O superávit de quase US$ 5 bilhões da balança comercial em setembro foi inferior ao de US$ 5,2 bilhões de setembro do ano passado e ficou abaixo da média das expectativas dos agentes econômicos. Ainda assim, foi suficiente para contribuir para o equilíbrio do balanço de pagamentos e preservar a situação cambial favorável do País.
Os saldos comerciais positivos de US$ 42,6 bilhões dos primeiros nove meses do ano e de US$ 56,4 bilhões dos últimos 12 meses caíram 19,9% e 13,9% em relação aos primeiros nove meses de 2017 e aos 12 meses anteriores, até setembro de 2017.
O comércio exterior está mais dependente da China, cujo peso é crescente nas exportações e nas importações do País, e da Argentina, com participação declinante nas exportações, em especial de veículos.
Entre os primeiros nove meses de 2017 e de 2018, a participação da China nas exportações brasileiras aumentou de 24,3% para 27,8%, enquanto o peso das vendas para a Argentina declinou de 7,8% para 7%, atingindo apenas 4,9% em setembro, em decorrência do agravamento da situação econômica do país vizinho.
Cotações mais favoráveis de petróleo e maior demanda de soja ajudaram o comércio exterior, mas não bastaram para manter em bom ritmo o crescimento das exportações em geral. As exportações de itens básicos cresceram 21,1% entre setembro de 2017 e setembro de 2018, favorecidas pelo petróleo em bruto, soja em grão e farelo de soja, minério de ferro, carne bovina e café em grão. Mas o crescimento das vendas de semimanufaturados no período foi de apenas 3% e caíram 4,2% as exportações de manufaturados.
Pelo critério de média por dia útil, as exportações brasileiras em 2018 foram de US$ 946,8 milhões, 8,1% acima de igual período de 2017. Já as importações avançaram 21,6% pelo mesmo critério, alcançando US$ 719,9 milhões em 2018. O destaque veio das importações de bens de capital, que cresceram 82,9% neste ano, em relação ao período de 2017.
O comércio exterior brasileiro sofre fortes oscilações derivadas da evolução da economia global. Entre setembro de 2017 e setembro de 2018, o peso das exportações para a Ásia avançou de 35,3% para 38,4% e, para os Estados Unidos, de 12,1% para 14%. Mas as vendas para a América do Sul estão em queda, sem perspectivas favoráveis no curto prazo.