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Lanchonete reduz uso de chantilly porque ele vira pedra e entope rede de esgoto

Johnny Rockets cortou o consumo do produto industrializado para diminuir o impacto no meio ambiente

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Atualização:

Ao colocar chantilly no café ninguém imagina o dano ao meio ambiente que esse pequeno agrado pode causar. Diferentemente do chantilly caseiro, feito de nata de leite, o mais usado no mercado, aquele que vem em embalagem spray, é produzido com água, gordura vegetal, xarope de açúcar invertido, maltodextrina e outros ingredientes que são capazes de entupir a tubulação de esgoto de um shopping center.

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É por isso que a rede de lanchonetes Johnny Rockets no Brasil decidiu diminuir o uso de chantilly em suas unidades. “O chantilly vira pedra quando é lavado dos copos e xícaras e endurece no encanamento de esgoto”, afirma Antônio Augusto Ribeiro de Souza, master franqueado e presidente da Johnny Rockets no Brasil.

Presente em mais de 20 países e com faturamento médio de R$ 5 bilhões por ano em todo o mundo, a marca americana criada em 1986 abriu a primeira unidade no Brasil em 2013 e pretende fechar o ano com 60 restaurantes.

Como a maior parte das 42 unidades da rede fica em praças de alimentação de shopping centers, esse cuidado com o chantilly e com o óleo residual de fritura – também um potente entupidor de encanamentos – é imprescindível.

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A rede Johnny Rockets no Brasil diminuiu o uso de chantilly em suas unidades e recicla o óleo usado nas cozinhas Foto: Marcelo Chello

Ao ano, em todas as unidades da rede, a Johnny Rockets recolhe 70 mil litros de óleo ao ano – que em vez de parar nas tubulações é reutilizado, por exemplo, na fabricação de produtos de limpeza, por meio de uma parceria feita com o Instituto Triângulo, desde 2013. Uma parte do óleo coletado é convertida em sabão ecológico e a outra é destinada para a produção de biodiesel.

Mas não é só óleo e chantilly que são capazes de prejudicar o meio ambiente na cadeia de produção de restaurantes.

Plástico

Se você gosta de pedir entrega de comida japonesa, sua geladeira pode ser um exemplo do desperdício que os restaurantes que fazem “delivery” podem gerar. Aquele monte de saquinhos de molhos de soja, guardados no seu refrigerador, são só a ponta da falta de cuidado que boa parte da cadeia não tem com o ambiente.

”Os saquinhos de molho, as barquinhas de plástico – tudo isso é lixo que dificilmente é reaproveitado”, diz Amauri Sales de Melo, sócio-fundador e diretor executivo da rede Home Sushi Home, de João Pessoa.

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Criada em 2016, hoje a Home Sushi Home tem 23 unidades, todas funcionando apenas no sistema de “delivery”. E nenhuma delas usa as barquinhas de plástico para acondicionar os sushis e sashimis. Em vez delas, a rede usa caixas de papel cartão (com selo FSC, o sistema de certificação florestal). “De todas as embalagens que a gente usa, 99% são recicláveis, de papel. O 1% que fica é o sachê.”, afirma Melo. Pode parecer pouco, mas a rede usa 28 toneladas de embalagens ao ano.

Além dessa troca do plástico – que pode levar mais de 200 anos para se decompor – pelo papel, a Home Sushi Home fez uma parceria com a EURECICLO, startup especializada em logística reversa, para que cliente retorne à empresa um produto após o seu consumo. A parte que não é devolvida, a Home Sushi Home compensa financiando a startup a reciclar outros materiais. O que a rede ganha com isso? “Nada, só custo mesmo”, diz Melo. A rede paga R$ 50 por tonelada para promover a reciclagem de materiais por meio da startup.

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