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O desafio da sucessão empresarial

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Por Ivan Caldeira
Atualização:
Ivan Caldeira. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A caminhada pela estrada do sucesso pode ser dura e bastante imprevisível. O compromisso de continuar trilhando os passos dados por outras pessoas não é tarefa fácil. Responsabilidade, dedicação e honestidade são apenas alguns dos valores para uma história de liderança bem sucedida. Todas as gerações precisam saber a história da empresa, como começou e porque começou. E a partir daí, tomar decisões que gerem valor a essa trajetória.

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Se, de um lado, a tarefa de empreender no Brasil é uma verdadeira batalha e os índices de letalidade das empresas antes do primeiro ano é um dos maiores do mundo, de outro é preciso celebrar a longevidade das que atravessaram décadas e aprender com elas. A busca pelo aperfeiçoamento contínuo sempre fez parte dos planos e mudanças são necessárias para reforçar a busca pelo crescimento.

Embora a sucessão familiar nas empresas ainda seja um assunto complexo e delicado pois envolve sentimentos, ressentimentos e uma série de outras questões muito pessoais de cada estrutura familiar, esses negócios estão agora investindo em profissionalização e atentos às boas práticas de governança corporativa, mesmo nos casos em que as empresas são de capital fechado - aliás, em muitas delas, observa-se uma estrutura de governança que nada fica a dever às empresas familiares de capital aberto. Critérios técnicos têm se firmado como o principal parâmetro para a escolha de sucessores nessas organizações.

Em um cenário mais moderno, o criador da empresa precisa dar liberdade aos herdeiros para que definam os rumos a partir da sucessão. Essa talvez seja uma das questões mais difíceis neste processo porque quem criou conquistou poder, mas a continuidade depende dos descendentes.

A sucessão é algo natural mas complexo e vai além da troca de bastão. Há pré-requisitos que devem ser levados em conta na condução dos procedimentos que a jornada sucessória envolve e seguir um planejamento é fundamental para agregar mais segurança ao processo, ao sucedido e aos potenciais sucessores.

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A dica é sempre atuar de forma transparente. Conflitos gerados por divergência de ideias e expectativas entre os membros da família são comumente encontrados e, se não trabalhados, podem derrubar a harmonia do grupo familiar e, até mesmo, destruir o patrimônio da empresa no médio e longo prazos.

O desafio é grande mais prazeroso e o sucessor deve estar preparado para os desafios que enfrentará quando estiver à frente da empresa. Existem muitos caminhos para promover essa preparação, que pode ocorrer pela experiência ou formações específicas. Portanto, quanto mais jovem o sucessor começar de fato a atuar na administração da empresa, maior será a chance da mesma se perpetuar geração a geração. Novas ideias vão atualizar a organização para os novos tempos, enquanto a sabedoria de quem enfrentou os desafios econômicos, de mercado e de gerenciamento traz ensinamentos valiosos para solucionar dúvidas e contornar situações adversas.

*Ivan Caldeira, CEO Gema de Minas

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