Com gesto e palavras, o governador Geraldo Alckmin deixou claro, nesta terça-feira, como pretende conduzir o processo da sucessão presidencial em São Paulo, no qual tem consciência de que terá um papel importante. O gesto foi chegar com seu colega Tasso Jereissati ao Instituto de Engenharia, ocupando seu espaço de herdeiro local do espólio político de Mário Covas. No fim da noite, as palavras. "Para ter coesão, um partido precisa prestigiar seus líderes, mesmo que você tenha sua opção", avaliou. "A escolha não é como num time de futebol, em que a escalação sai antes do jogo." A tradução é que agora Alckmin defenderá apenas a unidade dos tucanos. E ainda liberou-se para comparecer a um evento em favor do adversário do cearense, o ministro José Serra (Saúde), para "prestigiar" a liderança. O tucano paulista admite que a disputa hoje está entre Tasso e Serra. Para ele, o debate interno permitirá o surgimento natural do candidato. "O governador assumiu o papel de eleitor privilegiado e está sabendo expressar o sentimento do partido", defende o presidente estadual do PSD, deputado Edson Aparecido. Alckmin abandonou o semblante tenso somente no fim da noite, quando com os familiares de Covas, Tasso, covistas e 24 parlamentares cearenses comemoraram o sucesso da reunião para alavancar o candidatura de Tasso ao Planalto, como queria Covas. Eles lotaram o restaurante Barbacoa, com um cardápio bem ao gosto do governador morto em março: churrasco. O encontro foi classificado por Alckmin como uma "festa".