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Preso na 28ª fase da Lava Jato, Gim Argello é amigo de Dilma e Renan Calheiros

Ex-senador chegou ao Congresso em 2007 como suplente e conquistou interlocução em várias rodas políticas

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Foto do author Andreza Matais
Atualização:

Dilma Rousseff e Gim Argello durante cerimônia de sanção da MP do Brasil Carinhoso,no Palacio do Planalto. Foto: Ed Ferreira/AE - 3-10-2012

Preso na 28a fase da Operação Lava Jato, o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) é um dos poucos políticos com interlocução no Palácio do Planalto e com acesso direto a todas as lideranças partidárias. No Senado, ganhou a confiança do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do senador Romero Jucá (RR), atual presidente interino do PMDB, que o apadrinharam. Gim também é próximo da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, de quem diz ser amigo pessoal. E tem relações como o assessor especial da presidente Dilma, Giles Azevedo, um dos nomes mais próximos da petista.

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A aproximação com a presidente Dilma Rousseff veio ainda quando ela era ministra da Casa Civil do governo Lula. Gim se mudou para uma casa próxima a usada pela petista na época e ficava na espreita aguardando ela sair para caminhar forçando um encontro "casual" na rua. A "amizade" e sua atuação sempre disposta a agradar o interlocutor ajudaram a conquistar a confiança de senadores experientes ao recém chegado colega. Gim chegou ao Senado em 2007 como suplente de Joaquim Roriz (PRTB). Assumiu o cargo em definitivo sete meses depois da posse com a renúncia do titular para escapar de processo de quebra de decoro parlamentar após não conseguir explicar o recebimento de valores milionários.

Como senador, Gim tinha a habilidade de poucos para "ler" o plenário rapidamente, expertise fundamental para avaliar que rumo pode tomar uma votação. Com a ajuda de Renan, chegou a líder do PTB, relator da Comissão de Orçamento do Congresso. Desse último cargo renunciou após revelação de que enviava dinheiro de emenda parlamentar para entidades fantasmas. Permaneceu na liderança, o que ajudou a reforçar ainda mais sua interlocução com o governo. As relações com a alta cúpula do Senado lhe garantiram em abril de 2014 a indicação para vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Contudo, alvo de vários processos, a reação no tribunal de contas foi imediata e o nome dele descartado pela base do governo no Congresso.

Em 2010, o ex-senador apoiou a campanha de Dilma Rousseff. Em 2013, quando ela já enfrentava baixa popularidade, dividiu palanque com a petista na comemoração de aprovação de lei que permitiu a transferência da concessão da licença de concessão de táxi à família do motorista. "Nós devemos também agradecer muito ao Gim Argello, ao senador Gim Argello. Ele defendeu e relatou, com muita garra, essa medida provisória que dá origem à lei que eu acabei de sancionar. Isso mesmo! A gente tem de ser agradecido àqueles que lutam. Obrigada, Congresso Nacional, também", afirmou a presidente em discurso em 9 de outubro de 2013.

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Mas em 2014, ajudou com que o PTB deixasse optar por Aécio Neves (PSDB-MG). Uma retaliação ao fato de o PT no DF não apoiar sua candidatura à reeleição pelo Senado.

Ex-corretor de imóveis, Gim teria uma fortuna de mais de um bilhão de reais, segundo reportagem da IstoÉ de 2009. Se aproximou do mundo político nessa condição de corretor de imóveis, nos anos 90, por meio do empresário da construção civil, Paulo Octávio, e do senador Fernando Collor (PTB-AL). O primeiro cargo eletivo foi como deputado distrital do DF. Gim é mais um ex-senador do DF a ser preso. A lista inclui José Roberto Arruda, que foi preso acusado de comprar apoio para seu governo, e Luiz Estevão, preso pelo envolvimento no esquema de corrupção para construir o prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, da qual teria sido desviado R$ 1 bilhão.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE GIM ARGELLO

O criminalista Marcelo Bessa, defensor do ex-senador Gim Argello, disse que não poderia se manifestar porque está estudando as informações que constam dos autos da Operação Vitória de Pirro.

 

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