção de uma sociedade realmente justa. Tive o privilégio de nascer em Santos, há nove décadas. Como estou só um pouco gagá, consigo me lembrar das instituições que lá existiam, e que eram mantidas e dirigidas por pessoas e/ou empresas que tinham o real desejo de ajudar o próximo e atendiam as carências sociais básicas entre as quais a educação. Instituto Escolástica Rosa, Gota de Leite, Asilo Anália Franco, Asilo dos Inválidos, Sociedade São Vicente de Paula, Centro Espírita Ismênia de Jesus, Albergue Noturno, Lar das Moças Cegas e seu correspondente masculino, Associação Promotora de Instrução e Trabalho (Apit) para Cegos. Essas últimas, autossuficientes, pois fabricavam vassouras, escovas, etc., que eram vendidas por toda a cidade. Haviam outras mas a menção tornaria este escrito muito longo. Compreendo que o mundo era outro, e que os princípios de então não valem mais hoje. No entanto, o que descrevi foi um importante embrião que infelizmente morreu sem ensejar coisas importantes que hoje proporcionariam uma vida melhor para os brasileiros. O caminho da nossa prosperidade passa mais pelos brasileiros ricos e poderosos que pelo governo. Os poderes que regem o Brasil, quer no nível federal ou estadual, vivem dentro de uma bolha hermética, ligada ao povo unicamente por dois cordões umbilicais por onde fluem os impostos e os votos. O resto é para enganar o povo. De lá não se pode esperar nada de bom. Mas no dia em que os ricos empresários do Brasil entenderem que um palácio de cristal construído no meio de um lixão não traz felicidade para ninguém e decidirem influir fortemente nos destinos do País, o Brasil começará a se tornar, realmente, o país do futuro.
Affonso Maria Lima Morel affonso.m.morel@hotmail.com São Paulo
*
CONGRESSISTAS
Parabéns à lucidez e à didática do sr. Nicolau da Rocha Cavalcanti no seu artigo. “Para a eficiência estatal, sempre haverá a necessidade da participação da sociedade" – um exemplo brilhante no texto que deve ser lido de ponta a ponta. Que algum congressista, excepcionalmente (exceção, de fato) dedicado ao País, leve avante suas recomendações!
Pedro Sérgio Sassioto pssassioto@uol.com.br São Paulo
*
PARQUES
Neste país, e em especial na cidade de São Paulo, os últimos governantes estão cada vez mais se eximindo dos deveres de cuidar do município e principalmente dos parques, preferindo terceirizá-los. E o que acontece? As empresas fazem uma "maquiagem" nos parques e passam a cobrar não só entradas abusivas para os tempos atuais, mas para outras atrações dentro dos parques, pois o lucro é o que interessa. Seria interessante que a imprensa fizesse uma matéria com o prefeito e as empresas que assumiram tais parques, pois não basta lucrar com o setor de comidas. Tania Tavares taniatma@hotmail.com São Paulo