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Acusado de corrupção, fiscal de Rendas em SP tem aposentadoria cassada e perde salário de R$ 42 mil

Agostinho Ientile Júnior foi alvo da Operação Triuno, deflagrada pela Polícia Federal em 2020 para investigar empresas que se aliaram a escritório de advocacia em esquema de lavagem de dinheiro e corrupção; despacho do secretário da Fazenda estadual, Samuel Kinoshita, corta rendimentos de aposentadoria do fiscal de Rendas; defesa informou que vai recorrer judicialmente

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Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Fausto Macedo
Atualização:

A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo cassou a aposentadoria do auditor fiscal Agostinho Ientile Júnior, alvo da Operação Triuno - investigação da Polícia Federal que, em 2020, pegou um grupo de empresas envolvidas em esquema de lavagem de dinheiro e operacionalização de propinas a servidores públicos.

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A Corregedoria da Fiscalização Tributária atribui a Agostinho crimes contra a administração pública, enriquecimento ilícito e recebimento de propinas. A defesa informou que vai recorrer judicialmente para tentar reverter o resultado do processo administrativo. O advogado José Márcio Rielli considera que questões apresentadas pela defesa não foram analisadas com a profundidade necessária.

O fiscal de Rendas se aposentou em meio às investigações da Operação Triuno. O despacho que cassou sua aposentadoria foi publicado na terça-feira, 11, no Diário Oficial, assinado pelo secretário de Estado da Fazenda Samuel Kinoshita.

Com a decisão, o governo vai suspender os salários do fiscal aposentado. A remuneração bruta de Agostinho Ientile Junior é de R$ 42,3 mil, segundo dados do Portal da Transparência.

Cassação da aposentadoria do fiscal Agostinho Ientile Junior. Foto: Reprodução/Diário Oficial

A Operação Triuno, deflagrada pela Polícia Federal em 2020, teve como ponto de partida informações dos advogados Luiz Carlos da Fonseca Claro e Gabriel Silveira da Fonseca Claro, pai e filho, em delação premiada firmada com a Justiça.

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Os advogados revelaram aos investigadores como usaram seu próprio escritório e outras empresas controladas pela família para servir a companhias envolvidas em lavagem de dinheiro e operacionalização de propinas a servidores públicos.

A investigação revelou que uma empresa de tecnologia fez parte do grupo interessado nos “serviços” do escritório dos Claro. Segundo a Polícia Federal, o Claro Advogados foi usado para pagar propinas a Agostinho por meio de contratos falsos de prestação de serviços advocatícios.

A PF afirma que o próprio fiscal procurou Gabriel Claro e “solicitou a elaboração de um ‘projeto’ para a geração de recursos em espécie”.

Antes da delação, a Polícia Federal apreendeu celulares e computadores dos advogados. Os investigadores encontraram planilhas com o contato de Agostinho, o que segundo a PF corrobora a versão contada posteriormente pelos delatores.

O fiscal teria recebido propinas para fazer vista grossa à sonegação de ICMS pela empresa de tecnologia. A defesa nega irregularidades e afirma que Agostinho nunca participou de fiscalizações envolvendo a companhia.

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