O sentimento de revolta é inevitável diante do mais recente episódio de crueldade. Um jovem de 15 anos foi alvejado covardemente a queima-roupa, à porta da casa de sua namorada, no Bairro de Perdizes, em São Paulo.
Esse triste acontecimento nos faz refletir sobre a necessidade urgente de aprimorarmos nosso sistema de justiça e segurança. Não podemos aceitar que marginais continuem agindo impunemente, instaurando o medo e a insegurança em nossas comunidades.
É fundamental reconhecer que a eficácia no combate ao crime não se limita à atuação policial, que representa a porta de entrada do sistema de justiça criminal, mas depende da existência e aplicação integral de leis, fortalecimento das prerrogativas dos policiais e, principalmente, da certeza de que as leis serão cumpridas em sua totalidade. Caso contrário, a população continuará como refém permanente de uma realidade perigosa, que a cada dia se aproxima mais de cada um.
O Estado precisa agir de forma contundente. Não podemos mais tolerar a impunidade, que apenas perpetua o ciclo vicioso da violência.
No caso específico dessa atrocidade em Perdizes, temos a certeza de que os três marginais serão identificados e presos rapidamente. No entanto, essa prisão por si só não basta. É necessário que haja uma condenação exemplar, que transmita uma mensagem clara de que crimes hediondos não serão tolerados.
Temos que cobrar do sistema judicial a sua parte na segurança da sociedade, garantir que as leis sejam aplicadas com rigor e que os criminosos sejam efetivamente punidos. A sensação de justiça não pode ser apenas momentânea; ela deve se perpetuar com a certeza de que esses marginais não voltarão a aterrorizar as ruas.
A população não pode viver com medo constante, se perguntando por quanto tempo esses criminosos permanecerão na cadeia.
*Raquel Gallinati é delegada de polícia; pós-graduada em Ciências Penais, em Direito de Polícia Judiciária e em Processo Penal; mestre em Filosofia; diretora da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) do Brasil
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