O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), responsabilizou a política econômica do governo federal pelo índice de desemprego recorde da região metropolitana de São Paulo (20,4%, de acordo o Seade/Dieese). A solução, afirmou, está na redução da taxa de juros. "É incompreensível não ter havido uma redução na última reunião do Copom. Não é possível manter uma taxa de juros num patamar elevado durante tanto tempo", afirmou Alckmin. Para o governador, a taxa Selic, mantida em 18,5% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, estaria correta ?em momento de crise, ataque especulativo da moeda, em momento de emergência, mas não pode se manter em caráter permanente", disse. Alckmin enfatizou que a solução para reduzir o desemprego passa pela redução gradual da taxa de juros, mas ponderou que a reversão do problema do emprego, mesmo com a queda dos juros, não ocorrerá num período curto de tempo. "A solução não será rápida, mas o importante é o governo indicar a redução, mesmo que pequena; deve haver um indicativo claro de que os juros vão cair para aquecer a economia, para a economia não ficar andando de lado", disse. O governador relembrou que o estado de São Paulo tem a maior frente de trabalho do Brasil. Este programa do governo, porém, atinge só a região metropolitana. Desde a sua implantação, em 1999, já foram empregados 146.289 pessoas. A média permanente de empregados nestas frentes oscila entre 27 mil e 30 mil pessoas. A duração da bolsa-trabalho é de 9 meses, período em que o bolsista recebe um auxílio no valor de R$ 190, uma cesta básica mensal de 30 quilos e cursos de qualificação profissional e habilidades básicas, que incluem até reforço na alfabetização. De cada cinco dias da semana, quatro são de trabalho e um de curso. Nestes três anos da frente, o governo paulista já gastou R$ 256.897.000,00 no programa.