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Breno Altman afirma que não era contato do PT com Ronan Maria Pinto

Jornalista falou à Operação Carbono 14 na sexta-feira, 1, quando foi conduzido coercitivamente na etapa 27 da Lava Jato e disse que relação com Enivaldo Quadrado é de amizade e não tem negócios

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso, Ricardo Brandt e Fausto Macedo

O ex-ministro José Dirceu e o jornalista Breno Altman, alvo 27ª fase da Lava Jato / Foto: Reprodução

O jornalista Breno Altman, alvo de condução coercitiva na sexta-feira, 1, na Operação Carbono 14, etapa 27 da Lava Jato afirmou em depoimento à Polícia Federal que 'desconhece as razões' que levaram o empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André (SP), a comprar parte do jornal Diário do Grande ABC. e Filiado ao PT desde 1986, Breno Altman disse também que não era contato do partido com Ronan Maria Pinto.

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A Carbono 14 investiga um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões do Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai em outubro de 2014. Segundo os investigadores, R$ 6 milhões deste montante tiveram como destinatário final Ronan Maria Pinto, que posteriormente comprou o Diário do Grande ABC.

"Desconhece que valores obtidos por José Carlos Bumlai em empréstimo contraído no Banco Schahin teriam beneficiado Ronan Maria Pinto; que não conhece Sandro Tordim (ex-vice-presidente do Schahin), Salim Schahin (ligado ao grupo), nem José Carlos Bumlai", disse.

O jornalista é amigo do ex-ministro José Dirceu e um dos principais pensadores do PT. Disse à PF que conhece Ronan Maria Pinto e o ex-secretário do PT Silvio Pereira desde os anos 80.

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Ronan Maria Pinto e o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira foram presos temporariamente na sexta-feira, 1. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado a depor.

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Breno Altman afirmou que é jornalista desde 1981. "Como jornalista presta consultoria a empresas estrangeiras que tem interesse em fazer negócios no Brasil, preparando documentos que abordam aspectos da política, economia, sociedade e oportunidades de negócio, mas principalmente assessora empresas brasileiras que queiram fazer investimentos no exterior; que nunca recebeu nenhum recurso do Partido dos Trabalhadores."

 

Em 2012, em depoimento à Procuradoria-Geral da República, o operador do mensalão Marcos Valério afirmou que Ronan Maria Pinto estaria chantageando o ex-presidente Lula, e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho e poderia revelar novos nomes no polêmico Caso Celso Daniel. Valério teria participado de uma reunião com Ronan Maria na capital paulista na qual o empresário teria solicitado R$ 6 milhões para comprar 50% do diário do Grande ABC, jornal da região que cobriu o assassinato na época.

À PF, na sexta-feira, o jornalista disse que não era o contato do PT com Ronan Maria Pinto. "Nunca teve conhecimento dê qualquer chantagem que Gilberto Carvalho, Luiz Inácio Lula da Silva e José Dirceu tenham sofrido por parte de Ronan Maria Pinto; que desconhece as razões que levaram Ronan a comprar parte do jornal Diário do Grande ABC", afirmou.

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Ouvido pelo Estado no ano passado, Breno Altman afirmou que conheceu Ronan Maria Pinto por meio do ex-prefeito de Santos Davi Capistrano, onde o empresário atuava no setor de transporte. O jornalista disse que auxiliou Ronan após a compra do jornal Diário do Grande ABC.

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Contrato.Breno Altman foi citado pela primeira vez na Lava Jato pelo doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores da Lava Jato. No termo de delação 25, prestado em 26 de outubro de 2014, Youssef tratou de um documento apreendido com a contadora Meire Poza, intitulado "Enivaldo confidencial", que seria um contrato "referente a um proprietário de uma empresa de ônibus de Santo André/SP" que era guardado a "sete chaves". Enivaldo Quadrado foi condenado no Mensalão e na Lava Jato.

Breno Altman relatou à PF. "Sobre o contrato de mútuo encontrado na sede da Arbor Consultoria e Assessoria Contábil, entre a Remar e a empresa 2S Participações no valor de R$ 6 milhões, envolvendo Marcos Valério e Oswaldo Rodrigues Vieira sabe apenas o que foi ventilado pela imprensa, e desconhece o fato de que Enivaldo teria ficado responsável por colher as assinaturas do referido contrato; que sabe pelos jornais somente, que a empresa 2S participações pertence a Marcos Valério; que nunca esteve no Hotel Pullmann, antigo Hotel Mercure na avenida 23 de maio, nem em qualquer reunião que estivesse presente Marcos Valério."

No depoimento, o jornalista disse que conhece Enivaldo Quadrado desde os anos 90, que não tem negócios com ele e que são apenas amigos.

"O declarante foi apresentado a Enivaldo quando, na qualidade de empresário buscava empresas de crédito, como factorings para obter crédito para suas empresas e ele, por trabalhar no mercado financeiro passou a dar algumas orientações ao declarante e acabaram por tornarem-se amigos; que não tem atualmente qualquer relação de negócios com ele, sendo apenas amigos."

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Segundo o jornalista, ele não tem nenhuma relação com Marcos Valério e nem o conhece pessoalmente. Breno Altman afirmou que já esteve com a contadora Meire Poza, pois Enivaldo Quadrado lhe havia indicado para que o aconselhasse sobre como proceder para a emissão de notas fiscais no Brasil de serviços prestados no exterior.

"E para tanto encontrou-se com ela em sua residência; que sobre a relação de Meire com Alberto Youssef sabe apenas o que tem sido noticiado pela imprensa."

No depoimento, Breno Altman afirmou que nunca passou dinheiro a Meire Poza, mas sim diretamente Enivaldo Quadrado.

"Os valores foram pagos a Enivaldo por este encontrar-se em dificuldades financeiras e a quantia emprestada foi de R$ 45 mil em 2014; que pelo acordo, ele teria 3 anos para realizar a devolução do empréstimo; que o dinheiro emprestado foi obtido através do trabalho regular do declarante e jamais de João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do PT)."

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