Aliados de Bolsonaro veem impacto mínimo na campanha eleitoral com saída de Doria

Interlocutores do mandatário avaliam que não há chance de a chamada terceira via romper polarização entre Lula e Bolsonaro

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Por Eduardo Gayer
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2 min de leitura

BRASÍLIA - Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) descartam que a saída do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) da corrida presidencial vá ter impacto político significativo na disputa. Com a fragilidade do tucano nas pesquisas de intenção de voto, interlocutores do Palácio do Planalto veem dificuldade da senadora Simone Tebet (MDB) assimilar totalmente o eleitorado de Doria e apostam na cristalização da polarização entre Bolsonaro e o pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Não muda nada. Todo mundo já sabia que Doria iria desistir”, afirmou o deputado Capitão Augusto (PL-SP), aliado de Bolsonaro. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Doria retirou sua pré-candidatura à Presidência da República, no início da tarde desta segunda-feira, 23, em meio à resistência do comando do PSDB em manter seu nome na disputa. A cúpula do partido já havia fechado um acordo com Cidadania e MDB em torno de uma coligação entre as siglas e do lançamento de Simone Tebet para aumentar a viabilidade da terceira via.

Na avaliação do vice-presidente do PL, deputado Capitão Augusto (SP), o segundo turno “já está definido” - e com Bolsonaro e Lula na disputa. “Não muda nada. Todo mundo já sabia que Doria iria desistir”, afirmou ao Estadão/Broadcast Político.

Um ministro de Estado que integra o QG da campanha à reeleição resumiu à reportagem o efeito da desistência de Doria na disputa pela Presidência, na sua leitura política, em uma palavra: nenhum. Sob a condição de anonimato, a mesma fonte lembra que o ex-governador paulista nunca chegou perto dos dois dígitos em pesquisas eleitorais.

Um outro dirigente da legenda de Bolsonaro diz acreditar que a intenção de voto de Doria deve ser diluída entre os demais candidatos, sem um impacto positivo direto como a desistência do ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil) representou para a campanha do chefe do Executivo. Segundo esse dirigente, a saída de Doria traz a “incerteza e a desesperança da terceira via”, insistindo que não há margem no eleitorado hoje para romper a polarização.

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