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As provas da Lava Jato contra Zelada e o lobista do PMDB

Seis réus são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas; saiba o que há contra cada um

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Por Redação

Jorge Zelada. Foto: Fábio Motta/Agência Estado

Atualizada às 18h17

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Por Julia Affonso, Fausto Macedo e Ricado Brandt, enviado especial a Curitiba

Em despacho que aceitou a denúncia da Procuradoria da República contra o ex-diretor da Petrobrás Jorge Luiz Zelada (Internacional), o lobista do PMDB João Henriques e outros quatro investigados, o juiz federal Sérgio Moro elencou os argumentos que formam a base da acusação. Os seis réus são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

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A Procuradoria aponta que houve pagamento de propinas que somaram US$ 20,8 milhões sobre um contrato de afretamento do navio-sonda Titanium Explorer. O acordo foi celebrado entre a sociedade americana Vantage Drilling com a Petrobrás no valor de US$ 1,816 bilhão.

A propina inicial seria de US$ 31 milhões. No entanto, brigas societárias diminuíram o valor, pago em duas parcelas - uma de US$ 10,8 milhões para Zelada, Eduardo Musa, ex-funcionário da Petrobrás, e lobistas e outra de US$ 10 milhões, para o PMDB, segundo o Ministério Público Federal.

Jorge Luiz Zelada sucedeu Nestor Cerveró no comando da Diretoria da Área Internacional da Petrobrás, em 2008 - Cerveró foi condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro e responde a outra ação penal.

O Ministério Público Federal descobriu duas contas secretas de Zelada no Principado de Mônaco, uma delas com saldo sequestrado de 10.294.460,10 euros.

Procuradoria diz que PMDB foi destinatário de propina de US$ 15,5 milhões

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A Procuradoria afirma que a superpropina de US$ 31 milhões seria dividida em duas parcelas no valor de US$ 15,5 milhões cada. Uma fatia, segundo a Procuradoria, era destinada ao PMDB, mas brigas societárias durante o negócio do navio-sonda Titanium Explorer fizeram reduzir para US$ 10 milhões o montante que teria, afinal, chegado ao principal partido da base aliada do governo Dilma Rousseff.

Segundo o Ministério Público Federal, os denunciados atuaram desta forma, passo a passo.

1) Zelada e o ex-gerente geral da área internacional da Petrobrás Eduardo Musa atuaram em conjunto para viabilizar a contratação da empresa Vantage Drilling;

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2) O executivo chinês Nobu Su, presidente da empresa chinesa TMT, proprietária do navio afretado pela Vantage à Petrobrás, ficou responsável pelo pagamento da propina;

3) O lobista Hamylton Padilha, representante da Vantage Drilling no Brasil, foi o responsável por intermediar a negociação do oferecimento, promessa e pagamento da vantagem indevida;

4) O lobista Raul Schmidt Felippe Junior apresentou João Henriques para iniciar as tratativas relacionadas ao pagamento da propina relativa à parte do PMDB e recebeu parte da vantagem indevida paga no exterior;

5) O lobista João Henriques, ligado ao PMDB, atuou como preposto de Zelada, ficando responsável por representar os interesses do principal partido da base aliada do governo e do ex-diretor da estatal no recebimento da propina.

A base da denúncia está alicercada em oito pontos:

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6) A documentação relativa às transações ilícitas, como do

 e das

 relativas ao pagamento da propina;

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8) Documentação consistente

 entre os envolvidos relativamente à contratação em questão, em encontros pessoais, em viagens ao Brasil de Nobu Su.

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COM A PALAVRA, A DEFESA DE ZELADA

Aguardaremos a citação do Zelada para apresentação da defesa, refutando todas as acusações.

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