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Como a tecnologia ajuda na gestão de uma cidade mais inteligente

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Por Alessandra Montini
Atualização:
Alessandra Montini. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Estamos a poucos dias de eleger os prefeitos e vereadores que vão compor a nova gestão dos 5.570 municípios espalhados pelo Brasil. Este, sem dúvida, é mais um desafio que teremos que enfrentar em 2020. Afinal, sabemos que os próximos gestores terão quatro longos anos para reduzir os efeitos negativos causados pela crise do coronavírus.

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Nesse cenário incerto, uma coisa é totalmente certeira: a tecnologia é uma aliada dos municípios para avançar e trazer mais qualidade de vida à população. No entanto, ela foi subestimada pela gestão pública por anos, o que não é mais aceitável em uma sociedade que está em constante evolução.

Por isso, usar tecnologia para apoiar a administração nas cidades, seja qual for o número de habitantes, pode trazer benefícios para todos os lados. Na gestão pública, ela ajuda a diminuir gastos desnecessários, além de fornecer serviços mais eficientes e ágeis para a população.

Um relatório recente elaborado pelo McKinsey Global Institute (MGI) concluiu que as tecnologias inteligentes podem ajudar as cidades a melhorarem entre 10% e 30% alguns índices importantes de qualidade de vida, como redução de emissões de carbono, agilidade no deslocamento e redução de incidentes criminais.

Listei alguns exemplos de como a tecnologia pode ser usada para ajudar na administração municipal:

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Chamadas emergenciais que envolvem a cidade

Um bom exemplo é o que aconteceu na Cidade do México. Graças a 8.200 megafones distribuídos pela cidade, foi possível alertar seus 20 milhões de habitantes sobre terremoto que atingiu o município em 2017, o maior registrado no século. Dessa maneira, várias vidas foram poupadas. Instalado na costa do Pacífico há 20 anos, o sistema lança uma onda que aciona alarmes em escolas, escritórios e outros prédios da capital mexicana, dando aos habitantes o tempo de um minuto para saírem dos prédios antes do início dos tremores. De acordo com o MGI, a tecnologia pode reduzir entre 20% e 35% o tempo de resposta das chamadas emergenciais, como acidente de trânsito, incêndios e até mesmo eventos climáticos.

Criminalidade

A criminalidade é uma das grandes preocupações de qualquer cidade. Mas a tecnologia também poder ser uma valiosa ferramenta para combatê-la. É possível mapear em tempo real as principais ruas do município e apoiar o policiamento preventivo para solucionar a questão. Nesse cenário, o levantamento do MGI aponta que a tecnologia pode reduzir entre 30% e 40% os incidentes de assalto, roubo de carros e furtos.

Trânsito e mobilidade

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O trânsito e a mobilidade também estão entre os assuntos que mais intrigam as cidades, principalmente as grandes. A boa notícia é que os municípios que fizerem o uso de aplicativos de mobilidade inteligente até 2025 conseguirão reduzir os tempos de deslocamento entre 15% e 20% em média. Isso significa uma economia de 15 minutos por dia em uma cidade de trânsito intenso, por exemplo.

O estudo mostra ainda que a tecnologia pode dar suporte às equipes técnicas para resolverem problemas de atraso e falhas com mais agilidade e orientarem os motoristas sobre rotas mais rápidas.

Saúde

A tecnologia também é uma grande aliada na área da saúde. Nas cidades em desenvolvimento, é possível reduzir em mais de 5% o índice de doenças em crianças, baixando as taxas de mortalidade infantil. Em cidades mais desenvolvidas já existem sistemas que, por meio de dispositivos digitais, realizam exames que são posteriormente encaminhados para avaliação médica - tudo à distância. Esse método foi potencializado com a pandemia e sem dúvida deve seguir como um caminho sem volta.

Educação

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O tema é sensível, ainda mais diante da pandemia. As aulas das escolas municipais foram dispensadas e não houve nenhum preparo para lidar com ensino à distância. Investir em ferramentas tecnológicas que deem suporte às crianças e jovens em momentos como esses, ou até mesmo seja um apoio para as aulas, deve estar no plano do próximo prefeito.

É claro que lidar com essa questão envolve ainda inserir uma boa parcela desses estudantes na era digital. De acordo com os dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 4,8 milhões de crianças e adolescentes, na faixa de 9 a 17 anos, não têm acesso à internet em casa.

Por fim, os próximos prefeitos precisam administrar as cidades de maneira eficiente e colocando o bem-estar da população em primeiro lugar. O discurso de que investir em tecnologia é caro e inacessível já não é mais aceitável. Precisamos avançar. Só assim teremos cidades mais eficientes para todos os habitantes.

*Alessandra Montini é diretora do LabData, da FIA

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