BRASÍLIA – Tratado como “fantasia” pelo presidente Jair Bolsonaro há três dias, o coronavírus contaminou um dos principais auxiliares do Planalto e levou ao adiamento de atos em defesa do governo marcados para domingo. O secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, que viajou com Bolsonaro para os Estados Unidos, foi diagnosticado com a doença nesta quinta-feira, 12, como antecipou o estadão.com.br.
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O presidente deve receber nesta sexta-feira, 13, o resultado do exame que dirá se ele também contraiu a enfermidade. No fim do dia, Bolsonaro foi à TV para sugerir que as manifestações fossem adiadas. A comitiva brasileira viajou no sábado e voltou para o Brasil entre terça e quarta-feira. Além de Bolsonaro e Wajngarten, outros ministros e políticos estiveram nos Estados Unidos.
Depois de resistir à ideia de cancelar os atos ao longo do dia, líderes dos principais movimentos que convocaram protestos contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) concordaram com o adiamento. Eles pretendem fazer mobilizações virtuais na internet no domingo. “Vamos seguir o pedido do governo federal. Decidimos criar uma hashtag (palavra-chave) no dia 15 e pedir que todos usem camiseta do Brasil”, disse Tomé Abduch, porta voz do movimento Nas Ruas. “É um adiamento, não um cancelamento. Ainda não temos data para a próxima manifestação.”
Jair Bolsonaro, presidente, durante transmissão nas redes sociais
Embora tenha sugerido o adiamento dos atos, o presidente afirmou que eles “atendem aos interesses da nação” e foram “um tremendo recado para o Parlamento”. Bolsonaro tratou do adiamento das manifestações em dois momentos. Primeiro, na transmissão ao vivo que faz todas as quintas-feiras nas redes sociais , sugeriu adiar ou suspender as manifestações pró-governo para daqui “um ou dois meses”. “Uma das ideias é adiar, suspender, e daqui um mês, dois meses se faz. Já foi dado tremendo recado ao parlamento no tocante daquelas emendas de relator, se ele vai ter autonomia para movimentar em média R$ 15 milhões”, disse.
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Na transmissão, o presidente, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e a intérprete de libras estavam usando máscaras cirúrgicas.
A segunda manifestação sobre o assunto foi em rede nacional de rádio e TV, sem máscara. “Os atos de domingo precisam, diante dos fatos recentes, serem repensados”. disse o presidente, que prosseguiu guiu dizendo que o momento é de “união, serenidade e bom senso”. “Não podemos esquecer, no entanto, que o Brasil mudou, o povo está atento exige de nós respeito à Constituição e zelo pelo dinheiro público. Por isso, as motivações da vontade popular continuam vivas e inabaláveis”, finalizou.
Em 25 de fevereiro, Bolsonaro enviou vídeos com convocações para os atos de seu contato pessoal do Whatsapp, como revelou o site BR Político, do Grupo Estado. O pano de fundo para os atos era a discussão no Congresso sobre o controle de até R$ 19 bilhões do Orçamento federal. Os parlamentares queriam ser responsáveis por decidir onde o dinheiro seria usado, mas o presidente vetou esse dispositivo. No sábado, Bolsonaro gravou um vídeo para convocar a população às ruas. Anteontem, negou que tenha chamado para o ato.
Ao falar sobre a crise que envolve o avanço do coronavírus no País, Bolsonaro disse que a Organização Mundial de Saúde (OMS) mudou a classificação da doença para pandemia e que é provável que novos casos apareçam no Brasil, o que não dá motivos para pânico. “Problemas estamos tendo pela frente: a questão da Bolsa de Valores, que despenca, dólar que sobe. Isso está acontecendo no mundo todo”, disse.
“Medidas econômicas a equipe tem tomado; agora, não somos aquelas potências que têm recursos em abundância, como os EUA, que podem socorrer com muito mais propriedade as pequenas empresas. Temos orçamento bastante engessado.” / COLABORARAM BIANCA GOMES, DANIEL GALVÃO, JUDIA LINDNER, PEDRO CARAMURU, PEDRO VENCESLAU e RICARDO GALHARDO
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