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Alencar faz charme e não confirma se será vice de Lula

Ele terá uma reunião com o presidente amanhã e disse que só depois da convenção pode falar se integrará a chapa

Por Agencia Estado
Atualização:

Embora o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha dado todas as evidências, o vice José Alencar disse que não poderia confirmar hoje a repetição da chapa vitoriosa na eleição presidencial de 2002. Alencar afirmou, no entanto, que está "disponível" e adotou um discurso mais ameno em relação ao desempenho da economia no governo Lula. "Se o Brasil achar que sou útil e me quiser, e me eleger, disponível eu estou", disse, ao participar, em Belo Horizonte, da inauguração da nova sede do Ministério Público Estadual. O vice-presidente recebeu hoje um telefonema de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, que agendou um encontro entre ele e o presidente para as 9 horas de amanhã, no Palácio da Alvorada. Depois, os dois seguirão juntos para a convenção petista que homologará a candidatura à reeleição. Alencar disse que foi convidado a participar da convenção pelo presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini. "Nós não temos nada negociado. Eu só posso falar sobre isso depois da convenção", desconversou, ao ser insistentemente perguntado se estava satisfeito em ocupar novamente a vaga de vice na chapa de Lula. Mas deixou escapar a decisão, ao garantir que não ficou chateado com Lula pela demora na definição de seu destino. Filiado ao nanico PRB, Alencar trabalhava para repetir a chapa com Lula, que, no entanto, priorizava acordos com o PMDB e PSB. "Eu fico admirado de ver como vocês da mídia estão chateados com isso, porque só perguntam da minha chateação", disse Alencar, que demonstrava descontração e fez rasgados elogios a Lula. Segundo ele, o Brasil dificilmente encontrará "um outro homem público com maior sentido social e sensibilidade social do que o presidente". Economia O vice, que se notabilizou pelas críticas à política monetária, fez questão de ressaltar os avanços do atual governo no campo econômico. Em relação à taxa básica de juros (Selic), disse que ela é ainda muito alta (15,25%), mas "bem inferior àquela taxa que nós recebemos (25%)". Ele também destacou os recuos da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e do risco país. E celebrou o pagamento antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI). "Você se lembra, nos comícios, o PT sempre falou aquele refrão: ´Fora daqui, o FMI´. Pois bem, o FMI está fora daqui, mas nós não demos prejuízo (calote). Pelo contrário, nós pagamos antecipadamente", disse. "Houve um tempo de se organizar a casa. Agora é tempo de crescer e há consciência no governo nesse sentido".

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