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Opinião|Pessoas são o que mais importa agora, e não há tecnologia que as substitua

Não há como empreender se as pessoas envolvidas não tiverem propósito: em quem confiar, com que perfil de franqueados contar? A tecnologia fez com que muitos esquecessem que ela é um meio, não o fim

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Por Ana Vecchi
Atualização:

Mais que empresas vitoriosas foram os setores que determinaram quem lidaria melhor, ou não, com a quarentena por conta do novo coronavírus. E para isso não bastou apenas ter os melhores recursos tecnológicos.

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A cada crise surgem gurus que tudo sabem e podem receitar fórmulas que darão certo para que as pessoas e empresas consigam evitar quebradeira, recolocar profissionais, diminuir a inadimplência, até quando o causador de uma crise é um ser desconhecido, invisível e que conseguiu, infinitamente, mais do que qualquer vidente ou astrólogo tenha previsto.

Como profecias, as sugestões do que e como fazer para empreender, para gerar empatia com equipe e clientes, experimentar novos canais de vendas, estão sendo apresentadas em lives, mesas redondas e cursos online aos montes, por algumas autoridades em assuntos que nem vivenciaram, estudaram ou colaboraram como funcionários. E, espremendo todos os lindos frutos apresentados, os sucos já estão muito similares, as receitas mudam um ou outro ingrediente, mas o gosto insosso se repete. Lógico que há muito conteúdo bom e inspirador, mas não na quantidade a que temos sido expostos ou convidados.

Agora descobriram que os clientes devem ser ouvidos, que tudo será online e o presencial jamais voltará a existir, que o consumidor, o gestor, a equipe ou o time mudaram em todos os sentidos assim como a maneira de se locomover, onde trabalhar: como, com quem ou sem quem, que o mundo passará a exercitar o consumo consciente, a sustentabilidade, a justiça, deixará de ser preconceituoso e racista, não haverá mais competição entre pessoas de uma mesma equipe, vamos todos ajudar, uns aos outros, porque já temos exemplo de vizinhos que ajudam senhorinhas de mais de 80 anos a levarem o lixo para o lixo. Fantástico este exemplo, não?!

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A pandemia impulsionou mudanças que estavam para acontecer há tempos, mas eram adiadas por não serem consideradas prioridades. Foto: Black Illustration

Nos surpreende e causa comoção porque não era normal prestar este tipo de ajuda, até 45 depois de isolamento social. E precisamos ficar cerceados para nos tornarmos melhores pessoas. Você acredita, realmente, que será tudo assim? E que as empresas com tecnologia foram mais eficazes que as que têm menos recursos, como regra geral? A importância da tecnologia fez com que muitos esquecessem que ela é meio para alcançarem seus objetivos, metas, novas formas de gerir negócios e alcançar os clientes ou consumidores.

Há setores que foram favorecidos pela crise, mais do que outros. Há empresas que reagiram mais rápido que outras. E há pessoas que facilitaram e abriram caminhos e outras que, simplesmente, se recusaram a reagir, ajudar, encontrar saídas e, ainda, empataram o tempo de líderes e pares, empacaram os processos que trariam bons resultados à cadeia de valor de empresas e das redes franqueadas.

Pessoas.

Nelas é que encontramos muitas das respostas de porque deu certo para uns e não para outros. São elas que apertam os botões da tecnologia ou o botão "dane-se". Elas que procuram um culpado ou assumem a liderança para as soluções. Muitas delas acreditam, têm fé e esperança, enquanto tantas outras desconfiam, querem ficar na zona de conforto mais desconfortável que possa existir.

Com tanta informação que temos recebido da Organização Mundial da Saúde, ainda vemos quem sai sem máscara e te olha, com olhar de superioridade e os que saem de máscara, um potinho de álcool em gel pendurado na roupa e te cumprimenta com a cabeça e olhos sorrindo, sem nunca ter te visto na vida.

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Pessoas.

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Em quem confiar para empreender junto? Em que tipo de negócio pode-se pensar neste momento? Com que perfil de franqueados contar para enfrentar crises e mudanças? Qual franqueadora apresenta a melhor equipe, engajada em um propósito maior que receita, lucro, vaidade, ego? Quem constrói uma marca? Quem assume responsabilidades?

Ao longo de anos, com todas as adaptações e evoluções que foram se mostrando necessárias, faço uso de uma ferramenta de análise de perfil (APCP) que me mostra, claramente, como são as pessoas, quais as soft e hard skills - habilidades que apresentam e podemos enxergar se serão franqueadoras, franqueadas, empreendedoras individuais, sócias, heads de startups e se devem continuar buscando se recolocar ou mudarem de emprego. Há as que vejo que estão em transição de momento de vida e precisam da mentoria para decidir qual o melhor caminho.

Descobrir quem são estas pessoas, suas habilidades e ajudá-las a se descobrirem é simplesmente maravilhoso! Estou com alguns mentorados, neste momento, mas não vou poder deixar de citar as 3 engenheiras às quais estou finalizando um processo de orientação para escolha em que e como empreender, sendo que as 3 serão sócias.

Cuidei para que haja, inclusive, a chance de não se entenderem e como poderão sair dos negócios, que estão se aprofundando para conhecer o que significa empreender, sem rusgas, brigas ou disputas financeiras. Hoje está tudo bem entre elas, ainda que em um mundo em forte turbulência. Eu que tenho que estudar os cenários reais, pessimistas e otimistas para elas.

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Portanto, há no que empreender em franquias, ou não, principalmente se todas as pessoas envolvidas tiverem o mesmo propósito de vida. Quem está fazendo diferença no mercado atual são franqueadores que estabelecem relacionamento positivo e transparente com suas redes.

Pessoas.

Não há recurso tecnológico que as substitua por completo.

P.S.: às 10h desta sexta-feira (22), participarei ao vivo de mesa-redonda da Associação Brasileira de Franchising (ABF): Aprendizados e oportunidades para a retomada no segmento de Casa e Construção. Acesso e inscrição pelo site.

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* Ana Vecchi é consultora de empresas, CEO na Ana Vecchi Business Consulting, professora universitária e de MBAs, pós-graduada em marketing e com MBA em varejo e franquias. Atua no franchising há 28 anos em inteligência na criação e na expansão de negócios em rede.

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