Mas chocolate enveredou pelos caminhos mais gastronômicos e sérios dos altos teores de cacau, tornando o outrora doce em um produto com nuances terrosas, toques de acidez, variações do terroir de origem. E acabou a dupla automática com os Banyuls.
Provei diferentes barras com cada vez maior porcentual de cacau, até o insuportável 100%, que para mim já deixou de ser chocolate, é quebradiço, sem untuosidade e como mastigar um torrão de terra muito amargo.
Quinta Ruban Glenmorangie, um alívio para a língua depois do amargor do chocolate 100% cacau. FOTO: Reprodução
Para eles foi preciso ir aumentando o grau alcoólico das bebidas e diminuindo a presença de adocicado no líquido. Até 40% de cacau os vinhos Madeiras foram bem. De 40 a 80% ficou bom o brandy espanhol Torres e o 100% só encontrou parceria no single malt, no caso, um Quinta Ruban Glenmorangie, mais como um alívio para a língua que exatamente uma harmonização.