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Com prefeito foragido, Choró revoga licitação de R$ 10 milhões para ‘festividades’

Edital para ‘promoção de festividades e eventos de interesse’ caiu por ‘conveniência administrativa’, segundo a prefeitura do município de 12 mil habitantes no sertão do Ceará; presidente da Câmara de Vereadores governa a cidade enquanto o prefeito eleito, Bebeto do Choró (PSB), está foragido por suspeita de compra de votos com dinheiro desviado de emendas parlamentares

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Foto do author Rayssa Motta

A prefeitura de Choró, com 12 mil habitantes no sertão do Ceará, a 180 quilômetros de Fortaleza, revogou uma licitação que previa gastos de R$ 9.942.802,87 só para organização de “festividades”.

Segundo o edital, o dinheiro seria usado em “futuras e eventuais contratações de serviços de execução e promoção de festividades e eventos de interesse das diversas secretarias do município”.

Choró, no interior do Ceará, tem 12 mil habitantes. Foto: Divulgação/prefeitura

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A administração municipal alega que a licitação foi revogada por “falha encontrada no aviso de licitação”, “bem como por conveniência administrativa”.

“Assim, percebendo-se a necessidade de retificar o aviso de licitação, buscando a melhor maneira de atendimento dos interesses da administração e, ainda, por razões de interesse público e em observância ao princípio da autotutela, fica revogado o presente processo licitatório, nos termo da legislação vigente, para todos os efeitos”, diz o termo de revogação.

A cidade é administrada interinamente pelo presidente da Câmara, o vereador Paulo George Saraiva, o “Paulinho” (PSB), porque o prefeito eleito, Carlos Alberto Queiroz Pereira, o Bebeto do Choró (PSB), está foragido desde o início de dezembro do ano passado em meio a uma investigação por suspeita de compra de votos com dinheiro desviado de emendas parlamentares - o esquema teria se alastrado por 51 municípios cearenses, ao menos. Bebeto foi impedido de tomar posse.

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Bebeto do Choró está foragido e foi impedido de tomar posse como prefeito. Foto: Reprodução/@bebetoqueiroz_

Ele também é alvo de um inquérito sobre emendas parlamentares enviadas pelo deputado Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior (ex-PL), o Júnior Mano, ao Ceará.

Bebeto é apontado como operador de um esquema de desvio dos recursos. Segundo a denúncia enviada ao Ministério Público, ele ficaria encarregado de abordar gestores públicos e oferecer emendas em troca de uma comissão.

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