Levantamento da Unesco aponta que o setor cultural está entre os que mais crescem no mundo, respondendo por 6,1% da economia mundial. As indústrias cultural e criativa produzem, juntas, um faturamento anual de US$ 2,25 bilhões e geram quase 30 milhões de empregos no globo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Cultura, a economia criativa responde por 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) e emprega cerca de 7,5 milhões de pessoas nas mais de 130 mil empresas formalizadas. A potência econômica e social desse mercado pode ser traduzido, também, pelo combate à desigualdade pela via da inclusão produtiva.
Com o objetivo de fomentar o empreendedorismo musical, criativo e cultural liderado por jovens de 18 a 35 anos – que atuam nos diferentes segmentos da Economia Criativa Periférica –, o negócio de impacto A Banca criou o programa “Elas no Corre - Potencialidades da Periferia”.
Além da formação, a iniciativa concederá uma bolsa de R$ 2 mil para 30 selecionadas, ao final do programa, mediante participação em pelo menos 75% dos encontros. Em sua terceira edição, a iniciativa conta com o apoio do Programa de Ação Cultural de São Paulo (ProAc) e parceria estratégica da AMBEV.

Fundado em 1999 no Jardim Ângela, bairro da zona Sul de São Paulo, A Banca atua para fortalecer a economia criativa nas periferias do Brasil, criando oportunidades reais para quem movimenta a cultura e o empreendedorismo nos territórios. Com foco em diminuir as desigualdades sociais e econômicas no Brasil – a partir do desenvolvimento de projetos inovadores e apoio ao empreendedorismo nas periferias –, a empresa tem por missão colaborar com a transformação socioeconômica e cultural, diminuindo as barreiras sociais.
Em conversa com Fabiana Ivo, gestora operacional de A Banca, ela conta que o programa “Elas no Corre” tem apoiado a jornada de mulheridades – cis, trans e outros gêneros que se percebem como mulheres – na busca de soluções financeiras reais. “Estamos falando de mulheres que buscaram na própria criatividade outras formas de gerar renda a partir do próprio talento e dentro da Economia Criativa das Periferias. Embora elas criem, inovem e movimentem a cultura, muitas vezes fazem isso sozinhas, sem apoio ou acesso a informações essenciais para crescer no mercado. O Elas no Corre foi criado, então, para contribuir na mudança desse cenário, oferecendo formação qualificada e um incentivo financeiro para que essas trabalhadoras da economia criativa possam investir em seus trabalhos”, aponta Fabiana, acrescentando que o diferencial da iniciativa está na idealização. “Esse é um projeto idealizado por mulheridades da economia criativa, pensado para mulheridades, garantindo uma compreensão profunda das necessidades e dos desafios específicos enfrentados por elas”, pontua.
A proposta é selecionar 30 participantes das periferias da cidade de São Paulo (zonas Sul, Norte, Leste, Oeste ou Centro), que tenham ideias ou negócios nas áreas de cultura (artes cênicas, artes visuais, música, espetáculos e festivais, patrimônio); gastronomia; mídia (produção audiovisual e editorial); criações funcionais (arquitetura, design e publicidade); tecnologia (tecnologia da informação, desenvolvimento de softwares e jogos digitais); moda (moda e arquitetura); turismo cultural (experiências turísticas baseadas em eventos culturais, museus, galerias e patrimônio histórico); e educação criativa (cursos, treinamentos e capacitação nas áreas criativas).
As inscrições estão abertas até 30 de abril e podem ser feitas neste site.