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CNJ mantém afastamento de juiz citado no relatório do golpe

Conselho Nacional de Justiça confirma decisão da Corregedoria que afastou Sandro Nunes Vieira, da 1.ª Vara Federal de Paranaguá, no Paraná; Estadão pediu manifestação da defesa

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Foto do author Rayssa Motta
O juiz Sandro Nunes Vieira durante evento virtual representando o TSE, onde atuou até 2022. Foto: Reprodução/TSE

Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que fiscaliza o Poder Judiciário, confirmou por unanimidade o afastamento do juiz Sandro Nunes Vieira, da 1.ª Vara Federal de Paranaguá, no Paraná, por suspeita de envolvimento na campanha do Partido Liberal para desacreditar as urnas eletrônicas.

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O magistrado foi afastado das funções no mês passado por ordem do ministro Mauro Campbell, corregedor do CNJ, e agora a decisão foi referendada pelos demais conselheiros.

A votação ocorreu em sessão reservada nesta terça-feira, 10, já que o processo disciplinar tramita em sigilo. A transmissão ao vivo foi interrompida e o plenário do CNJ esvaziado.

Estadão pediu posicionamento da defesa do magistrado. Em nota divulgada previamente, ele afirmou que, como juiz, não emite opiniões públicas ou juízo de valor sobre processos de conotação política.

Trecho de conversa entre Marcelo Câmara e Mauro Cid, transcrita no relatório da Polícia Federal, faz referência ao juiz Sandro Nunes Vieira. Foto: Reprodução/processo judicial

O juiz Sandro Vieira foi citado no relatório final do inquérito do golpe, elaborado pela Polícia Federal, que levou ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de 36 aliados.

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O relatório da Polícia Federal afirma que Sandro Vieira “atuou de forma ilegal e clandestina, ao assessorar o Partido Liberal na representação eleitoral contra as urnas eletrônicas”.

O PL foi multado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em R$ 22,9 milhões por questionar a segurança das urnas e pedir a anulação de parte dos votos após o segundo turno. Os ministros concluíram que houve “má-fé” do partido de Bolsonaro.

O juiz foi citado em conversas entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, em novembro de 2022. As mensagens indicam que o magistrado pediu para não ter o nome vinculado à campanha do PL contra as urnas. Os investigadores também encontraram arquivo em pdf intitulado “nota juiz sandro vieira nunes”.

Sandro Vieira atuou junto ao Tribunal Superior Eleitoral entre 2019 e agosto de 2022.

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