Depois do sucesso do Startup Weekend Rio Favela no ano passado, o evento mudou de nome e ganhou proporções internacionais. Batizada de Startup Weekend Change Makers, a discussão ocorre em 13 cidades de oito países com o objetivo de buscar ideias que ajudem na solução de problemas sociais. O desafio volta ao Rio de Janeiro na próxima sexta-feira e segue até domingo na comunidade Pavão-pavãozinho.
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O conceito do Startup Weekend envolve a formação de times espontâneos para criação de startups em 54 horas. As temáticas vão desde a busca de soluções para a área da educação até uma edição específica para fomentar o empreendedorismo feminino. A Easy Taxi, por exemplo, surgiu em um evento desse tipo. Já a iniciativa de levar a discussão para dentro da favela começou no Morro da Providência, no Rio de Janeiro, e gerou um case para o Brasil.
"O projeto em si deu certo desde a receptividade até o legado que foi deixado. A organização percebeu a potencialidade do projeto e resolveu levar para outras cidades. A mudança de nome foi uma forma de tirar o foco do impacto social local e levar para o impacto social global", explica Bernard De Luna, organizador do evento. Além do Brasil, Guatemala, Costa Rica, China, Índia e Japão entraram na rota do Change Makers. Qualquer pessoa pode participar do evento, que no entanto tem inscrições limitadas.
No ano passado, o desafio foi vencido pela Plataforma Saúde, com a proposta de disseminar a prevenção de doenças em comunidades carentes. A ideia foi apresentada pelo administrador Luiz Augusto de Carvalho, de 73 anos, e contou com a ajuda do publicitário Rodrigo Rodrigues, hoje CEO da empresa, e do gerente de projetos Tales Gomes, atual diretor de planejamento do negócio.
Um ano depois de receber o reconhecimento, a startup está em busca de investimentos para colocar a empresa de pé. Nesse período, os sócios foram se especializar, realizaram oficinas, testaram a solução idealizada e receberam outras premiações. "Em um ano aprendemos a fazer a coisa funcionar e estamos buscando recursos. Não é só tecnologia. Envolve muito trabalho pessoal", afirma Rodrigues.
Na prática, a Plataforma Saúde busca identificar fatores de risco em pessoas para o desenvolvimento de doenças crônicas, com foco em diabetes, obesidade e doenças cardíacas. "Mais da metade dos óbitos são relacionadas a essas doenças e 80% poderiam ser evitadas com mudança de vida e diagnóstico precoce. Mas quando bate na realidade da rede pública, demora quatro meses para marcar uma consulta e mais quatro para fazer os exames e mais quatro para o retorno", afirma Rodrigues.
Diante dessa situação, a startup oferece um serviço de identificação dos fatores de risco em 20 minutos por meio de perguntas, exames e medições feitos por um profissional de enfermagem. Os resultados geram um diagnóstico baseado em cores, onde a preta indica a necessidade de ir até um posto de saúde. "A pessoa já chega no posto com uma riqueza de dados na mão", explica o CEO da Plataforma Saúde. Em casos menos graves, é feito um trabalho de orientação para mudança no estilo de vida. O serviço é oferecido por R$ 20 no plano básico e caso mais exames sejam necessários são cobrados R$ 20 adicionais.
O desafio da Plataforma Saúde, agora, é convencer os investidores. "Ganhamos visibilidade, mas quando o investidor olha para startups com um retorno muito mais rápido que não tem um risco como nosso, a nossa atratividade é menor. Nossa premissa é levar saúde para população de baixa renda", afirma Rodrigues, que pretende participar de mais eventos para poder buscar recursos até fora do Brasil.