O Ministério Público do Rio prendeu, no início da manhã desta sexta-feira, 10, Edmar Santos, ex-secretário de Saúde do Estado. Ele é acusado de integrar suposta organização criminosa que teria fraudado contratos de compra de respiradores pulmonares, em caráter emergencial, para paciente da covid-19. Santos foi preso em casa, em Botafogo, na zona sul do Rio, em ação do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Delegacia Fazendária da Polícia Civil.
A medidas faz parte de um novo desdobramento da Operação Mercadores do Caos, que também cumpre mandados de busca e apreensão em outro imóvel do ex-secretário em Itaipava, na Região Serrana fluminense. Segundo o MP, as investigações identificaram que, além do ex-subsecretário executivo Gabriell Neves, a organização criminosa investigada também tinha como 'comandante' o próprio Santos.
A prisão de Edmar Santos tem caráter preventivo e foi decretada pelo juízo da 1ª Vara Criminal Especializada da capital, assim como as buscas. Em denúncia à Justiça, o MP alegou que, mesmo depois de deixar o cargo, Santos mantinha influência na secretaria. Ao pedir a prisão, o MP alegou que, em liberdade, Santos poderia dificultar o rastreamento das verbas públicas desviadas, destruir provas e ameaçar testemunhas.
Em nota, a Promotoria indicou ainda que a Justiça fluminense decretou o arresto de bens e valores de Edmar até o valor R$ 36.922.920,00, equivalente aos recursos públicos desviados em três contratos fraudados para aquisição dos equipamentos médicos.
O ex-secretário sempre alegou desconhecer a existência de qualquer esquema de desvio de recursos. O Estadão não localizou a defesa de Santos, para que se pronunciasse sobre a prisão e as acusações.