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Fusões e aquisições: a retomada das operações no segundo semestre

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Por Enrique Tello Hadad e Rachel Rennó
Atualização:
Enrique Tello Hadad e Rachel Rennó. FOTOS: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O mercado de Fusões e Aquisições (M&A) iniciou o ano de 2020 aquecido e promissor para o Brasil, mas já no final do primeiro trimestre passou a enfrentar os impactos negativos da desaceleração da atividade econômica global causada pela pandemia da COVID 19.  Como resultado destes impactos, investidores estratégicos e não estratégicos passaram a adotar como resposta uma atitude cautelosa tanto em relação aos seus negócios, com foco, sobretudo, na análise dos efeitos da pandemia, como em relação a operações de M&A em andamento, muitas das quais acabaram sendo paralisadas.

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Agora, neste segundo semestre, passado o susto inicial e com a pandemia um pouco mais controlada, notadamente em alguns países da Europa e da Ásia, vemos uma retomada gradual da atividade econômica e com ela a reativação de algumas transações de M&A postergadas no Brasil. Esta retomada dos investimentos no país tem também como motivadores a oportunidade  gerada pela desvalorização da nossa moeda frente ao dólar, euro e outras moedas estrangeiras, que tornou mais baratos alguns ativos brasileiros; o aumento de projetos na área de infraestrutura, que começam a sair do "forno"; as recentes mudanças legislativas visando à desburocratização da atividade empresarial, entre outros fatores.

Diante do cenário atípico, mas com impactos já mais bem avaliados, observa-se também uma mudança no "mindset" de muitos empresários brasileiros, que nunca haviam considerado uma operação de M&A como alternativa para enfrentar os impactos financeiros e em suas atividades causados pela pandemia da Covid-19. Para lidar com estes efeitos, muitos se viram obrigados a rever suas estratégias de negócio, a quebrar paradigmas e a se perguntarem se a melhor opção seria "fechar, manter ou vender" suas companhias ou ativos. Vários vêm optando por vender ações e investir em novas empreitadas, deixando totalmente o negócio, ou unindo forças e abrindo as portas para novos sócios e investidores, inclusive concorrentes, que buscam consolidar a sua posição de mercado.

Para determinados setores fortemente impactados pela pandemia, como turismo, lazer e transporte, para citar alguns exemplos, espera-se um aumento na atividade de M&A, muito em razão também da desvalorização de suas ações, o que pode ser visto como uma boa oportunidade de negócio para alguns investidores. Outros segmentos, como o de TI, também continuam, como nunca, sendo avaliados para investimentos e parcerias por serem considerados estratégicos e vitais à modernização e mudança exigidas para uma nova era da atividade empresarial, onde a tecnologia desenvolve um papel fundamental. Grandes empresas, fundos de investimento e outros investidores altamente capitalizados estão monitorando concorrentes, avaliando mercados, mapeando sinergias e buscando parcerias e negócios para crescer na crise.

Obviamente que cada segmento tem atuado e se movimentado em razão da crise causada pela pandemia da Covid-19 conforme as características inerentes aos seus negócios, mas o fato é que a mudança de planos do empresariado e a visão mais aberta ao mercado, aliadas à movimentação de investidores em busca de oportunidades geradas pela pandemia, tendem a aquecer o mercado de M&A no segundo semestre.

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*Enrique Tello Hadad é sócio do escritório Loeser, Blanchet e Hadad Advogados; Rachel Rennó é gerente no escritório Loeser Blanchet e Hadad Advogados

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