Unir e conquistar

Unir e conquistar

Publicado por: Marcel Miwa Publicado: 07/04/2025 14:13 Visitas: 987 Comentários: 0

Ainda na linha dos Douro Boys, que tratamos na semana passada, e listamos outras associações de produtores na mesma linha, nesta semana seguiremos no tema que merece destaque. Os grupos e associações de produtores algumas vezes podem dizer mais sobre o perfil do produtor que a simples pontuação de um rótulo.

Na América do Sul, também existem iniciativas do gênero e, inclusive, uma das mais restritivas: caso do projeto Vigno. A iniciativa chilena nascida em 2010 reúne mais de uma dúzia de produtores que visam manter o patrimônio histórico da variedade carignan no vale do Maule.

Para a vinícola produzir um rótulo Vigno, o vinho deve ser feito com o mínimo de 85% de carignan, plantada no Maule, a partir de videiras com 30 anos de idade mínima e sem irrigação. Os vinhos também devem passar por um estágio mínimo de 24 meses em tanques ou barricas (inox, madeira ou garrafa) e o rótulo deve trazer a palavra Vigno com maior destaque (tamanho da fonte maior que a de qualquer outra informação).

A associação está completando 15 anos de existência e segue em pleno vigor, com muitos nomes de “peso" dentro do projeto, vide Baron de Rothschild, Morandé (Bodegas Re), Undurraga, Garage Wine Co., Odfjell, Miguel Torres, etc.

Inspirado no sucesso de Vigno, o enólogo Ricardo Baettig, de Morandé, lançou o rótulo Casatinta para convocar os produtores do vale de Casablanca a apostarem no potencial da zona para produção de vinhos tintos (e não apenas o manjado sauvignon blanc). Segundo o enólogo, há tradição, vocação e qualidade para isso; já identificada por Pablo Morandé há mais de 40 anos.


MOVI (Movimento dos Vinhateiros Independentes:) em busca da origem perdida

No mesmo Chile, o MOVI (Movimento dos Vinhateiros Independentes) nasceu em 2009, com 12 vinícolas com abordagem jovem e quase rebelde, dentro do cenário conservador do Chile. Suas feiras ficaram conhecidas por terem a cara de um festival, com muitas bandas, foodtrucks e um espírito de irmandade entre os produtores. Não raro, quando um representante não podia comparecer ou tinha que sair da mesa era representado por um colega de outra vinícola que conhecia tão bem o projeto do amigo que apresentava como se fosse o próprio. O movimento passou por diversos ciclos de expansão, confusão, encolhimento… hoje busca recuperar suas origens e entre as 37 vinícolas associadas estão algumas joias como Trapi, Villard, Erasmo e Attilio & Mochi (de um casal de brasileiros).


“Novos Talentos”: uma nova geração do vinho brasileiro

No Brasil, a recente iniciativa batizada “Novos Talentos do Vinho Brasileiro”, reúne as vinícolas Iribarrem, Cristofoli, Garbo, Cave Antiga, Foppa & Ambrosi e Monte Sant’ana - empresas jovens ou comandadas por uma nova geração - que promovem intercâmbio técnico e cultural entre si e, mais importante, se juntam para otimizar a logística das garrafas para chegar a mais mercados no Brasil. As apresentações começaram por Floripa e Balneário Camboriú, e já passaram por São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Vitória e Recife.

Naturebas: o sucesso dos vinhos naturais completa 13 anos

Ainda no Brasil e dentro de um perfil internacional, mas que ainda não se tornou uma associação, a Feira Naturebas se aproxima do trabalho feito pela feira britânica RAW ou das já mencionadas Renaissance des Appellations e Triple A. O tema da Naturebas (vinhos naturais) é compreendido pelos visitantes (que são muitos), faltando apenas uma formalização dos requisitos de práticas mínimas seguidos pelos produtores para a criação de uma chancela. Aliás, vale colocar na agenda e correr atrás dos ingressos, a Feira Naturebas ocorre nos dias 21 e 22 de junho, na Bienal do Parque Ibirapuera (SP).

Tags: Guia dos Vinhos, Marcel Miwa, Vigno, Naturebas, MOVI

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