Deputados da Furna da Onça assumem mandato, mas não dão as caras em sessão virtual da Alerj

Justiça determinou nesta quarta-feira que os cinco parlamentares, que já estiveram presos, retomassem os cargos; PSOL pede cassação

Blog

image

Blog

Blog do Fausto Macedo

PUBLICIDADE

Por Caio Sartori

Com o risco de serem cassados num futuro próximo, cinco deputados que já foram presos no âmbito da operação Furna da Onça assumiram nesta quinta-feira, 28, seus mandatos na Assembleia Legislativa do Rio, a Alerj, após determinação da Justiça. Nenhum deles, contudo, ligou a câmera do computador ao participar da sessão virtual.

Os parlamentares André Corrêa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Luiz Martins (PDT), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinícius Neskau (PTB) foram presos em novembro de 2018, no âmbito da Furna da Onça, quando já estavam reeleitos. Depois de um vaivém de decisões judiciais, coube à Assembleia, em outubro do ano passado, votar pela soltura dos deputados.

Uma vez soltos, começou outra novela: a pelo direito a assumir o cargo, que culminou em final feliz para os cinco na tarde de ontem, quando a Justiça do Rio acatou decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), e encaminhou ofício à Alerj.

Os cinco já estão com os mandatos em curso nesta quinta-feira, mas apenas um deles, André Corrêa, apareceu na sessão virtual - e sem ligar a câmera. Outros três se limitaram a participar do chat por mensagem, enquanto Chiquinho da Mangueira nem isso fez.

Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Foto: Zô Guimarães/Alerj/Divulgação

Mesmo empossados, os deputados podem ser cassados no futuro próximo - está nas mãos da Mesa Diretora da Alerj, desde o início deste ano, um pedido feito pelo PSOL. Com a posse dos parlamentares, o texto deve ser encaminhado em breve ao Conselho de Ética, a quem cabe dar seguimento ou não à reivindicação.

Continua após a publicidade

A Furna da Onça entrou recentemente nos holofotes por causa das acusações feitas pelo empresário Paulo Marinho contra o senador e ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que teria recebido informações vazadas sobre a operação antes dela acontecer.

Apesar de não ser alvo da Furna, Flávio viria a ser atingido por um relatório de inteligência financeira do antigo Coaf que foi incluído na investigação. O relatório citava movimentações suspeitas de funcionários da Alerj, entre eles Fabrício Queiroz, o suposto operador do esquema no gabinete de Flávio que passou a ser investigado pelo Ministério Público do Rio. O caso foi revelado pelo Estadão.

Deflagrada em 2018 pela Polícia Federal, a Furna da Onça tinha como foco a participação de deputados do Rio em esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual.

No dia 8 de novembro daquele ano, a operação cumpriu 19 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 47 de busca e apreensão, todos expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.

Notícias em alta | Política






Veja mais em politica