Após requisição do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), disse que ainda não pautou a sabatina de André Mendonça para a vaga aberta na Corte porque não há 'consenso' em torno da indicação.
Documento
Leia a manifestação de Alcolumbre"A indicação e a aprovação de ministros do Supremo Tribunal Federal envolvem a construção de consensos entre os atores políticos envolvidos para viabilizar os candidatos em potencial e os indicados formalmente", diz um trecho da manifestação elaborada pela Advocacia-Geral do Senado.
O ministro havia cobrado informações em um mandado de segurança movido senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) para obrigar Alcolumbre a pautar a sabatina. Eles dizem que a conduta do presidente da CCJ é 'abusiva' e que não sobrou outra alternativa a não ser a via judicial.
:quality(80)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/estadao/GIE35HO6BJOCPJ5PXUIJZOFK5E.jpg 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/-ugnubNjgUgny6puNuLEShT8tis=/768x0/filters:format(jpg):quality(80)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/estadao/GIE35HO6BJOCPJ5PXUIJZOFK5E.jpg 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/FUjLFZoCjYek3AtNDNqFkQOj0dw=/936x0/filters:format(jpg):quality(80)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/estadao/GIE35HO6BJOCPJ5PXUIJZOFK5E.jpg 1322w)
Ao prestar informações ao STF, Alcolumbre afirma que o veto à indicação presencial pode passar tanto pela 'recusa expressa e formal do nome' quanto pela 'não-deliberação, enquanto manifestação política de que não há consenso na indicação e na sua aprovação'.
O senador lembra que não há prazo definido, na Constituição ou no regimento interno da Casa Legislativa, para a análise das indicações ao Supremo Tribunal Federal. Também diz que o tempo transcorrido para avaliação do nome de André Mendonça não é 'anormal'.
"É um truísmo referir que as respostas dadas pelo Congresso Nacional são aquelas exigidas conforme o tempo da sociedade, e não por critérios cronológicos rígidos. Há assuntos que carecem de deliberação imediata, outros que dependem de maior maturação - até em virtude da oportunidade da matéria e da possibilidade de formação de consensos", afirma.
Em outro trecho, Alcolumbre defende que a responsabilidade pela demora em pautar a sabatina não é apenas dele.
"Não se pode pretender imputar ao Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) a responsabilidade política pelo tempo transcorrido, porque, embora ator relevante do processo, está longe de ser o único vetor a produzir o resultado em face do qual agora se insurgem os impetrantes", argumenta.
Cabe a Alcolumbre, no cargo de presidente da CCJ do Senado, pautar a análise da indicação. O nome só segue para votação no plenário, onde Mendonça precisa da maioria absoluta dos voto dos senadores, se for aprovado antes pelo comissão.
Esta é a segunda indicação de Bolsonaro para o STF. No ano passado, ele nomeou o ministro Kassio Nunes Marques para a cadeira de Celso de Mello. Desta vez, o presidente precisou cumprir a promessa, feita a suas bases conservadoras, de escolher um nome 'terrivelmente evangélico' para a Corte. André Mendonça é pastor presbiteriano.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
Notícias em alta | Política
Veja mais em politica