O Jules Verne oferece uma vantagem ímpar: a transformação de um passeio turístico num programa gastronômico. O restaurante fica no segundo piso da Torre Eiffel. O programa começa no elevador privativo, envidraçado. No desembarque, a visão que se tem é a da moderna cozinha, ali se faz a finalização dos pratos; a preparação é feita na cozinha do subsolo, onde também está a adega com 80 mil garrafas. A decoração do restaurante não é lá essas coisas, teto preto, carpete bege-escuro, poltronas de couro. Mas com as paredes de vidro voltadas para Paris ninguém olha isso. Como boas-vindas, o maître traz um amuse-bouche notável, um creme espesso de abóbora e vieiras, com trufas picadinhas, morno. Seguem-se as endívias assadas com presunto e servidas com delicado molho de trufas e uma impecável terrine de foie gras e peito de frango prensado com trufas picadinhas e molho de trufas. vieiras com macarrão gratinado; lagostins grelhados no ponto escoltados por uma delicadíssima mousseline de ervilhas - esse foi o prato mais impressionante do almoço. Leve, com intenso sabor de ervilhas frescas de um verde bem vivo num belo contraste com os lagostins avermelhados. Na sobremesa, suflê de chocolate ao leite, escoltado por sorvete de baunilha. Abre de dia e de noite, mas o maître diz que o melhor momento para estar ali é às 7 da noite, quando o sol está se pondo e as luzes da cidade já estão acesas.