Câmara quer R$ 20 milhões para publicidade

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Por Agencia Estado
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A Câmara pretende gastar mais de R$ 20 milhões para divulgar a atuação dos parlamentares até o fim desta Legislatura - que termina no início de 2003. No fim do ano, serão destinados R$ 4,5 milhões para a contratação de serviços de uma agência de publicidade e propaganda. Para 2002, a proposta orçamentária em discussão no Congresso prevê mais R$ 17 milhões - o equivalente a 5% do gasto estimado para todas as ações de divulgação e promoção institucional do governo em 2002. Se a verba for aprovada pelo Congresso, a Câmara terá o quarto maior orçamento entre todos os órgãos da administração direta e indireta do governo para gastos em comunicação social. O maior dispêndio previsto para 2002 - R$ 40 milhões - é o da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que pediu um reforço na dotação orçamentária, que, nos últimos anos, foi de R$ 25 milhões, tendo em vista a expectativa da desregulamentação do mercado de telefonia fixa. Apenas dois outros conjuntos de campanhas de iniciativa de órgãos públicos terão mais dinheiro que a Câmara para divulgação institucional - as campanhas de prevenção de acidentes no trânsito, com uma proposta orçamentária de R$ 25 milhões, e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), com R$ 20,5 milhões. Para efeito de comparação, a dotação prevista na proposta orçamentária de 2002 para a comunicação institucional das ações ligadas ao gabinete da Presidência da República é de R$ 11 milhões. Toda a cobertura jornalística do governo federal feita pela Radiobrás tem um orçamento de R$ 9,6 milhões. O Senado não previu gastos com a difusão institucional em 2002. As publicidades de erradicação do trabalho infantil e do trabalho escravizante e degradante devem gastar, juntas, R$ 1,6 milhão. A campanha nacional antidrogas de 2002 tem um orçamento de R$ 1,9 milhão. O objetivo da verba publicitária da Câmara é melhorar a imagem dos parlamentares, desgastada com escândalos de corrupção e malversação de recursos públicos. De olho na reeleição, a maioria dos deputados defende o uso dos recursos para divulgar o lado positivo dos trabalhos legislativos. "O Legislativo tem de ter autodefesa, pois só o lado mau é divulgado pela imprensa", disse o primeiro-secretário da Câmara, Severino Cavalcanti (PPB-PE). "O que se faz aqui sai em todo lugar, e não há quem nos defenda", completou, observando que não falta auxílio ao Poder Executivo para divulgar as ações positivas nos meios de comunicação. Nem todos os deputados concordam. O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), considera que a Câmara tem estrutura montada para fazer os comerciais institucionais por intermédio da TV, rádio, jornal e agência de notícias próprios. "Precisamos saber quanto está sendo gasto com a atual estrutura e o que justifica outro sistema de divulgação", afirma o deputado.

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