Com a produção de 257,8 milhões de toneladas, prevista no último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o período, a safra brasileira de grãos 2019/2020 registrará novo recorde, reafirmando o bom desempenho do setor num período de grandes dificuldades para a economia.
O resultado é 4,5% maior do que o da safra anterior. Como a área plantada teve aumento um pouco menor, de 4,2%, mais uma vez a agricultura brasileira registrará ganho de produtividade, desta vez de 0,3%. Nesta safra, a produtividade será de 3.912 quilos por hectare, quase 70% maior do que a de 15 anos antes (de 2.339 kg/ha).
Como ainda faltam os resultados das culturas de inverno, principalmente o trigo, e a inclusão de dados de algumas regiões, os números finais podem ser diferentes dos agora anunciados. Mas não alterarão o quadro geral, de bom desempenho no ano em que a economia mundial foi severamente afetada pela pandemia.
Há um conjunto de recordes para diferentes culturas. A soja, o principal produto agrícola do País, por exemplo, deve alcançar produção recorde de 124,8 milhões de toneladas. Esse resultado posicionará o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa, à frente dos Estados Unidos.
Também o milho deve registrar novo recorde, com produção de 102 milhões de toneladas. O número final ainda depende das lavouras das áreas do Nordeste e de Roraima cujos resultados ainda não foram contabilizados. Outra cultura que deve registrar produção recorde é a do algodão em pluma. O total deve chegar a 2,93 milhões de toneladas, 4,2% mais do que a produção da safra anterior.
Os dados sobre produção, importação, exportação e estoques de arroz deixam claro que não há nenhum problema de abastecimento desse cereal no País. A produção deve alcançar 11,2 milhões de toneladas, com aumento de 6,7% sobre a safra anterior. A colheita está praticamente encerrada, sendo 10,3 milhões de toneladas de áreas de cultivo irrigado e 900 mil toneladas de plantio de sequeiro.
A Conab observa, com razão, que, mesmo com a liberação da importação do arroz autorizada pelo governo na tentativa de conter preços, a balança comercial do produto (exportação menos importação) deverá ser superavitária. O estoque do produto no final da safra será muito próximo do registrado no final da safra anterior.