Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Dino manda para PGR ‘indícios de crime’ em emenda Pix de R$ 10 milhões da Saúde no DF

Ministro remeteu ao Ministério Público Federal representação do Ministério Público de Contas do Distrito Federal que questiona o repasse de emenda de autoria do deputado federal Alberto Fraga para hospital em Brasília, argumentando que plano de trabalho do projeto foi aprovado antes de fossem esclarecidas ’questões técnicas’

PUBLICIDADE

Foto do author Pepita Ortega
Atualização:

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, encaminhou à Procuradoria-Geral da República uma representação do Ministério Público de Contas do Distrito Federal que questiona o repasse de R$ 10 milhões, via emenda Pix, para um projeto na área de saúde na capital federal. O ministro considerou que pode haver indícios de crimes ligados à emenda parlamentar e encaminhou o caso para o chefe do Ministério Público Federal Paulo Gonet, para que ‘proceda como considerar cabível’.

PUBLICIDADE

A reportagem entrou em contato, por e-mail com a Secretaria de Saúde do DF e o autor da emenda questionada, o deputado Alberto Fraga (PL-DF). O espaço está aberto para manifestações.

Em despacho assinado nesta sexta-feira, 6, também foi instada a ministra da Saúde para “proceder administrativamente”. Dino oficiou as autoridades por considerar que o processo, no Supremo Tribunal Federal, que questiona as emendas Pix não comporta a análise de casos concretos, como o noticiado pela Procuradoria de Contas do DF.

O plenário da Câmara dos Deputados Foto: Agência Senado

O MP questiona um termo de fomento publicado no dia 23 de outubro. Ele foi fechado pela Secretaria de Saúde do DF com o Hospital São Mateus para a execução de um projeto chamado ‘Tenda +’. Este obteve o financiamento de uma emenda Pix de autoria do deputado federal Alberto Fraga.

A representação encaminhada à PGR alega que o plano de trabalho do projeto “parte do pressuposto de que o investimento do SUS é dissociado da demanda efetiva”. Segundo o MP, o planejamento do projeto foi aprovado antes que fossem esclarecidas todas as questões técnicas e de custo do mesmo.

Publicidade

“Resta evidente que o plano de trabalho foi aprovado sem que tivessem sido equacionados os problemas técnicos apresentados, razão pela qual não atende, sob nenhum aspecto, os princípios da eficiência, economicidade e legitimidade da despesa pública”, sustentou a Procuradoria.

Além disso, o órgão aponta que já foi aprovada emenda de mais de R$ 6 milhões para a mesma ação, destinada à mesma entidade, faltando apenas a designação do projeto.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.