Bernardo admite que cortes podem atingir projetos do PAC

Segundo o ministro do Planejamento, PAC é prioridade, mas há possibilidade de remanejamento de recursos

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Por Redação
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O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu nesta quarta-feira, 9, que os cortes de R$ 20 bilhões no Orçamento - uma das medidas para compensar o fim da CPMF - podem atingir os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).   Veja também: Corte no Orçamento ameaça barrar a criação de 230 varas da Justiça STF dá prazo de 10 dias a Lula para explicar aumento do IOF O balanço do PAC    Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Bernardo, que está à frente da engenharia dos cortes, avaliou a situação: "Consideramos o PAC uma prioridade desde o seu lançamento. Racionalmente, não pretendemos fazer corte no PAC. Mas é possível que, no andamento da execução dos projetos, perceba-se que é preciso fazer um remanejamento", afirmou.   Desde o anúncio das medidas para compensar a CPMF, os membros do governo têm insistido que os programas sociais e o PAC não seriam afetados pelos cortes no Orçamento. A declaração de Bernardo é a primeira a admitir uma alteração nos investimentos do programa.   O especialistas em contas públicas, Raul Velloso, porém, afirmou na ocasião que o "coração do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi atingido" com o fim da arrecadação da CPMF e que o pacote fiscal deve afetar em grande parte os investimentos oficiais em infra-estrutura.   O governo pretende economizar R$ 12 bilhões na redução de investimentos e de despesas administrativas de custeio neste ano. "Não há como o PAC não ser prejudicado, pois o Poder Executivo deve fazer um corte drástico com seu bisturi nos investimentos, especialmente em transportes, o que é uma das prioridades do programa", comentou.   Proteção   Paulo Bernardo considerou normal que os ministros busquem menos cortes em suas pastas. "No momento em que se anuncia que haverá cortes, a primeira coisa que todos fazem é tentar proteger o seu quinhão", disse.   Ele também comentou a questão do ajuste fiscal e afirmou que não existe a menor possibilidade do governo não cumprir a meta de superávit. "A primeira decisão tomada pelo presidente na manhã seguinte da rejeição da CPMF foi que a meta de superávit de 3,8% do PIB para 2008 não seria alterado e nós não alteramos", disse.

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