Nada pode ser mais simples e fácil do que comprar de ovos de Páscoa, certo? Errado. Os tempos mudaram.
Nem pense que você vai entrar na loja, dar uma checada nos preços e escolher entre ao leite, meio amargo, crocante ou recheado. Você terá de escolher porcentagens, procedência das sementes e da pasta de cacau, quantidade de manteiga de cacau, tipo de casca, tipo de recheio, cor e formato da embalagem e por aí a fora. Ufa!
Sem uma bula com orientações você vai ser assaltado por dúvidas hamletianas ao escolher um ovo para o sobrinho de seis anos, que adora Diamante Negro!
Se quiser sobreviver nesse mar de chocolate é bom adquirir alguns conhecimentos prévios ou levar cola. Caso contrário, na hora da compra, entre nomes cabalísticos como Callebaut, Valrhona, Belcolade e Cacao Barry, entre chocolates com 60%, 70% ou 80% de cacau, entre cacau da Bahia, do Equador, da Costa do Marfim ou de Madagascar você corre o risco de se sentir como o asno de Buridan e sair de mãos abanando.
E nada de ir pegando aquele ovo jeitoso que, ainda por cima, está em oferta, só para se ver livre do abacaxi. Faça as coisas direito. Primeiro matricule-se num curso sobre chocolate ou pesquise na Internet sobre o assunto para não entrar na loja como analfabeto em livraria. Feliz eu que, para horror dos entendidos, gosto mesmo é do ovo Nestlé ao Leite, à venda em qualquer super mercado.
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