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Não é ‘prudente’ que Bolsonaro despreze carta pela democracia, diz Janaina Paschoal

Pré-candidata ao Senado diz que manifesto pode favorecer Lula e destaca relevância do Largo de São Francisco

Foto do author Davi Medeiros
Por Davi Medeiros
Atualização:

Professora licenciada da Faculdade de Direito da USP, a deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB) afirmou que não acha “prudente” que o governo do presidente Jair Bolsonaro despreze a Carta pela Democracia, documento organizado na universidade e que será lido no Pátio das Arcadas do Largo de São Francisco no dia 11 de agosto.

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A pré-candidata ao Senado ponderou que não vê risco ao estado democrático de direito neste momento, mas alega que o manifesto tem importância. Segundo ela, “todas as mudanças históricas ou começaram ou passaram pelo Largo de São Francisco”, dando como exemplo o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“O direito à manifestação é mais do que constitucional, é sagrado. Eu, pessoalmente, não vejo riscos à democracia e entendo que, apesar de nem todos os signatários serem petistas, a carta finda ajudando Lula. Por outro lado, não acho prudente que o governo despreze um movimento iniciado nas Arcadas. O Largo é o Largo”, disse Janaina ao Estadão. Se a conjuntura atual aponta para outra “mudança histórica”, a deputada afirmou que “não pode afirmar nem descartar”.

Faixa em defesa da democracia na Faculdade de Direito da USP. Foto: HELCIO NAGAMINE / ESTADÃO

O presidente Jair Bolsonaro ironizou o manifesto em mais de uma ocasião. Na quarta-feira, 27, ele afirmou que ele e os membros de seu governo não precisam de nenhuma “cartinha” para dizer que defendem a democracia. Na quinta-feira, no Twitter, ele fez uma publicação novamente em tom de ironia: “Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. Assinado: Jair Messias Bolsonaro”, publicou.

Foram as ações do chefe do Executivo que motivaram a redação da carta. No dia 18 de julho, o presidente convocou embaixadores estrangeiros para desacreditar o sistema eletrônico de votação. A atitude despertou forte onda de reação por parte de empresários, juristas, intelectuais, entre outros.

Apesar de alinhada ao governo Bolsonaro, Janaina tem enfrentado aliados do presidente no que diz respeito aos arranjos eleitorais para outubro. Ela foi preterida pela campanha do pré-candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que escolheu o ex-ministro Marcos Pontes para a vaga do Senado em sua chapa. Nas redes sociais, ela já fez diversos “alertas” ao presidente, argumentando que algumas de suas atitudes podem favorecer a vitória do candidato petista.

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