Por Mateus Coutinho

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou nesta sexta-feira, 28, o segundo habeas corpus pedindo a soltura de Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB no esquema de desvios da Petrobrás investigado na Operação Lava-jato.
"Em se tratando de grupo criminoso de incontável capacidade financeira e havendo registro de tentativa de cooptação de testemunha ou de influenciar na instrução criminal, é possível e aconselhável o encarceramento cautelar, diante dos riscos à ordem pública, à investigação e instrução e à aplicação da lei penal", afirmou o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator do caso Lava Jato no tribunal.
Dessa vez, a defesa de Baiano pedia a revogação da prisão preventiva, decretada pelo juiz Sérgio Moro dia 21 de novembro.Com a prisão temporária decretada na sétima etapa da Lava Jato, deflagrada na sexta-feira, 14, Baiano se entregou à PF na semana seguinte. Em seu depoimento às autoridades, ele afirmou que começou a fazer negócios na Petrobrás ainda no governo FHC.
Após o fim do prazo de sua prisão temporária, que tem duração de cinco dias, o juiz Sérgio Moro decretou a conversão de sua prisão em preventiva, que não tem prazo. O advogado de Baiano alega que as provas são fracas, baseadas em suspeita de recebimento de valores pelo empresário no exterior, e em depoimentos de outros investigados. Para a defesa, a medida estaria sendo usada para "minar" o emocional do paciente.
Ainda nesta sexta, o juiz Sérgio Moro determinou a soltura de Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte,e acusado de participar do grupo do doleiro Alberto Youssef.