Elas podem não ser as protagonistas da Páscoa por aqui, mas as colombas têm, sim, uma legião de fãs, que aguardam ansiosamente a chegada dessa época do ano para se deliciar com esse pão doce de massa leve e úmida, com aquela crostinha característica, que agrega sabor e crocância ao conjunto – e a prova disso é que cada vez mais padarias artesanais têm investido na sua fabricação.
Diante dessa oferta, que só aumenta ano a ano, o Paladar realizou, pela segunda vez consecutiva, a degustação de colombas pascais para eleger as melhores amostras da temporada. Em 2025, 13 marcas foram colocadas à prova de um júri de peso, formado pela influenciadora Ana Carolina Varandas, pelo chef e pastaio Joey Lim, da Shihoma Deli, a padeira Hanny Guimarães, da Lida, a confeiteira Luiza Lazer, da Lu Lafer Doces, o chef Mário Santiago, do restaurante Lena, que deve abrir em breve em Pinheiros, e a padeira Taís Gomes, da Nina Farina.

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Colombas de frutas, fossem elas artesanais ou industrializadas, entraram na seleção. O recheio até poderia ter o completamento de chocolate (amargo, ao leite ou branco), desde que ele fosse em gotas. Receitas recheadas ou cobertas com creme ficaram de fora.
Como foi realizado o teste?
Como em todas as provas realizadas pelo Paladar, a reportagem fez um levantamento das marcas disponíveis no mercado e, nos dias anteriores ao teste, as amostras foram adquiridas. Como, desta vez, o teste foi realizado muito antes das colombas chegarem no mercado, excepcionalmente, encomendamos os produtos diretamente com algumas marcas, ou seja, elas sabiam que suas colombas seriam submetidas a um teste, mas o júri não tinha conhecimento de quais marcas fariam parte da seleção. Lembrando que o Paladar Testou é uma iniciativa 100% editorial.
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Para garantir o “anonimato” das colombas pascais, elas foram tiradas de suas respectivas embalagens antes de irem parar na grande mesa de degustação, onde foram identificadas apenas por números.
As três melhores colombas de 2025
CASA SANTA LUZIA
“Surpreendente na leveza, sabor e beleza”, definiu um jurado. “A massa [cravejada de laranjas confitadas] é uma nuvem que derrete na boca”, cravou outro. “Melhor do dia, compraria para a minha mãe”, complementou outro membro do júri. E para não deixar dúvidas: “onze de dez!”. Precisa dizer mais alguma coisa sobre a colomba que arrematou o Selo Ouro nessa degustação do Paladar? – R$ 190; 680g

OLI PANE
“Elegante”, “o clássico muito bem feito” e “dá vontade de comer mais e mais” foram alguns dos elogios rasgados pelos jurados para essa colomba, que conquistou o Selo Prata nesta degustação do Paladar. E não à toa: ela entregou uma massa leve, naturalmente aromática, saborosa, equilibrada no açúcar e uma crostinha no topo de dar inveja – R$ 109; 600g

LE BLÉ
Por fora, uma bela colomba de topo alto, cravejado com pérolas de açúcar. Por dentro, a expectativa (que era muito alta!) é satisfeita: massa leve, úmida, cheia de alvéolos, sabor amanteigado com um tiquinho de acidez e com frutas de boa qualidade bem distribuídas. “Está de parabéns”, afirmou um jurado (R$ 119; 550g)

As 13 marcas, na avaliação do júri, listadas em ordem alfabética

Triste ver que a marca que popularizou a colomba pascal por aqui não foi nada bem no teste. Com massa pesada, pobre em frutas, com sabor e aroma artificiais, a amostra desagradou o júri. “E ainda tem um retrogosto amargo”, reclamou um jurado – R$ 23,99; 400g
“Surpreendente na leveza, sabor e beleza”, definiu um jurado. “A massa [cravejada de laranjas confitadas] é uma nuvem que derrete na boca”, cravou outro. “Melhor do dia, compraria para a minha mãe”, complementou outro membro do júri. E para não deixar dúvidas: “onze de dez!”. Precisa dizer mais alguma coisa sobre a colomba que arrematou o Selo Ouro nessa degustação do Paladar? – R$ 190; 680g
A massa úmida e leve, muito elogiada pelos jurados, foi prejudicada pelas frutas cristalizadas (limão-siciliano, laranja, cidra e cereja), que “poderiam ter mais qualidade”. Um leve retrogosto artificial também tirou pontos da colomba Macedônia – R$ 125; 500g
Uma colomba vistosa – o topo alto, cravejado de amêndoas e pérolas de açúcar, chamou a atenção dos jurados – e naturalmente aromática. Mas, na boca, acabou decepcionando por conta da massa mais densa e um tanto seca, e pelo sabor das frutas (damasco italiano, uvas passas brancas e cranberry) – R$ 138,60; 500g
A massa pesada, seca, sem aroma e enjoativa tirou essa amostra do páreo – R$ 145; 700g
Por fora, uma bela colomba de topo alto, cravejado com pérolas de açúcar. Por dentro, a expectativa (que era muito alta!) foi satisfeita: massa leve, úmida, cheia de alvéolos, sabor amanteigado com um tiquinho de acidez e frutas de boa qualidade bem distribuídas. “Está de parabéns”, afirmou um jurado. Por conta disso tudo (e mais um pouco), a amostra conquistou o Selo Bronze na degustação do Paladar – R$ 119; 550g
Não fosse a textura densa da massa, “que mais parece a de um bolo”, essa colomba, que é aromatizada com mel de abelha jataí, limão-siciliano e baunilha, teria se saído melhor nessa degustação, já que o aroma e o sabor da amostra foram elogiados pelos jurados. Destaque para os figos embebidos no mesmo mel nativo, que trouxeram um toque especial ao conjunto – R$ 160; 500g
A massa macia e amanteigada, que lembra um brioche, é cravejada de laranjas confitadas e uvas passas. Mas parece que algo deu errado no preparo dessa colomba, que entregou um sabor amargo e estranhamente salgado – R$ 89; 550g
A ousadia na escolha das frutas – morango, abacaxi, cupuaçu, cranberry e passas – conquistou os jurados. Além disso, a colomba dessa padaria artesanal ainda estava bonita, bem assada, equilibrada e saborosa – sem falar na crostinha crocante. Perdeu pontos por um pequeno deslize: o interior da colomba estava um pouco seco – R$ 98; 550g
“Elegante”, “o clássico muito bem feito” e “dá vontade de comer mais e mais” foram alguns dos elogios rasgados pelos jurados para essa colomba, que conquistou o Selo Prata nesta degustação do Paladar. E não à toa: ela entregou uma massa leve, naturalmente aromática, saborosa, equilibrada no açúcar e uma crostinha no topo de dar inveja – R$ 109; 600g
Foi por pouco que a colomba dessa padaria artesanal, com massa cravejada de figos, damasco, amêndoas e chocolate branco, não entrou no pódio. Os jurados não economizaram elogios: naturalmente aromática, macia, doce na medida e “com frutas grandes e chiques”. Só perdeu uns pontinhos por ter passado um tiquinho a mais no forno – R$ 135; 700g
A massa macia, úmida e equilibrada, e a combinação infalível do cupuaçu com chocolate, conquistou os jurados. “É uma boa colomba, mas falta algo para ser incrível”, definiu um jurado – R$ 135; 600g
O visual desprovido de qualquer capricho entrega o que de fato é essa colomba: pesada, enjoativa, com sabor artificial, “que gruda na boca” e retrogosto amargo – R$ 18;49; 360g