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Clube Militar: crítica a Lei da Anistia é 'extemporânea'

Em mensagem apresentada hoje à platéia de um seminário sobre a Lei da Anistia, realizada no Clube Militar, no Rio de Janeiro, os presidentes dos clubes Naval, Militar e da Aeronáutica chamam de "extemporânea e fora de propósito a iniciativa de ministros do atual governo de se voltar a discutir uma lei cujos efeitos positivos se faziam sentir há bastante tempo". O texto se refere, sem citar os nomes, aos ministros da Justiça, Tarso Genro, e dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, que sugeriram que a Lei da Anistia não deve valer para crimes de tortura que ocorreram durante a ditadura. Na mensagem dos presidentes dos clubes militares, as declarações dos ministros são consideradas "um desserviço prestado ao Brasil e com certeza ao próprio governo a que pertencem". O texto diz que deve ficar "bastante claro não ser o motivo desse seminário a defesa da tortura ou o ataque pessoal a quem quer que seja, mas o debate de uma lei que instituiu o esquecimento de atos reprováveis eventualmente cometidos como também o de crimes hediondos perpetrados por militantes das organizações terroristas que proliferaram naquela época". A mensagem, aplaudida pelos mais de 500 presentes no auditório do Clube Militar, sugere que se houver interesse em debater problemas nacionais, "os dois ministros deveriam optar por algo mais atual e que incomoda em maior intensidade: os inúmeros escândalos protagonizados por figuras da cúpula governamental, ou ainda mais recente, a gravíssima suspeita de envolvimento, de alguns deles, com as Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)". Mais cedo, o coronel Sergio de Avellar Coutinho listou diversos atentados que teriam acontecido durante a ditadura por parte de militante de esquerda, no que chama de organizações terroristas. O coronel Figueiredo diz também na carta que há uma "estranha afeição dos companheiros do ministro com o seqüestro e os seqüestradores, um dos crimes mais infames, ao lado da tortura que o ministro tanto abomina". O Coronel Avellar disse que a lei da anistia "não cita os nomes de terroristas que ensangüentaram nosso país, matando mais de 100 inocentes". Segundo ele, "todos sabem quais são, muitos dos quais estão ocupando cargos importantes no governo". O deputado Jair Bolsonaro (PP) disse em entrevista que o presidente Lula "é conivente com a declaração de Tarso Genro porque não toma providência nenhuma". Para Bolsanaro "só um lado pode falar".

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