Brasília - Depois de um duro embate com o PMDB e a oposição, a base do governo conseguiu obstruir nesta quinta-feira, 16, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara a votação da admissibilidade da proposta de emenda à Constituição do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que reduz o número de ministérios de 39 para 20 pastas.
A votação final da proposta, que constrange o Palácio do Planalto, ficou para a quarta-feira depois que o líder do governo, José Guimarães (PT-CE) se comprometeu a não apresentar o chamado "kit obstrução". O "combo"consiste em um cardápio de manobras regimentais que forçam o colegiado a travar debates intermináveis.

Mais cedo, os deputados da CCJ da Câmara haviam rejeitado o pedido de parlamentares do PT para retirar da pauta a PEC 219/13. Os deputados governistas, com o aval do vice-presidente, Michel Temer, novo articulador político do Palácio do Planalto, tentavam derrubar a proposta.
'Inconstitucional'. "Essa medida vai eliminar no máximo 50 cargos e de forma alguma vai reduzir a despesa pública. Além disso, é inconstitucional e tem vício formal de iniciativa. O único objetivo é fazer disputa política", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Nas três últimas sessões da CCJ, a votação da admissibilidade da PEC foi adiada. Segundo deputados governistas, a participação de Temer nessa articulação pode ajudar a medida a ser barrada.