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Árvores de resistência

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Por João Linhares
João Linhares Júnior. Foto: Arquivo pessoal

Um vento tenebroso e fortíssimo,

que brotou de nuvens sombrias,

intentava solapar tudo.

Contudo, encontrou, em sua senda,

árvores que o enfrentaram.

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Disposto a intimidá-las e a subjugá-las,

soprou ainda mais poderosamente.

As árvores quebraram alguns galhos,

vergaram-se,

enquanto o vento turbulento se regozijava...

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Seu zunido era barulhento e deveras perturbador!!!

As árvores,

ao se dobrarem,

aproveitaram para beijar a terra que as nutria.

E, por debaixo do solo,

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se entrelaçaram nas raízes,

sustentando-se mutuamente.

Eram como vasos comunicantes,

que levavam a seiva da esperança.

Estavam ali, juntas, confidentes, unidas...

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Eis que o vento sibilou tanto que perdeu seu vigor

e se dissipou,

sumindo como aparecera.

Regressou ao vazio de onde exsurgiu.

Mas as árvores se reergueram ainda mais frondosas,

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convidando os pássaros para nelas se deleitarem,

oferecendo sombra e frutos aos demais seres.

E esperança, muita esperança!!!

A terra, sempre fértil, sustém o todo

e as árvores resistentes não temem ventos,

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porque, apesar do estrago que fazem,

eles são sempre efêmeros e sem substância...

A nossa terra é assim.

Os ventos turbulentos cessam e retornam ao nada.

*João Linhares, promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul. Integrante da Academia Maçônica de Letras de MS. Mestre em Garantismo e Processo Penal pela Universidade de Girona/Espanha. Especialista em Direito Constitucional pela PUC-RJ

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