O presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, abriu o encontro de prefeitos e vice-prefeitos do partido afirmando que a principal tarefa das oposições é a de discutir a realidade do Brasil com a sociedade. "Mais importante do que fazer o presidente (da República) é ter o povo esclarecido e mobilizado", afirmou. Um dos temas que devem ser debatidos, na opinião dele, é a dívida pública, cujo volume ele questiona. "Por quê pagarmos juros impostos, unilateralmente, pelo credor?", perguntou. Na opinião dele, os contratos das dívidas devem ser revistos para que, se houver responsáveis pela aceitação dos juros elevados, eles sejam punidos. Arraes atacou ainda o que considera processo de "privatização açodada". Ele referiu-se, especificamente, ao setor elétrico no Ceará, onde a distribuidora de energia foi adquirida por uma empresa espanhola. Segundo Arraes, hoje, os fabricantes de transformadores da região estão correndo o risco de fechar as portas, diante da importação de equipamentos espanhóis. "É preciso pôr isso a limpo", afirmou. O governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), também criticou as privatizações e apoiou a proposta de realização de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar o processo. "Quem não deve não teme", afirmou, ao ser perguntado sobre o assunto.
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