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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
9 min de leitura

Guerra comercial

O medo da recessão

As enormes tarifas impostas a cerca de 60 países do globo pelos Estados Unidos geram apreensão dos mercados, insegurança geopolítica, temor de uma recessão global e, quiçá, impopularidade do presidente Donald Trump. Os americanos, sem sucesso, quiseram eleger alguém que estaria disposto a supostamente controlar a inflação, que corrói o poder de compra também naquele país, sobretudo de pobres e remediados. No entanto, as tarifas no médio e no longo prazos resultarão em chagas na sociedade como, notadamente, o desemprego. Com mercados globais parcialmente fechados, sem abundância de suprimentos para as indústrias locais, origina-se a recessão. É o custo do protecionismo, vide a década de 1930 naquele país. O Brasil saiu, a priori, mais favorecido do que outros países (ficou com a faixa mais baixa das tarifas de Trump: 10%). Ocorre que a China tem grande relação comercial com o Brasil e o mundo e está sob pesado cerco tarifário dos Estados Unidos. Seguimos à espera da marcha dos acontecimentos, que não é nada auspiciosa para o mundo.

Elizeu Ferreira dos Santos

São Vicente

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Atoleiro

Make America Great Again (Fazer a América Grande de Novo) era o mote de Donald Trump durante a campanha eleitoral. Depois de acabar com as Bolsas de Valores do mundo, que registraram fortes quedas após retaliação da China ao tarifaço anunciado pelo presidente americano (Estadão, 5/4, B2), talvez Trump deverá trocar seu slogan para Fazer a América Sair do Atoleiro.

Susana Menda

São Paulo

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Gestão da crise

O que nos diz o editorial O Brasil espremido entre EUA e China (Estadão, 7/4, A3) é verdadeiro e catastrófico para a indústria nacional. Fica claro que competitividade é questão de competência, e não de protecionismo. Precisamos de um time altamente qualificado para fazer o País navegar neste momento turbulento – um time com as mesmas qualificações de quem urdiu o Plano Real. Será que temos estes quadros dentro do atual governo?

João Israel Neiva

Cabo Frio (RJ)

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Polarização

Populistas sem projeto

Todo brasileiro com um mínimo de brasilidade deveria ler a entrevista do cientista político Bolívar Lamounier ao Estadão de 7/4 (A10). Ele mostra com clareza como somos historicamente explorados por populistas sem projetos, que nos incitam a uma destrutiva polarização. Por políticos que, mancomunados com uma elite que detém 50% de nossas riquezas, transformam a Constituição numa colcha de retalhos enquanto se omitem na exigência de governabilidade. Bolívar aponta, ainda, para a existência de uma classe média despolitizada, bem como para a ausência de indivíduos com nível intelectual e lucidez que possam propor soluções e alternativas ao nosso mirrado crescimento. Alerta para o contínuo desmonte das engrenagens institucionais, com a administração pública corroída pelo corporativismo e nefastamente combinada com a omissão dos legisladores em corrigir os rumos da Nação. É o retrato perfeito e assustador da nossa realidade.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

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Análise clara

Cumprimento Bolívar Lamounier (7/4, A10) pela clarividência de sua análise sobre as questões que impedem o nosso país de crescer, social e economicamente. Basta-nos entendê-las e discuti-las com nossos representantes, democraticamente eleitos, para mudar o que for preciso e manter o que for bom de fato.

Luiz Roberto Hirschheimer

São Paulo

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8 de Janeiro

Nem oito nem oitenta

Sobre a participação de cerca de 45 mil pessoas no ato pela anistia em São Paulo, vale lembrar que não concordar com Lula não significa, automaticamente, aceitar ser governado novamente por Bolsonaro. Na maior parte de seu discurso, o ex-presidente defendeu a própria inocência e uma eventual candidatura nas próximas eleições, mais do que pedir anistia para os acusados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, que, aliás, é uma proposta rejeitada pela maioria dos brasileiros. Em resposta à suposta justificativa do ato na Avenida Paulista – a prisão de Débora Rodrigues dos Santos –, vale lembrar que há meios legais para contestar as penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Foi um desastre transformar a manifestação num ato de propaganda eleitoral para o ex-presidente.

Omar A. El Seoud

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

ANISTIA

Enquanto 45 mil pessoas compareceram de verde e amarelo na Avenida Paulista, no domingo passado (6/4), para ouvir o ex-presidente Bolsonaro pedindo anistia aos envolvidos na frustrada tentativa do golpe de Estado no 8 de Janeiro, a pesquisa da Genial/Quaest revelou que 56% dos respondentes em todo o País se declaram contrários à medida. Perdeu, Jair.

J. S. Vogel Decol

São Paulo

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FUTURO SELADO

O fiasco de público do ato na Avenida Paulista frustrou a expectativa de Jair Bolsonaro de levar à avenida um milhão de pessoas. Segundo o monitor da USP, haviam 45 mil. A baixa adesão sinaliza fraqueza política do ex-presidente. Pré-condenado e com futuro selado, Bolsonaro vai se tornar página virada na vida política do País. Se o intuito da manifestação era incitar uma revolta popular contra as condenações dos inocentes que depredaram Brasília, a falta de apoio só corrobora os dados da última pesquisa Genial/Quaest, que apontou que 56% dos entrevistados são contra a soltura dos presos. Restrita ao bolsonarismo, fica cada vez mais difícil a sua aprovação.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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ATO ESVAZIADO

A intenção de Jair Bolsonaro em dar ênfase ao seu ato de domingo passado (6/4), na Avenida Paulista, em São Paulo, foi um tiro no próprio pé. A adesão foi só de 25% do que ele está acostumado. Na verdade, era um ato pela sua anistia, mas Bolsonaro só falou mais do mesmo. Atacou o ministro Alexandre de Moraes, atacou seu companheiro de crimes, Lula da Silva, deu recados ao Congresso e, como sempre, disse que foi vítima nas eleições de 2022. Sobre a anistia pretendida, se calou quando percebeu que 56% dos brasileiros são contrários a soltura dos criminosos envolvidos no 8 de Janeiro.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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COMÍCIO PELA IMPUNIDADE

Governador que vai a ato em defesa de criminoso é conivente? Surpreende o limite da corda esticada de pretensos candidatos à presidência do País, revelando que, caso eleitos, estarão pouco afeitos às normas constitucionais. Possuir plataforma política neoliberal, ou mesmo defender pautas retrógradas, é do jogo, mas apologia ao crime continua sendo o que é. Se 40 anos atrás nos emocionávamos ao ver direita e esquerda no mesmo palanque exigindo as “Diretas Já”, hoje a direita não se envergonha em fazer comício pela impunidade.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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GOVERNO FORA DA REALIDADE

O Brasil espremido entre EUA e China (Estadão, 7/4, A3). O Brasil, infelizmente, está prestes a colher o pouco que plantou nas últimas décadas em melhora concreta das nossas deficiências em educação, inovação e produtividade. O que se pode realmente esperar quando o nosso principal negociador na questão das novas tarifas é justamente quem deu aquelas afirmações esdrúxulas sobre a inflação há alguns dias? O governo federal parece viver fora da realidade, sem se dar conta de que o resto do mundo mudou, e muito. Provavelmente, esse verdadeiro desgoverno irá apenas despejar discursos vazios sobre o povo, além de continuar a destinar dadivosas benesses e proteção de mercado a setores econômicos pouco eficientes, mas escolhidos a dedo por qualquer razão. E fará isso, claro, sem refletir adequadamente sobre os efeitos nefastos que isso continuará tendo nos bolsos dos contribuintes e consumidores nacionais. A conclusão inevitável é que temos um governo inapto para sequer entender, quanto mais enfrentar, os gigantescos desafios que se colocam na nova realidade global. Espero que a sofrida população brasileira consiga se manter à tona nesse verdadeiro mar revolto, até que alguém mais competente e voltado ao real desenvolvimento do nosso querido Brasil possa assumir o comando após as próximas eleições. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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PENDURICALHOS

A Terra Brasilis não é para iniciantes. Num dia, o glorioso ministro Dino diz que há penduricalhos demais no Judiciário. Passam dois ou três dias, e o glorioso Luís “perdeu, mané” Barroso, numa canetada, cria mais um. Em quem podemos acreditar? R$ 10 mil para juízes auxiliares por mês. Isso é mais que seis salários mínimos – só de auxílio, fora o salário mensal. E pensar que 60% dos brasileiros sobrevivem com um salário mínimo. É revoltante, pra dizer o mínimo. Realmente, perdemos, mané. Perdemos a compostura, a ética, o bom senso, o equilíbrio e etc.

Renato Amaral Camargo

São Paulo

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JUÍZES AUXILIARES

Barroso cria benefício de R$ 10 mil a juízes auxiliares no STF (Estadão, 6/4, A8). O que dizer aos beneficiados? Resposta: ganhou, mané.

Antonio Eduardo Marques Ricaldi

Itatiba

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NOVO BENEFÍCIO

Estadão respondeu a indignação do ministro Luís Roberto Barroso com propriedade e justeza, a respeito do novo benefício de R$ 10 mil para juízes auxiliares do STF (Fórum dos Leitores, 7/4, A4). Aguardo ansiosamente a réplica do indignado juiz.

Marina Rosa

São Paulo

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GOVERNO LULA

Lula é isso aí (Estadão, 6/4, A3) é um presente que faz o eleitor perceber que este governo não tem nada de novo, vive no passado. A criticada comunicação do governo foi capaz de mostrar ao eleitor um Lula mofado tentando se reerguer com benefícios consolidados, porém não percebe que as pessoas querem mais. Mais autonomia, mais segurança, mais controle da inflação, mais corte de gastos e menos enganação. O que esse governo trouxe de novo? Envolvidos com corrupção no passado estão ocupando cargos de destaques, iludidos de que seriam capazes de iludir o cidadão pagante desses abusos. Na verdade, o que se ouve muito nas rodas de conversas é que esse governo sofre de um esgotamento moral, institucional e cultural quando tenta “dar a volta por cima”, trazendo ideias velhas com nova roupagem. Ao pagante dessa farra, resta recorrer ao velho nariz de palhaço. Este aparece quando vemos os preços nos supermercados, quando vemos milhares de pessoas nas ruas e quando assaltantes tiram vidas por um celular. “Lula é isso aí”.

Izabel Avallone

São Paulo

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TEIMOSIA DE LULA

Na cerimônia que aconteceu no Parque do Xingu, em que o cacique Raoni foi agraciado pelo presidente Lula com a Ordem Nacional do Mérito, o líder indígena afirmou: “Estou sabendo que, na Foz do Amazonas, o senhor está pensando no petróleo que tem lá debaixo do mar. Eu penso que não. Porque essas coisas, da forma como estão, garantem que a gente tenha um meio ambiente, a terra com menos poluição e menos aquecimento. (...) Se isso acontecer, eu sou pajé também. Eu já tive contato com os espíritos, que sabem dos riscos que a gente tem de continuar trabalhando dessa forma, de destruir, destruir e destruir”. Não sabemos em detalhes qual a crença religiosa de Lula, tampouco se ele levou a sério a fala de Raoni. Mas uma coisa é certa: a teimosia do presidente é tamanha que nem os espíritos conseguem fazê-lo mudar de ideia.

Luciano Harary

São Paulo

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ELEIÇÕES 2026

Quem nós gostaríamos de eleger para nos representar? Uma pessoa íntegra, de caráter e que não vai querer levar vantagem em cima das nossas contribuições para o serviço público. Será que hoje temos alguém assim? As nossas discussões estão girando em torno de apenas dois nomes, que não possuem nenhuma dessas qualidades. Será que a corrupção e o mau-caratismo estão tão enraizados na nossa política que não conseguimos achar ninguém para nos representar? Muito triste.

Claudia Lebovits

São Paulo

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CORTE DE CRÉDITO

Proibição de apostas de quem recebe Bolsa Família divide setor (Estadão, 4/5, B6). Em agosto de 2024, o Banco Central (BC) divulgou que beneficiários do programa gastaram R$ 3 bilhões com apostas via Pix. Se o BC tem esses dados, com CPF, número do benefício e localidade, é muito simples resolver: basta cortar o crédito dessas famílias temporariamente e esperar a grita geral. Mexeu com o bolso, mexeu com tudo. Portanto, pode não causar impacto relevantes no mercado bilionário de apostas, mas, no mercado dos víveres, com a inflação cavalar que passamos, qualquer dinheiro faz muita diferença. Adotando essa medida drástica, quem está fora das apostas não entra, e quem está dentro vai pensar duas vezes antes de fazer novas bets.

Sérgio Dafré

Jundiaí

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FISCALIZAÇÃO DO BC

Interessante o que passa despercebido nos temas que chamam a atenção da imprensa, como eventuais inconformidades na venda do Banco Master. Recentemente, quase fui vítima de um golpe solicitando a transferência de recursos para uma conta no Banco Will, desconhecido para mim e, acredito, para a grande maioria dos brasileiros. O que se constata é que a capacidade de fiscalização do Banco Central, infelizmente, é nula, tanto no que se refere aos grandes números – que é o que chamou a atenção da imprensa – quanto ao banco ser indicado para golpistas que pedem para efetuar transferências bancárias. Infelizmente, fazer vista grossa parece ser a praxe da fiscalização.

Arthur de Almeida Jr.

São Paulo

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POUPATEMPO

José Eduardo Franco dos Reis, vulgo juiz Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, precisou ir ao Poupatempo da Sé, em São Paulo, para que fossem identificados dois registros diferentes, porém com as mesmas digitais. Sugestão: que tal todos os funcionários públicos municipais, estaduais e federais passarem pelo Poupatempo? Vamos nos surpreender.

Tania Tavares

São Paulo

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JUIZ LORDE

Certamente é curioso o caso de um juiz de Direito que tomava chá da tarde e falava com sotaque fabricado. Muito menos divertido são os casos de juízes que usam apenas um nome e proferem decisões conforme motivos insondáveis.

Jorge João Burunzuzian

São Paulo

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