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Juiz revoga domiciliar e manda para a prisão bolsonarista que matou a tiros tesoureiro do PT

Agente penitenciário federal Jorge Guaranho havia recebido autorização para cumprir prisão preventiva em regime domiciliar, por falta de estrutura no Departamento Penal, mas Secretaria de Segurança disse que agora tem estrutura para recebê-lo

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Por Bruno Zanette, especial para o Estadão e e Rayssa Motta
Atualização:

Jorge José da Rocha Guaranho é agente penitenciário federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

A Justiça do Paraná revogou a autorização dada ao agente penitenciário federal Jorge Guaranho, para cumprir prisão preventiva em casa, e determinou que ele passe para o regime fechado. Guaranho responde pelo assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, que aconteceu no dia 9 de julho em Foz do Iguaçu (PR).

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Guaranho foi transferido às 18h30 desta sexta-feira, 12, ao Complexo Médico Penal (CMP) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

O juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3.ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, havia autorizado o regime domiciliar depois que o Departamento de Polícia Penal Paraná informou que não teria estrutura para garantir a segurança de Guaranho e de prestar os cuidados necessários a ele no sistema penitenciário. O agente penal recebeu alta do hospital neste semana, onde passou mais de um mês internado, e se recupera agora dos chutes que recebeu de familiares e amigos da vítima após o crime.

Em menos de dois dias, a Secretaria de Segurança do Estado enviou um novo posicionamento à Justiça, afirmando que tem "plenas condições estruturais e humanas" de cumprir a ordem judicial. Em nota enviada ao blog, a pasta informou que o Complexo Médico Penal, para onde Guaranho foi transferido, passava por um "processo de reestruturação física e contratação de pessoal", o que "impossibilitou a transferência" em um primeiro momento.

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A mudança de posicionamento ocorreu após o Ministério Público do Estado pedir urgência na prisão de Guaranho a acusar o governo de "descaso".

Procurada pela reportagem, a defesa de Jorge Guaranho disse que irá se manifestar apenas quando tiver conhecimento das reais condições do CMP e não irá questionar a decisão da Justiça.

O advogado Ian Martin Vargas, que representa a família de Marcelo Arruda, diz que a prisão domiciliar era uma "afronta à Justiça, uma vez que o réu cometeu um crime hediondo por intolerância política".

O crime aconteceu durante a festa de aniversário de 50 anos do petista. Guaranho invadiu a celebração temática do PT e matou Arruda a tiros na frente de familiares e convidados. A Justiça autorizou a denúncia do Ministério Público do Paraná e ele vai a julgamento por homicídio duplamente qualificado.

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