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Quatro coisas que você precisa saber sobre imunidade ao novo coronavírus

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Por Luciana Brito
Atualização:
Luciana Brito. FOTO: ARQUIVO PESSOAL Foto: Estadão

Tem-se comparado muito a pandemia do novo coronavírus com a gripe espanhola há 100 anos. Entre janeiro de 1918 e dezembro de 1920, 500 milhões de pessoas foram infectadas e um quarto da população mundial foi a óbito em decorrência do vírus influenza.

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Os tempos eram outros, os recursos eram mais limitados. A mensagem que quero passar é: nem todo vírus é tão letal como o da SARS-COV-2. Hoje a disseminação de notícias falsas (em especial via WhatsApp) é quase tão forte e preocupante quanto o coronavírus.

Informação, cuidados básicos e prevenção ainda são remédios eficientes ao combate de muitas doenças e falácias sobre elas. Por isso, gostaria de compartilhar quatro informações que podem ajudar a aumentar o conhecimento e a imunidade.

1 - Não há comprovação quanto a remédios que possam prevenir efetivamente a população de contrair o vírus, tanto que não há recomendação deles em sites oficiais e de informações de confiança, como no site da organização Mundial da Saúde ou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Alguns cuidados como o uso de máscara, evitar aglomerações, lavar as mãos com frequência, uso de álcool em gel e isolamento social são protocolos a serem seguidos.

2 - A imunidade contra o novo coronavírus pode ser adquirida com a infecção natural ou passivamente por vacinas que começaram a ser aplicadas recentemente. No entanto, devemos frisar que ambas as imunidades ainda não foram definidas como definitivas ou 100% eficazes. A vacinação é importante e irá ajudar a reduzir as chances de óbito por complicações em decorrência da doença. Ressaltando que as vacinas levam um tempo até fazerem efeito, portanto não se pode relaxar nas medidas de prevenção. A eficácia das diferentes vacinas nos diferentes grupos (faixa etária, sexo, imunodeprimidos, fazendo uso de imunossupressores etc.) será aprofundada nos próximos meses, quando será possível a comparação da percentagem de inibição alcançada. Exames para testar neutralizantes em laboratórios de diagnóstico também podem ser aliados nos cuidados.

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3 - Um estudo elaborado na Alemanha e publicado na revista Nature Medicine traz indícios de que a imunidade contra a covid-19 de pacientes já infectados pode ser cada vez maior e durar anos. A presença de anticorpos do tipo neutralizantes tem meia-vida variável e diminui mais lentamente ao longo do tempo (11,7% de redução) do que os demais anticorpos não funcionais, que são apenas ligantes (76%). Se você teve a doença sem sintomas, há mais chance de descobrir que a teve pelo teste de neutralizantes do que por teste comum se já tiverem passado mais de quatro meses.

4 - Uma pesquisa da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, mostrou que até mesmo quem já foi infectado pode se reinfectar, já que a imunidade ao vírus não é duradoura e pode diminuir em poucos meses, bem como mutações podem estar surgindo, ou até ambas as situações em efeito sinérgico. Nesses casos especialmente suspeitos de reinfecção, devem ser analisados os achados clínicos, laboratoriais e de contato com infectados pelo vírus antes de concluir por reinfecção. Tudo isso deve ser analisado conforme definições do Ministério da Saúde, pois existem casos de detecção continuada de material genético viral que não devem ser confundidos com reinfecção.

Estamos cada vez mais familiarizados com essa nomenclatura médica, o que não pode ser feito ainda é flexibilizar as medidas de proteção. Se puder, fique em casa. Se precisar sair, use máscara e tenha cuidado com o vírus das fakenews. Muitas vezes ele não é malicioso, mas se espalha por falta de entendimento.

*Luciana Brito é coordenadora de Qualidade e Regulatório na NL Diagnóstica

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