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Degustação Grupo Amarante - Portugueses Tintos

"Tintos do primeiro time" foi o tema da reunião do grupo Amarante numa de suas últimas reuniões, no excelente Antiquarius. Participaram os confrades José Oswaldo Amarante, o "chefe" do grupo, Jorge Carrara, o Elie Karman, Isídio Caliche e o José Rui Sampaio. Também presente, um convidado muito especial, o amigo Guilherme Rodrigues, de Curitiba, que comanda as degustações de revista Gula, um grande conhecedor de vinhos especialmente portugueses. A degustação foi boa, mas não chegou a entusiasmar. Num nível desses, não se espera vinhos apenas bons, mas sim de ótimos para cima. Como sempre, vinhos provados às cegas. Cada participante leva a sua garrafa e a identidade dos vinhos só é revelado após a transmissão das notas. Em todo caso, pelo menos três no primeiro time. As minhas notas e considerações: Aurius 2001 92/100 pontos Um vinho da Quinta do Monte d´Oiro, da Estremadura, feito com as uvas Syrah (majoritária, Touriga Franca e Petit Verdot). Um corte esquisito, que começa nas Côtes du Rhône (Syrah), passa por Portugal (Touriga Franca) e termina em Bordeaux (Petit Verdot). Dei 92 pontos. Aroma com bastante carvalho, mas com espaço para frutas. Especiarias. Elegante, fino e macio. Final um pouquinho amargo. Um vinho bastante longo e equilibrado, apesar dos 14% de álcool. Preço: 109,90 (preço do início de novembro). Herdade Perdigão Reserva 200091/100 pontos Um Vinho Regional Alentejano de muita classe. Aroma e boca de vinho evoluído. Evocou um Bourgogne velho. E só tem sete anos. Aroma com algo de queimado, lembrando alcaçuz e licor de cacau. Elegante, complexo e muito longo. Deixou sensação agradável e longa na boca. Quinta do Monte d´Oiro Reserva 2003 90/100 pontos Do mesmo produtor do Aurius, José Bento dos Santos, na Estremadura. Um pouco mais barato que o Aurius (US$ 99,95). Feito basicamente com a Syrah. Bastante marcado pela madeira. Na primeira impressão, madeira demais. Depois, o vinho foi ficando mais redondo e deixando aflorar as frutas. Mesmo assim, muito coco no aroma. Na boca, começou muito bem, mas ficou um pouco rústico e deixando perceber o álcool. Mas deixou ótima sensação na boca. 14,5% de álcool. Um pouco abaixo: Batuta 2004 89/100 pontos De certa forma decepcionou, pois se esperava mais de um vinho sempre citado entre os melhores do Douro. Feito por Dirk Niepoort, um craque, com uvas de vinhedos velhíssimos. Um vinho bastante caro (US$ 179,50). Muito novo. Deve evoluir. Aroma com algo vegetal na primeira impressão. Também bastante chocolate, cacau. Encorpado, potente e meio tânico. 14% de álcool. Torre do Esporão 2004 87/100 pontos Um vinho do Alentejo do excelente produtor Herdade do Esporão. Também ainda novo. Excelente aroma. Bastante intenso e complexo. Pior na boca, onde começou bem, mas depois ficou um pouco tânico. Meio pesadão. O Amarante disse que lembrou um Porto, o que para ele é um defeito. Redondão, sem muito frescor. O álcool aparece demais. Final um pouco duro. 14,5% de álcool. Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2005 87/100 pontos A Quinta do Crasto é um produtor de elite do Douro. Este é de uma linha intermediária e não na elite dessa quinta. Um vinho agradável, com aromas com toques vegetais e de chocolate. Algo de especiarias (anis). Na boca, gostoso, mas meio redondão demais. Um pouco alcoólico e sem frescor. 14% de álcool. Quinta do Ribeirinho Pé Franco 1997 85/100 pontos A grande decepção da noite. Talvez problema com essa garrafa. Talvez envelhecido demais em condições não ideais. É tido como um dos grandes tintos de Portugal, feito com a uva Baga na Bairrada pelo grande produtor Luis Pato, um ícone em Portugal. Videiras não enxertadas, como eram antes filoxera. Depois dessa praga, no século XIX, todas as videiras européias passaram a ser enxertadas em raízes de uvas americanas, resistentes ao pulgão. Aroma diferente, lembrando ameixas. Também apareceram toques nitidamente florais, talvez hortênsias. Na boca, vegetal e com final tânico e algo amargo. Deixou a boca seca. Talvez o peso da idade. 13% de álcool. Incógnito 83/100 pontos Um Vinho Regional Alentejano do bom produtor Cortes de Cima. Ele é feito coma Syrah, o que justifica o seu nome. Quando foi lançado, não se podia usar a uva Syrah no Alentejo. Então, o produtor colocou o nome Incógnito e apresentou a Syrah num acróstico no contra-rótulo. Eu sempre gostei deste vinho, mas esta garrafa estava muito fraca. Aroma lembrou nitidamente a marmelada. Depois, começou a apresentar frutas tropicais, notadamente a manga. Sem frescor. Desequilibrado. Bastante álcool. 14,5% de álcool. Após a degustação às cegas, provamos um ótimo Dão Quinta da Pellada. Estágio Prolongado 2000. Um dos destaques de Portugal. Elegante e gostoso. O nome indica que ele passou um bom tempo em barricas de carvalho, que deixam a sua nota. Finalmente, um Porto Fonseca de 1927, que o Elie Karman levou. Difícil de descrever essa maravilha. Equilibrado, longo e espetacular.

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