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'O meu universo vai bem além do cercadinho', diz Barroso após ser ofendido por Bolsonaro

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, rebateu as ofensas do presidente Jair Bolsonaro contra ele nesta sexta-feira, 6. Em encontro com apoiadores em Joinville, Bolsonaro associou o magistrado à pedofilia e o chamou de "f.d.p", elevando mais uma vez a tensão entre os Poderes numa semana em que o Planalto acumulou derrotas no Judiciário. "Eu não paro para bater boca, não me distraio com miudezas. O meu universo vai bem além do cercadinho", respondeu Barroso.

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Por Weslley Galzo/BRASÍLIA

"Eu sou um ator institucional, não sou um ator político. Portanto, eu não tenho interesse e nem cultivo polêmica pessoais. A conquista e a preservação da democracia foram as grandes causas da minha geração e é a isso que eu dedico a minha vida", afirmou.

Barroso: "Passamos de um país querido e admirado internacionalmente a um país olhado com desconfiança e desprezo". Foto: Gabriela Biló / Estadão

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O ministro disse que não são prerrogativas exclusivas da sua atuação a tomada de decisões que impõem contrariedade ao presidente no Judiciário, em especial na pauta do voto impresso, mas, sim, a todos os envolvidos nos processos da Justiça Eleitoral. "De modo que essa obsessão por mim não se justifica e, sobretudo, não é correspondida", afirmou.

Barroso frisou que o inquérito administrativo instaurado contra Bolsonaro no TSE foi aprovado por unanimidade na última segunda-feira, 2. As investigações vão apurar se o presidente abusou de poder político e econômico, fez uso indevido dos meios de comunicação social, cometeu fraude e corrupção, ao defender efusivamente a aprovação do Projeto de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, de autoria da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), derrotada em comissão especial na última quinta-feira, 5. Para defender a legitimidade do texto, Bolsonaro adotou como tática o ataque às instituições e suas autoridades.

As declarações de Barroso em resposta a Bolsonaro foram feitas em um seminário realizado pelo Insper. O evento contou também com a participação dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Os magistrados discutiram a crise entre os Poderes e como ela afeta a governabilidade, assim como a mudança do sistema de governo no país para o semipresidencialismo.

O projeto foi amplamente defendido por Barroso e Mendes como um mecanismo para mitigar as crises institucionais, mas foi alvo de críticas de Moraes, que enfatizou a importância de definir bem o tipo de modelo presidencial para não concentrar mais poderes na figura do presidente da República.

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