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Jovem de 16 anos fatura R$ 600 mil trabalhando três meses por ano

Empresário teen lançará livro sobre empreendedorismo no próximo dia 17, em São Paulo

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Por Márcia Rodrigues
Atualização:
Davi Braga criou a List-it quando tinha 13 anos; agora, aos 16, vai lançar um livro Foto: Gustavo Sarmento / Divulgação

Davi Braga ficou conhecido por começar a empreender aos 13 anos de idade, depois de identificar um problema que os clientes da sua mãe, dona de uma papelaria, enfrentavam todos os anos para comprar o material escolar dos filhos.

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Em abril de 2014, ele criou a startup List-it, que vende material escolar. O site permite que as escolas cadastrem suas listas e parceiros se inscrevam para vender os seus produtos. Ao finalizar a compra, o cliente recebe o seu pedido em casa. Hoje, três anos depois, ele fatura R$ 600 mil por ano, trabalhando durante apenas três meses.

::Conheça Davi Braga, o garoto de 13 anos que criou uma startup de venda de material escolar::

“Meu negócio é sazonal e funciona, basicamente, no período de férias escolares, que contempla os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. A estratégia não foi proposital, considerando que eu ainda estudo, mas foi uma agradável coincidência que me ajuda a organizar a minha vida. Eu mantenho a rotina escolar e faço tudo o que qualquer adolescente faz: namoro, saio com os amigos, estudo e participo de eventos familiares.” Atualmente, as vendas são feitas apenas pelo site. Ele diz, no entanto, que em 15 dias estará disponível o aplicativo nas versões iOS e Android para os clientes efetuarem as compras.

Ideia surgiu na loja da mãe

Braga diz que ao frequentar a papelaria da mãe, percebeu que era difícil encontrar todos os itens da lista escolar em um único local e, principalmente, com bom preço. “Meu pai sempre me disse que para empreender era preciso solucionar problemas. Eu observava os pais reclamando sobre a dificuldade que tinham para montar a lista e pensei em desenvolver alguma coisa neste sentido.”

O projeto começou a ser desenvolvido em dezembro de 2013, com a ajuda do pai, o investidor-anjo João Kepler. Ele diz que o pai investiu R$ 5 mil no negócio, que foi usado para a criação de um vídeo promocional, confecção de cartão de visita e para contratar um programador e um designer para criar o site.

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Sua primeira apresentação para investidores foi realizada em abril de 2014, data que considera o início das atividades da empresa. A startup tem sede em Maceió (AL), mas tem capacidade para atender clientes em todo o País, segundo ele. “Basta as escolas cadastrarem suas listas de materiais e os fornecedores se inscreverem para vender.”

Atualmente, o empresário teen diz que os Estados de Minas Gerais e Paraná são os que têm mais representatividade nas vendas. Braga conta que começou a oferecer o serviço, inicialmente, para os clientes da mãe.

Startup ganha porcentual sobre as vendas

O empresário diz que 50 representantes comerciais vendem o serviço pelo País e ganham 3% em cima de tudo o que comercializarem. A startup fica com outros 2% e o restante é dos fornecedores. Braga também faz duas palestras por mês em eventos ou escolas. “Uma palestra, que destino a estudantes, principalmente da rede pública, eu faço gratuitamente. A outra eu recebo para falar em algum evento. Eu limito o número de apresentações por causa da escola.”

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O adolescente diz que o seu próximo passo será fazer o curso de negócios na Stanford Graduate School of Business (Negócios da Universidade Stanford, na Califórnia).”Vou para os Estados Unidos participar de um intercâmbio, no ano que vem e já quero me preparar para a universidade.” Ele conta que não vai precisar delegar o comando da empresa para ninguém, porque a sua estrutura é enxuta e ele consegue monitorar o negócio a distância. “Eu contrato profissionais conforme a demanda. Não tenho funcionários. Os representantes comerciais atuam de forma independente.”

Questionado sobre o pai ter influenciado o seu lado empreendedor, ele é enfático: “Não. Mesmo antes de eu ter noção do que era empreendedorismo eu já tinha ações empreendedoras. Eu encontrava soluções que amigos não encontravam e era muito criativo. Ele adubou a terra e jogou água, mas não plantou a semente. Só depois de ler o seu livro eu vi que ele estava me dando uma educação empreendedora.”

Braga estará em São Paulo, no próximo dia 17, às 19 horas, para lançar o livro Empreender grande, desde pequeno. A noite de autógrafo será na Livraria Saraiva do Shopping Pátio Paulista.

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Jovens inspiram outros empreendedores, como no futebol

Haroldo Eiji Matsumoto, diretor da Prosphera Educação Corporativa, diz que toda vez que um jovem atinge o sucesso empresarial, ele acaba influenciando outros da mesma idade a abrir o seu próprio negócio. “O acesso à informação é muito grande hoje e, quando um jovem vê que é possível atingir o sucesso com pouca idade, ele procura opções para investir e formas de formatar o negócio na internet. E hoje é possível formatar uma startup com informações apuradas na internet.”

O especialista afirma, no entanto, que os investidores-anjo estão mais exigentes e optam por apostar em projetos que já foram testados. “O empreendedor precisa testar e ter como provar que o produto ou serviço pode ganhar escala e gerar dinheiro. E que basta, apenas, mais capital para poder crescer.”  Matsumoto diz, ainda, que o investidor-anjo pode suprir uma deficiência desse público: a falta de maturidade e experiência corporativa. “Eles são visionários, mas não têm conhecimento para tomar decisões. O investidor-anjo pode atuar como mentor.”

Serviço

Empreender grande, desde pequeno Autor: Davi Braga Selo: Buzz Editora Páginas: 158 Preço: R$ 29,90 Site: www.buzzeditora.com.br

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