Há cerca de cinco anos, apenas duas grandes marcas dominavam o mercado de maquininhas de cartões de débito e crédito. Em maio deste ano, o Estadão PME lançou um comparativo com pelo menos 12 empresas. E agora, pouco antes do apagar das luzes de 2019, o número já subiu para ao menos 21. A alta concorrência nesse setor traz vantagens para o empreendedor: as marcas querem disputá-lo com taxas baixas, máquinas gratuitas, entre outras facilidades.
Todas as empresas mapeadas aqui oferecem mais de uma opção de máquina, podendo chegar a quatro tipos de equipamentos e planos variados. Para ajudar os pequenos empreendedores em seus negócios, selecionamos a opção mais barata de cada marca.
Mas como escolher a máquina entre tantas concorrentes? As variáveis são muitas: valor de compra ou aluguel da máquina, tempo de devolução do dinheiro, taxa cobrada a cada venda. E, na guerra das maquininhas, as empresas reduzem prazo e taxa para o lojista de acordo com o volume de vendas e como a concorrência se comporta.
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De acordo com Guilherme de Almeida Prado, fundador da fintech de finanças pessoais Konkero, tudo isso deve ser levado em conta na hora de escolher a máquina. “Não adianta comprar a mais barata. Tem que analisar as condições e comparar com suas necessidades”, diz. “Se uma empresa vende muito no débito, ela tem que escolher a máquina que tem as melhores condições para o débito e não para o parcelado. Se o local tem um 3G fraco, não pode escolher uma com conexão 3G e assim por diante.”
Para ele, a atual “guerra” só tem a beneficiar o mercado, baixando o prazo de devolução do dinheiro, o que dá mais capital de giro ao empreendedor.
Em 2018, foram movimentados R$ 965 bilhões em vendas com cartões de crédito e R$ 578 bilhões no débito, segundo a Associação das Empresas Brasileiras de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), que prevê crescimento de 16% do mercado neste ano. Segundo o Banco Central, hoje há 4 milhões de maquininhas em operação no País.
Mais de uma máquina na loja
Para aproveitar os benefícios da concorrência, as padeiras e sócias Marina Mazzon e Juliana Cavalheiro hoje mantêm seis máquinas de quatro marcas diferentes na Feito a Pão, em Perdizes. Segundo elas, as máquinas que possuíam não atendiam a demanda e, como passaram a receber ofertas de outras operadoras com taxas mais competitivas, hoje operam várias.
Como cada cliente tem preferência por um tipo de pagamento (débito ou crédito, à vista ou parcelado), a padaria utiliza a que tem as taxas mais atrativas para aquelas modalidades no momento. “Se o cliente vai pagar no débito, usamos uma. Se paga no crédito à vista, usamos outra. Se for usar uma bandeira específica, usamos outra e por assim vai”, comenta o gestor financeiro da padaria, Luiz Humberto Sanchez Faria.
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Além disso, ele conta que entra em contato de três em três meses com as operadoras para renegociar as taxas. Por ser um mercado concorrido, a marca acaba reduzindo a taxa para não deixarem de usar sua máquina. “Tenho a sensação de que, se passar o dia ligando, eles vão ficar baixando o tempo todo para se manterem competitivos.”
* Estagiário sob a supervisão do editor de Economia, Alexandre Calais
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